segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pequena imensidão

Enganou-me um dia a ilusão de ser imensidão.
Mestre de todo tempo, senhor da eternidade, a morte, para mim, não existia. Sentia-me, não montanha isolada na planície, nem o pico mais alto da serrania, mas toda a cordilheira da superfície, gigante a perder de vista, sem fim, no horizonte.
Desconhecia limites, medos, era um ímpio. Meu poder não era o de Zeus, mas o do inteiro Olimpo.
Um imenso oceano pretensioso de ser. Enorme e audaz furacão faminto de tudo ter, criando vagalhões a cada movimento no espaço. Como fosse o próprio Sol a iluminar todo ser e qualquer passo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Arte refinada, arte popular

O cantor Gusttavo Lima, apresentando-se em um show em Bauru, São Paulo, num evento com cerca de quarenta mil espectadores, quebrou sua guitarra no palco e, depois, atirou os pedaços para a plateia. Um dos pedaços atingiu uma menina de dez anos, que necessitou de atendimento hospitalar. Os pais da menina registraram a ocorrência numa delegacia policial. Porém, após a visita do cantor, desistiram do processo e estenderam uma faixa, em sua residência, afirmando amá-lo.
Por conta desse episódio, alguns comentaristas de blogs criticaram, não somente o fato em si de uma criança de dez anos estar num evento desse porte e de o cantor ter agido, como agiu, de forma imprudente, mas o próprio valor artístico da música do Gusttavo Lima e de outros do mesmo estilo, como Luan Santana e Michel Teló.
Não manifestarei opinião sobre a conduta do cantor e dos pais da menina, pois são pertinentes às suas vidas particulares que, em princípio, não possuem interesse específico para a coletividade.