terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Igreja Católica é monoteísta?



Peço antecipadamente perdão aos leitores religiosos, porém não creio que algum assunto, por mais delicado que seja, deva estar imune à discussão e ser dogmatizado como inexorável tabu. Não existem assuntos tabu. Qualquer coisa pode ser objeto de análise racional e passível de ser discutido por pessoas também racionais.
O introito é necessário pois tratarei aqui de uma questão religiosa, sempre delicada, e que afeta especificamente a definição da igreja católica como monoteísta.

Liberdade responsável


É possível alcançar a liberdade plena, que dispensa as correntes. Esse objetivo, porém, é muito difícil.
Liberdade plena envolve desapego total, seja sentimental, seja material.
Por isso, liberdade plena jamais será sinônimo de felicidade. Liberdade plena envolve responsabilidade absoluta.
Melhor pretender a liberdade responsável. A que permite prosseguir no caminho até o ponto no qual a possibilidade de ferir o outro é mínima.

Preso a algumas inevitáveis, e talvez imprescindíveis, correntes, mas sabendo como se liberar de parte delas, quando possível.

Cultura coletiva e direito autoral


Ao nascer, o ser humano encontra o mundo pronto e acabado.
À sua espera, cultura e ideologia estão absolutamente formadas, estruturadas, consolidadas. Todas as histórias já foram contadas, todas as canções já foram cantadas, todas as imagens já foram pintadas.
Inexistem páginas ou telas em branco.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Extremos

A coisa certa a fazer na vida em geral não é encontrada nos extremos de qualquer atitude.
Tanto é equivocada a vida vivida em busca do prazer a qualquer custo, como aquela que retrai qualquer desejo ante o intenso medo da possível dor do desprazer.

Administrar frustrações é o pequeno preço a pagar pelas escolhas feitas no decorrer da vida. São as escolhas que nos dão sentido, que nos tornam quem somos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vida

Viver, apenas, não dá conta de explicar a vida.
A vida, como ente real, verdadeiro, transcendente, não se explica pela mera possibilidade de respirar, nutrir-se e reproduzir-se.
Vida, de fato, é sentir, é experimentar, é compartilhar, é admirar coisas e pessoas que estão no mesmo mundo e no mesmo tempo que nós.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ter e ser

Com o tempo a gente acaba aprendendo que SER é muito mais humano e civilizado que TER.
E, ao contrário do que muitos pensam, construir o SER é tarefa bem mais densa e difícil do que acumular o TER.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A crise do capitalismo


O capitalismo atravessa uma grave crise e terá um enorme desafio a enfrentar. Um dos vetores dessa crise é a circunstância paradoxal de que, se por um lado o desenvolvimento tecnológico provoca aumento na produtividade, por outro provoca a redução do número de empregos ao tornar supérflua considerável parcela da mão-de-obra. O que antes uma fábrica produzia com 100 trabalhadores, hoje produz o dobro com um terço ou menos disso. Sem emprego, não há renda, as vendas se retraem, a maior produtividade perde o sentido.

Pétalas caídas


Oportunidades perdidas são pétalas caídas e jamais cheiradas dessa rosa que chamamos vida.
Desejos suprimidos em vão não representam, cada um deles, mera frustração, mas também, e principalmente, feridas que pouco a pouco vão minando de nós a humana condição, destruindo-nos a sanidade, transformando a jovem tristeza em decrépito desespero.

A ponte da tristeza



A tristeza não passa de ponte estreita lançada sobre um pequeno rio de amargura, a unir as duas imensas margens dessa terra chamada felicidade.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Casa sem portas


Portas não devem existir nessa casa chamada relacionamento.
Qual serventia, se nela não se obriga a entrar?
E se onde há amor verdadeiro, inexiste abandono, quem dela sairá então?
E se, por tristeza, o nobre sentimento faltar, que porta será capaz de impedir a saída daquele que não almeja ficar?
Se é assim, então, não edifiquemos portas para acalmar nossa insegurança.
Confiemos que a pessoa amada permanecerá.
Atada pelo amor, não pelas portas fechadas de uma relação transformada em prisão.