sábado, 29 de junho de 2013

Diálogo e respeito












Respeito é apreço e atenção sempre, acatamento e submissão às vezes.
Diálogo é conversa, debate e troca de ideias.
Monólogo é a pessoa falando sozinha.
No diálogo, deve-se dirigir apreço e atenção ao outro, mas não cabe exigir acatamento e submissão.
Por isso, antes da palavra posta, escrita ou falada, se o que se quer é monólogo ou mera concordância, cabe avisar desse intuito o possível interlocutor.

Falsa realidade


A realidade não é o que você pensa que é.
Ela é o que querem que você pense que é.
Suas opções políticas dificilmente são baseadas na realidade, mas falsa percepção dela.
A realidade é aquilo que a mídia diz que é.
Avalie corretamente e desconfie de toda informação recebida através de jornais, impressos e televisivos, e revistas.
Existem interesses corporativos por trás dos órgãos da imprensa.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cura Gay é projeto do PSDB


Deve ser esclarecido que, embora o projeto de lei visando regulamentar a assim chamada “cura gay” tenha sido encampado pelo deputado conservador evangélico Marco Feliciano, do PSC, sendo por isso sempre relacionado ao seu nome, a real autoria é do deputado João Campos, do PSDB-GO.
O famigerado projeto pretende a extinção de dois artigos de resolução do Conselho Federal de Psicologia, do ano de 1999, que impedem a atuação dos profissionais da psicologia no tratamento de homossexuais. O fundamento do impedimento é o consenso acerca do entendimento de que a homossexualidade não pode ser definido como um problema de ordem psicológica. Por conta disso, determinou-se a proibição de que os pacientes recebam coercitivamente orientações não solicitadas quanto à sua orientação sexual.
Além disso, os dispositivos regulamentares vedam que psicólogos se manifestem publicamente de forma que possa ser entendida como reforço aos preconceitos relativos aos homossexuais.
O projeto de lei encampado pelo deputado Feliciano busca modificar isso, permitindo uma suposta cura dos gays.
Embora o projeto seja do PSDB, e possua inclinação nitidamente preconceituosa, o partido não é crucificado por conta disso, tampouco os deputados envolvidos em sua aprovação.
Já se fosse de iniciativa do PT...

Bolsa Família enfraquece o coronelismo

Encontra-se em andamento uma campanha pelo fim do voto das pessoas que recebem o bolsa-família. Para quem pensava já ter visto de tudo em termos de radicalização política, ausência de sensibilidade social e preconceito social, ei aí um exemplo da criatividade humana em matéria de reduzir a importância do outro.
Interessante observar que, nas redes sociais, as pessoas atiram-se ao hábito, inclusive enfadonho para os receptores, de enviar mensagens de amor, de solidariedade, de fraternidade, de paz e de sensibilidade. São incontáveis, praticamente infinitas, mensagens de fundo religioso, cheias de compaixão e ternura. Uma beleza de mundo esse, o mundo das mensagens das redes sociais.
Um extraterrestre que pretendesse conhecer a natureza da humanidade somente através da interceptação das mensagens e informações que navegam através das redes sociais, sem possibilidade de contato imediato com a realidade, lendo essas mensagens chegaria à conclusão inequívoca de que os humanos são seres praticamente perfeitos, uma espécie pacífica ancorada solidamente em princípios de serenidade e altruísmo. Certamente ficaria maravilhado com o mundo humano, uma gigantesca irmandade. Dificilmente o próprio mundo do extraterrestre seria igualável ao dos humanos, muito superior em grandiosidade de espírito.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A rejeição da PEC 37


No texto "O falso dilema sobre a PEC 37" busquei chamar a atenção sobre o perigo de ser rejeitada a PEC 37, cujo objetivo era impor limites à atuação dos promotores e procuradores. Infelizmente, impôs-se a visão atécnica e algo linchatória advinda do clamor das ruas e a PEC foi rechaçada.
As pessoas que apoiaram a rejeição da PEC foram cegadas pelo discurso moralista do combate à corrupção. Não levaram em consideração a possibilidade de que o cidadão comum, inclusive os que foram favoráveis à rejeição, amanhã poderá ser vítima de abusos praticados pelo Ministério Público.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A corrupção nos governos


