quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Desejos e loucura


Alguns pensadores afirmam que todo desejo possui íntima relação com a loucura. Estarão loucos nessa afirmação? Penso que não. De fato, um indivíduo de perfeita sanidade agirá estritamente segundo os ditames impostos pela razão e pela lógica. E a razão e a lógica, concordam epicuristas e estóicos, e também o vulcano Spock, da série Star Trek, aconselham à ausência de desejos ou, no mínimo, à sua contenção, pois todos os desejos contêm em si a semente da frustração e da infelicidade.

Todo desejo não satisfeito gera, em diferentes gradações, frustração, que por sua vez é mãe da infelicidade. Do universo de desejos, somente alguns serão realizados, ou seja, os desejos são infinitos, enquanto as satisfações são finitas. As chances de frustração, assim, serão sempre maiores do que as de satisfação.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Conheça!



Sou motociclista e entre nós, amantes das duas rodas, é célebre o pensamento segundo o qual, numa viagem de moto, o que interessa não é o destino, mas o percurso.
Viajar de moto é sentir o prazer em cada curva, no vento no rosto, na paisagem em rápida mutação. Claro que chegar é importante, mas, para nós, percorrer é muito mais.

Há um paralelo entre essa forma motociclística de pensar e a filosofia. Sim, porque para os filósofos as respostas não são tão importantes quanto a maneira de obtê-las. Ainda que, ao final do processo de busca do conhecimento, se conclua pela inexistência de resposta à indagação, o mero processo de busca terá valido a pena e enriquecido o ser humano, pois a inércia do conhecimento será rompida pelo surgimento da pergunta e forçará o uso da razão e a aquisição de elementos para a formação da convicção.