sábado, 17 de setembro de 2022

Lula não é anticristo, nem bicho papão

Obs: Texto publicado primeiramente no jornal GGN, em 29/08/2022.

O que exatamente as pessoas imaginam ser uma “família feliz”?

Abordo o tema em função do excelente artigo É preciso falar com os evangélicos1, da socióloga Esther Solano, publicado na Carta Capital e objeto de matéria no GGN, cuja leitura é altamente recomendada. No artigo, Solano pontifica sobre a necessidade de estancar o “pânico moral” que a equipe e os simpatizantes de Bolsonaro induzem diuturnamente no seio do eleitorado evangélico, vendendo a ideia de que Lula e o PT são uma ameaça à família.

Segundo Solano, precisamos nos esforçar para convencer o povo cristão que ainda conserva a capacidade de reflexão, ou seja, a maioria que não é bolsonarista-raiz, de que o discurso que coloca Lula na condição de ameaça à família é uma falácia, uma fraude. Não é uma tarefa fácil, pois, em grande medida, a disseminação do pânico moral anti-Lula parte de pastores evangélicos, principalmente os mais raivosos, que costumam misturar política com religião e transformar seus púlpitos em palanque, desonrando a memória de Cristo. Trata-se de demonstrar a má-fé justamente daqueles em quem os evangélicos deveriam confiar plenamente. Não merecem essa confiança e direi por quê.

Mas, para explicar meus motivos preciso dissertar sobre família e felicidade. Porém, o que posso dizer sobre família feliz? De que forma uma família alcança paz e tranquilidade internamente, ou seja, como se torna feliz? Não posso falar por ninguém, mas tenho a minha própria noção de felicidade familiar e sobre as ameaças que sobre ela podem pairar. Difícil um leigo realizar uma narrativa sobre um tema tão subjetivo como família e sua felicidade; alguém que não é profissional de nenhuma área do conhecimento humano com contato direto sobre isso, como psicologia e, quem sabe, sociologia. Só há um jeito de fazê-lo, que é iniciar o argumento a partir do empirismo, da experiência pessoal. Isso exige uma certa exposição pública, o que os religiosos chamam de “testemunho”. Porém, isso me traz um problema. De uns dez anos para cá, passei a valorizar bastante a privacidade pessoal e familiar. Antes não tinha essa reserva, mas, por ironia, decidi tê-la justamente quando a privacidade, na era das redes sociais, perdeu quase por completo a sua aura de virtude elogiável e perseguida. Hoje, todos querem falar de si para todos, sejam conhecidos ou desconhecidos.

Seja como for, o fato é que não tenho mais redes sociais, salvo o Twitter, como mecanismo de informação. Não publico informações ou fotos pessoais e familiares em redes sociais. Diante disso, relutei imensamente em realizar esse texto. Porém, como quero tratar desse assunto, falarei sobre a minha família de forma muito cautelosa, abordando mais impactos e sensações envolvidas do que detalhamentos, na medida do possível.

Sou casado há quase 32 anos e pai de duas filhas, ambas já adultas. Não tenho netos e nem sei se terei, pois isso será uma decisão exclusivamente das minhas meninas. Nessas pouco mais de três décadas de casamento, minha família nuclear passou por quatro situações fáticas distintas que delinearam, creio eu, os modos de relacionamento intrafamiliar. São elas: (a) um pequeno período, de um ano, com muita dificuldade econômica, mas ainda sem filhos, parte dele com a esposa grávida; (b) outro pequeno período, de uns quatro anos, com muita dificuldade econômica, com uma filha; (c) um período um pouco mais elastecido, de uns sete anos, com média dificuldade econômica, com duas filhas; e (d) um longo período, que já dura quase vinte anos, em situação econômica confortável. Não rico, nem classe média alta, longe disso, mas sem grandes sobressaltos para pagar as contas normais de uma residência.

Nossas famílias de origem, minha e de minha esposa, são compostas por pessoas pobres, sem capacidade alguma de prestar auxílio financeiro. Além disso, não são muito unidas fisicamente falando, o que implica também pouca presença e ajuda no dia a dia, como nos cuidados com a casa, com os bebês e depois crianças e adolescentes. Não estou reclamando, é assim que foi e continua sendo. Nossos parentes, de igual forma, tampouco puderam contar muito conosco. Não é egoísmo, é defeito de origem, de falta de construção, na infância de cada um, de relações mais emocionais e sentimentais. Na pobreza, vive-se próximo demais do estado de natureza. Basicamente, sempre fomos eu, minha esposa e, depois, as filhas; não podíamos contar muito com mais ninguém. Se, por alguma razão, a fonte de renda secasse, estaríamos literalmente, sem exagero, na condição de moradores de rua. É importante destacar isso, pois a presença constante dessa ameaça, com o terror profundo que daí deriva, principalmente após o nascimento das crianças, impacta pesadamente a psicologia humana. As nossas, pelo menos, certamente foram impactadas. O medo do desamparo foi, durante um tempo demasiado demais, um integrante de nossa família, onipresente e assustador. A cicatriz psicológica provocada pelo medo intenso vai clareando com o tempo, mas nunca desaparece. Ela nos molda e induz comportamentos que, para outros olhos e outras experiências, outros pés calçando outros sapatos, é incompreensível.

