
Ao
nascer, o ser humano encontra o mundo pronto e acabado.
À
sua espera, cultura e ideologia estão absolutamente formadas,
estruturadas, consolidadas. Todas as histórias já foram contadas,
todas as canções já foram cantadas, todas as imagens já foram
pintadas.
O
que existe é um recontar, um recantar e um repintar infinitos,
síndromes da necessidade humana de recriar o que encontra pronto. O
mundo estava pronto e nós o estamos mudando.
O
original é a narrativa, não o drama, este eternamente retraduzido
em palavras diversas.
A
cultura, a autoria, é, assim, coletiva. O intertexto mitiga o
direito autoral ante a rarefação da ideia criativa, cujos ecos
ancestrais ouvem-se em sons cada vez mais abafados, dando a falsa
sensação da originalidade.
Aprisionar
a cultura em valores monetários é abrir estradas largas e bem
pavimentadas para a idiotia generalizada.
Nenhum comentário :
Postar um comentário