Enganou-me
um dia a ilusão de ser imensidão.
Mestre
de todo tempo, senhor da eternidade, a morte, para mim, não existia.
Sentia-me, não montanha isolada na planície, nem o pico mais alto
da serrania, mas toda a cordilheira da superfície, gigante a perder
de vista, sem fim, no horizonte.
Desconhecia
limites, medos, era um ímpio. Meu poder não era o de Zeus, mas o do
inteiro Olimpo.
Um
imenso oceano pretensioso de ser. Enorme e audaz furacão faminto de
tudo ter, criando vagalhões a cada movimento no espaço. Como fosse
o próprio Sol a iluminar todo ser e qualquer passo.