Ao final da entrevista que concedeu no Programa do Ratinho, no SBT, dia 22 de setembro, Lula pediu aos eleitores que comparecessem às urnas para nelas depositar amor e esperança na forma de voto. Por que um candidato ao maior cargo eletivo do país se preocuparia em invocar o amor no ato de votar? Amor é um sentimento necessário para a consecução de um projeto político de país? A resposta, sem sombra de dúvida, é sim; o amor é essencial em todas as relações humanas e, em especial, o Brasil necessita e clama desesperadamente pelo retorno do amor ao seio de nossa sociedade.
A invocação do amor se torna necessária nessa eleição porque, na anterior, em 2018, infelizmente a maioria do eleitorado optou pelo candidato do ódio. Eleito, a defesa do ódio e da violência alcançou a principal vitrine política do país, a presidência da república, com todas as condições políticas e técnicas favoráveis que disso decorrem. A partir daí, para surpresa de ninguém, iniciou-se uma escalada na discórdia, na violência e no armamento.
Materialmente, isso se traduziu em naturalização gradual de ocorrências que antes eram consideradas perturbadoras. Ferir e matar o adversário político, ao que parece, tornou-se lugar-comum, não mais uma causa de horror. Grande parte da sociedade brasileira foi acometida de um desvio psicológico coletivo, quase uma histeria, causadora de distorção no espectro ético-moral que orienta opiniões e ações.