É socialmente salutar discutir-se o problema da corrupção. Contudo, o debate público deve ser pautado pela racionalidade e com a maior objetividade possível. Caso enfrentado o tema com o alto teor de paixão pública que atualmente se verifica, a saúde da discussão se esvai, iniciando-se um processo de rupturas no qual ninguém ouve mais ninguém.
O primeiro ponto a destacar é que corrupção é um elemento até aqui inalienável da sociedade humana e cuja distribuição é bastante igualitária: está presente em todos os países e em todos os governos do mundo, mesmo os mais avançados. Alguns mais, outros menos. Em alguns, como nos EUA, a perseguição pelo controle da corrupção conduziu à sua institucionalização parcial, passando a parte legalizada a ser eufemisticamente denominada de "lobby". A instituição do lobby, porém, não significou que o "investimento" das pessoas e empresas representadas pelos lobistas tenha se limitado à distribuição de garrafas de vinho e fins de semana grátis em paraísos tropicais para os políticos e demais pessoas públicas que possuam poder sobre os projetos que interessam. A prática do pagamento de propinas milionárias persistiu de forma ostensiva ou velada.

A mensagem do irmão do ex-assessor de FHC sobre a constituinte exclusiva

Vem sendo compartilhado nas redes sociais um texto atribuído a Fernando Jorge Caldas Pereira, que é qualificado como sociólogo e diretor da empresa "O e P Brasil".
Segundo esse texto, a proposta de Dilma, de constituinte exclusiva para a reforma política, seria esdrúxula e demagógica, com risco ainda de os constituintes, soberanos, poderem "criar novos direitos ou redefinir o conceito de cidadania, de direitos humanos, de independência de poderes de propriedade ou qualquer outro, bastando-lhe reconhecer conexão ou natureza política pertinente a seu objeto".
Caso a autoria esteja correta, o autor de forma nenhuma pode ser considerado um crítico isento para avaliação da fala presidencial. Trata-se do irmão do ex-assessor de FHC, Eduardo Jorge, ou seja, um simpatizante, talvez militante, do PSDB. Sendo adversário político, sua credibilidade e isenção é totalmente nula.

O "despreparo" de Dilma quanto à constituinte exclusiva


A imprensa afirma que a Dilma demonstrou desconhecimento, desespero e falta de preparo ao sugerir uma constituinte exclusiva para a reforma política.
Se isso for verdade, ela está em boa companhia. Eis alguns exemplos de outras pessoas que, a se adotar a tese dos jornais, também não possuem conhecimento em Direito Constitucional e que apoiam a ideia da constituinte exclusiva:
01) LUIS ROBERTO BARROSO, um dos maiores constitucionalistas do Brasil, recém-empossado no Supremo Tribunal Federal:

terça-feira, 25 de junho de 2013

As cinco reivindicações


Há uma mensagem de protesto que vem sendo compartilhada nas redes sociais, contendo cinco itens de reivindicações populares. Listo as reivindicações e, em seguida, como sempre, dou o meu pitaco:
1 - Fim da PEC 37
Entendo a PEC 37 como favorável aos direitos individuais e à segurança jurídica. Se houver interesse por minha motivação, leia mais aqui: http://marciovalley.blogspot.com.br/2013/06/o-falso-dilema-sobre-pec-37.html.
Se não houver, fica o registro.

