Existem
pessoas que defendem, com argumentos inteligentes e racionais, ser o
capitalismo o melhor ambiente possível para o desenvolvimento da
sociedade e do conhecimento tecno-científico do ser humano. Segundo
elas, a competitividade impõe ao capitalista oferecer inovações
tecnológicas aos consumidores, sob pena de, em última análise,
falirem. Citam, como exemplo dessas rápidas inovações, os
computadores, telefones celulares, televisores, automóveis, produtos
que mal saem das prateleiras e já estão obsoletos.
São
pessoas e opiniões que devem ser respeitadas, o que não impede afirmar que o raciocínio, porém,
é equivocado. Aparentemente, confundem mudanças de design e
novidades superficiais e supérfluas com verdadeiras inovações
científicas e tecnológicas. Além disso, colocam num mesmo balaio o
que é oferecido com tudo aquilo que poderia sê-lo. Os balaios são
diferentes.
Na
verdade, assim como ocorre na gestão de todos os seus interesses, o
sistema capitalista move-se exclusivamente pela lógica do lucro,
pouco se importando com a qualidade da invenção ou com a
necessidade que as pessoas dela possam ter. Uma inovação somente é
disponibilizada para os consumidores se estiverem em absoluta
sintonia com a lucratividade. Qualquer outra novidade, por mais
benefícios potenciais que encerre, mas que escape dessa lógica, é
simplesmente ignorada ou, pior, escondida das pessoas.