domingo, 25 de outubro de 2015

Estados Unidos da América: por trás dos golpes, as garras da águia



John Adams foi o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos, tendo George Washington como presidente, e seu segundo presidente, governando no período de 1797 a 1801. Iluminista e republicano, está inserido num contexto histórico que representa o início do fim de uma longa tradição, cujo berço é Grécia clássica e seu filho dileto é o senado romano, na qual o pensamento filosófico e a arte da oratória ainda eram fortes na política. Tempos nos quais não havia esperança para um candidato a político alienado da razão, das verdades e das condições históricas de sua própria época, como hoje parece ser apanágio necessário de parcela considerável dos políticos brasileiros.
Adams disse uma obviedade que, proferida pela boca de um pensador que experimentou o poder, ganha densidade: “Existem duas maneiras de conquistar e escravizar uma nação. Uma é pela espada, a outra

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Escândalo do Divinão: Gilmar Mendes acusa Lula de pedir interferência de Deus no julgamento de Dilma pelo TSE



A revista Veja dessa semana traz novo escândalo envolvendo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva.
Através de entrevista concedida com exclusividade absoluta para a revista Veja, o ministro Gilmar Mendes formula novas acusações contra o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, de interferência indevida no julgamento da impugnação da eleição da presidente Dilma Roussef, pelo TSE.
Acusado no passado, pelo próprio ministro Gilmar Mendes, de solicitar o adiamento do julgamento do mensalão para após as eleições, sob a promessa de ajudar o ministro a livrar-se da acusação de ter viajado à Europa por conta do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Lula agora é acusado de continuar a envidar esforços para manipular o calendário do julgamento da campanha de Dilma pelo TSE, utilizando, para tanto, não somente todas as suas forças políticas, mas também poderes além de qualquer compreensão humana.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Coisas, marcas e pessoas



Morre a atriz Yoná Magalhães, aos oitenta anos.
Não posso me afirmar um grande fã de sua carreira, que na verdade conheço pouco, mais dos tempos de criança, quando ainda assitia novelas em função do apreço dos meus pais por esse tipo de entretenimento. Naquele tempo as casas em geral somente tinham uma televisão, o que já era um luxo para poucos. Então, não havia escolha, quando o pai chegava a gente assistia o que ele queria. 
Contudo, o sentimento de perda é real, pois o nome da Yoná é um dos muitos que

domingo, 18 de outubro de 2015

Eleição de 2018: atenção ao legislativo



O comentarista Weden, em texto de sua autoria publicado no blog do Luis Nassif, ancorado no portal de notícias GGN, cujo link forneço ao final, fala sobre o imenso capital político de Lula, sustentando que talvez não seja na presidência que ele poderá dar sua melhor contribuição em favor do país. Na opinião de Weden, numa conjuntura política em que se tem um legislativo reacionário e a necessidade de um presidencialismo de coalisão para obtenção governabilidade, o presidente eleito, qualquer que seja, se torna apenas um sócio do poder e, às vezes, nem isso.
Weden nos chama a atenção para um fato: “Hoje as esquerdas estão reduzidas a 1/6 do Congresso. Com isso, direitos de cidadania e trabalhistas estão correndo sérios riscos. E outros tantos que precisam ser conquistados estão infelizmente adiados.”
Constatada essa realidade política, Weden sugere que “Lula poderia ser um inestimável puxador de votos para as esquerdas na próxima legislatura.”
Absolutamente perfeita a lógica do Weden.
De fato, talvez a melhor estratégia política a ser adotada pelo PT para as eleições de 2018 fosse colocar a eleição presidencial em segundo plano, um objetivo secundário.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Delfim Netto e o capitalismo inovador


Bastante interessante esse pequeno artigo de Delfim Netto, publicado no Portal GGN e cujo link disponibilizo aqui, sobre as condições sociológicas históricas que dão azo à formação do capitalismo. Destaco a parte em que ele pontifica que o capitalismo é apenas um momento no processo histórico, não podendo ser classificado, nem como natural, nem como eterno. Que ótimo que isso seja dito por um intelectual conservador, não é mesmo? Delfim corrobora o que costumo dizer: a honestidade intelectual dá sabor e veracidade à palavra, escrita ou falada, que, assim, clama por ser consumida. Nada mais detestável do que um texto sofista e tendencioso.
Tendo a concordar com Delfim com relação ao que Marx pensaria sobre o capitalismo atual, que provavelmente o entusiasmaria, embora mantendo a crítica da imoralidade e da injustiça que o permeia.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