Agora sobre a PEC 33



Encontra-se em andamento no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição nº 33. Em resumo, a PEC 33 pretende modificar três artigos da Constituição, alterações essas que são analisadas nos itens a seguir.
1ª alteração
Uma lei somente poderia ser declarada inconstitucional pelo voto de quatro quintos dos membros dos tribunais, inclusive do E. STF, onde passariam a ser necessários os votos de nove dos onze ministros, em lugar de seis, como atualmente.
Comentário: De fato, não há razão alguma que justifique que uma lei possa ser declarada inconstitucional por maioria simples do STF. A Corte Suprema conta com onze ministros, nenhum eleito diretamente pelo povo, e apenas seis deles, vencendo na votação os outros cinco, podem decidir contra as centenas de votos do Poder Legislativo, onde todos são eleitos, e também contra o voto contrário de cinco ministros do próprio STF que juridicamente sustentam que a lei é, sim, constitucional. Se há fundamento jurídico relevante para ambos os lados, pois cinco ministros do tribunal assim se posicionaram, por que motivo a vontade dos outros seis ministros, não eleitos pelo povo, seria capaz de se sobrepor à vontade de todo o Parlamento, com centenas de representantes eleitos pelo povo, e de mais cinco ministros do mesmo tribunal?

O falso dilema sobre a PEC 37


Curiosamente, o povo está indo às ruas com menos convicção para exigir saúde e educação de qualidade, do que em prol de uma duvidosa prerrogativa para o Ministério Público: o de investigar crimes.
Supostamente, entendem os manifestantes não fazer mal que duas instituições governamentais possuam a mesma atribuição, Polícia e MP, em evidente superposição. Talvez pensem assim por imaginar que a Polícia é corrupta e o MP não, de modo que os políticos corruptos terão uma vida mais árdua se for o MP a investigar.
Embora seja correto afirmar que casos de corrupção são mais comuns na polícia, isso, porém, decorre de um prosaico motivo: é a polícia que investiga quase cem por cento dos crimes praticados no país. A quantidade torna mais fácil a percepção da corrupção.

domingo, 23 de junho de 2013

Mentiras na rede


Após a disseminação das redes sociais, o senso ético das pessoas parece ter se dissolvido. De modo geral, comportam-se na internet como jamais se comportariam pessoalmente ou mesmo através de mensagens escritas ao modo antigo, enviadas pelos correios com a assinatura do emissor.
Sem os freios éticos, não hesitam em expor preconceitos ou ódios, não somente escrevendo, mas, principalmente, compartilhando mensagens que carregam esses vícios. Algumas, depois, justificam-se na ignorância prévia sobre o teor da mensagem compartilhada.
Contudo, existem coisas que são compartilhadas em relação às quais uma singela clicada no Google revelaria ser mentiras, algumas deslavadas, sendo exemplos a suposta fazenda adquirida pelo filho do Lula, a Dilma ter criado o bolsa crack ou ter dito que professores da rede pública insatisfeitos devem pedir demissão e ir para a rede privada. Essas e diversas outras "notícias" circulam pelas redes sociais e, embora não mereçam qualquer credibilidade, espalham-se como rastilho de pólvora exclusivamente porque, certas pessoas, talvez preguiçosas, outras ingênuas, algumas ignorante, muitas por pura e simples má-fé ou tudo isso junto, não cumprem o seu papel ético de não divulgar ou reproduzir mentiras e fofocas. Assim agindo, são cúmplices da mentira.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Orgulho da rapaziada



A juventude brasileira está nas ruas, de forma majoritariamente pacífica, exigindo os seus direitos de cidadania. Um orgulho nacional.
A imprensa, perplexa, não entende o que está ocorrendo, pois até ontem o Brasil vivia o seu notório mar de passividade, e assume que há um sentimento difuso de insatisfação, que deve advir da indignação ante a corrupção política, a impunidade, a falta de serviços públicos minimamente eficientes embora os tributos sejam de primeiro mundo.

Tudo isso existe, é fato. Mas há também duas coisas que foram fundamentais para a dimensão que tudo tomou.
Em primeiro lugar, a extrema violência da polícia de Geraldo Alckmin, que barbaramente violentou manifestantes que somente exerciam o seu direito de protestar.