segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A conduta ética é seguir a lei?


Vivemos num mundo no qual convivem, não muito pacificamente, vários modelos de capitalismo, desde o mais soft e inteligente - que compreende a necessidade de mitigar as agruras dos desfavorecidos como meio mais saudável de manutenção da paz social - ao mais sórdido e predatório, que se orienta exclusivamente a partir da visão estreita da pilhagem, ainda que isso redunde na necessidade do uso desmedido da violência do estado, dentro ou fora do próprio território, e gere um estado de conflito social por tempo indeterminado. O primeiro, soft, possui bases fincadas na estratégia de médio e longo prazo, inclusive no que concerne à captura do lucro, enquanto o segundo segue o instinto dos animais de rapina, lançando-se sobre a carniça com foco apenas no presente. Apesar de existirem os dois modelos, em variados gradientes, é o capitalismo em sua vertente ultraliberal que vem vicejando nas últimas décadas, forjando, desde pretensas uniões transnacionais paridas à fórceps, a intervenções geopolíticas que violam o direito de autodeterminação dos povos, isso sem mencionar as lesões gravíssimas que provoca à ordem ambiental. Para consecução de seus objetivos, atua militarmente ou através da criação de instabilidades nacionais, como está ocorrendo no Brasil pela via do golpe antidemocrático de 2016.