A faxineira e o delegado



Imagine a seguinte situação absolutamente hipotética: você chega na sua mesa de trabalho e descobre que um colega comeu um bombom de sua caixa. O que você faria?
Se você for uma pessoa equilibrada e altruísta, você terá colocado a caixa de bombons à vista justamente porque queria que os colegas os consumissem.
Se você for só equilibrado, mas não altruísta, sorrirá pela sapequice do colega, mas não ficará demasiadamente aborrecido.
Se for um pouco exigente demais, irá no máximo considerar que houve um certo abuso e ficar chateado.
Se for um ranzinza cricri, irá se queixar diretamente com o colega.
Se além de ranzinza, for egoísta, irá se queixar ao chefe e pedir que ele admoeste o colega de trabalho.
Se for um celerado, um ególatra ou um completo retardado mental, você irá a uma delegacia policial registrar queixa pelo crime de furto.

sábado, 10 de outubro de 2015

A república dos parvos ou Por que a crise política não acaba?


Por que a crise política se eterniza, por que não acaba?
É a pergunta que me tenho feito insistentemente ante a percepção de que o Brasil, ao contrário do que tentam fazer crer, não se encontra em situação econômica pior do que a que já esteve na maior parte de sua história. Só acredita nisso quem tem menos de cinquenta anos e não vivenciou a crise que parecia infindável e que durou do início da década de 1960 até o final da década de 1990, portanto por cerca de quarenta anos. Até quando contava cerca de quarenta anos de idade, cheguei a acreditar que jamais viveria num país com uma certa estabilidade financeira e com uma boa oferta de trabalho e renda para sua população. Afinal, sou do tempo em que, praticamente em todas as ruas do Centro do Rio de Janeiro, da porta de cada prédio jorrava, como uma enorme língua, imensa fila de pessoas candidatando-se a uma mísera vaga de emprego. Fui parte dessas línguas em várias oportunidades e arrepiava-me a ideia de ter que retornar à saliva de uma delas.
É inegável a enorme contribuição de Itamar Franco, que tomou a si a responsabilidade de introduzir o Plano Real, e de Fernando Henrique Cardoso, que continuou a administração do plano após a saída de Itamar.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O pitbull desempregado




E eis que Rodrigo Constantino, blogueiro ancorado na revista Veja, foi demitido.
Em seu último "artigo", diz que o PT o torna uma pessoa pior. Pior do que quem, cara-pálida? Duvido muito.
Os comentaristas e admiradores do seu blog (reproduzindo a fala do MM, eles existem) lamentam e não duvidam de que, logo em breve, ele estará contratado por alguma empresa interessada em seus "milhões de leitores"? Como assim, "milhões", onde? Nos EUA? Na Inglaterra? No Canadá? Claro que, no Brasil, nem pensar.

A sopa está quase fervendo

O clima político está tenso, muito tenso, mas não se preocupem... pode piorar e provavelmente irá piorar.
O diálogo já está praticamente impossível, o afastamento acaba se impondo. Estamos nos atomizando, as festas estão mais vazias.
O problema é que, em se tratando de várias vozes distintas falando ao mesmo tempo e sem que um ouça o outro, de um povo restrito a um único território que não querem dividir com a divergência, o resultado inevitável, como pontifica Leandro Karnal, é a guerra civil, o último modo de resolução interna dos conflitos políticos da sociedade.
Como se inicia uma guerra civil?
Guerra civil é o câncer de uma sociedade, seu início é imperceptível. Se desenvolve enquanto o mundo continua girando, o sol e a lua continuam os mesmos astros iluminando nossas cabeças, os mercados abrem regularmente e ainda nos proporcionam comprar o nosso pão de cada dia.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O deputado e o motorista


Lamentável a violência ocorrida no episódio no qual o deputado Takayama (PSC-PR), de 67 anos, acabou levando um soco do motorista do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) nas vias de acesso ao Congresso Nacional.
Não é possível defender ou justificar qualquer violência, muito menos quando verificada a desproporcionalidade física entre os envolvidos. O deputado, afinal, é um idoso.
Porém, as imagens captadas pelo sistema de segurança da Polícia Legislativa do Congresso são inquestionáveis. Os vídeos, que foram divulgados, claramente comprovam que: (a) não houve manobra de risco acentuado por parte do motorista quando dirigindo; (b) o deputado inicia a agressão ao desferir um tapa ou um soco no motorista, que somente então revida.
Além disso, aparentemente as lesões derivaram mais da forma com que se deu a queda do deputado, do que propriamente do soco que recebeu.