Esse cenário inicial, de intensa dificuldade econômica, foi espetacularmente marcado por muita agressividade entre mim e minha esposa. A tensão financeira era constante. O salário era mais do que insuficiente para nós, mesmo quando não tínhamos as filhas. O salário, de fato, acabava antes do mês. Prioridades tinham que ser estabelecidas entre coisas de igual importância. Pagar o aluguel, a luz ou o cartão de crédito com o qual compramos os mantimentos? Comprar o remédio da criança ou o seu alimento? O médico receitou sabonete de glicerina por causa da alergia da menina; compra-se o sabonete ou uma nova fralda enxuta porque a antiga está rasgada e deixando o xixi da fralda de pano vazar? O dinheiro das passagens de ônibus está pesando, vale um esforço para comprar uma bicicleta para os trechos curtos, o que redundará em cortar outras necessidades importantes? Nada disso é inventado, passamos mesmo por esses questionamentos. Jamais sairão de minha memória e utilizo essa experiência para jamais esquecer quem sou, de onde vim.

Poderia citar um milhão de escolhas superdifíceis que tivemos que fazer nesses tempos bicudos. Em certos momentos tivemos que decidir economizar nos alimentos dos adultos, o casal comendo menos, para comprar o iogurte ou o alimento lácteo da menina mais velha (a partir do nascimento da menina mais nova, a situação estava um pouco melhor). Ah, poderiam questionar alguns, mas para que comprar o iogurte, coisa supérflua? Não, não é. Laticínios são importantes nessa fase. Crianças necessitam mais de certos alimentos do que os adultos; estão em fase de desenvolvimento, não somente físico, como também mental. Uma carência alimentar nessa fase poderia resultar em consequências imprevisíveis e irreversíveis para a vida inteira. Não é papo furado, conversávamos sobre isso para tomar decisões. A prioridade total sempre foi das crianças, praticamente em todos os aspectos.

Tenho que abrir parênteses aqui para reconhecer que nossa situação nessa época, embora bem difícil de vivenciar como experiência pessoal, ainda assim era muito melhor do que a de grande parte da população brasileira. Tinha emprego e ganhava em torno de dois salários mínimos, o que era, e recentemente voltou a ser, um sonho para muita gente. Novamente, não estou reclamando, mas esse é o relato necessário para chegar à minha noção de família feliz.

Nesses anos iniciais, de cinco a sete, por aí, havia muita agressividade em nossa família, muitos berros, xingamentos e dedos na cara. Essa foi uma época que podíamos nos classificar de qualquer coisa, menos de um casal feliz. Acredito que nos amávamos, mas a tensão pela sobrevivência, pela manutenção de um mínimo de dignidade, era pesada demais para nós dois. O casal poderia tranquilamente ter sido extinto nessa ocasião. Por alguma razão que não sei explicar exatamente, mas penso ter sido misto de amor, preocupação com o futuro das crianças e pura e simples falta de opção, suportamos isso e permanecemos juntos, o que se manteve até hoje.

O fato é que, a partir do terceiro período que descrevi acima, com a melhoria de nossa renda familiar, a relação familiar iniciou um processo de suavização. Ainda estávamos no modo comportamental inercial, então a agressividade continuou andando por si mesma durante um tempo. Após superado o período inicial de dificuldade financeira, houve ainda um momento ruim, decorrente de minha fatídica crise dos 40 anos, entre 2004 e 2005, do que resultou depressão. Não tive culpa, ela chegou sem minha permissão, sem que percebesse. Quando dei por mim, já estava instalada. Nessa ocasião, que já era um pouco mais suave, a participação compreensiva da minha esposa foi decisiva para a manutenção do casamento. Creio que também aí a situação financeira mais relaxada nos ajudou. Sem isso, não tenho duvida alguma de que a crise dos 40 teria sido muito pior. A partir daí, aos poucos, com a paulatina melhoria financeira, os embates foram reduzindo, até que, de um tempo para cá, tornaram-se praticamente inexistentes. Pelo contrário, o que nossa família mais faz hoje em dia, e já há muito, é sentar para conversar sobre todo e qualquer assunto. Desde que as crianças eram pequenas, temos o hábito, e a sorte de poder fazê-lo, de realizar as refeições em conjunto, sentados à mesa, e esses são momentos muito prazerosos, nos quais nós e nossas filhas dialogamos, tanto com seriedade, como jogando conversa fora e rindo bastante. A minha filha mais velha tem participado um pouco menos desde que casou e passou a não mais morar conosco. Ainda assim, sempre que pode, e com regularidade, vem para as conversas das refeições.

Então, para resumir, a minha é uma família que descobriu como ser feliz. Foi duro, sobrevivemos como casal não sei por que razão, mas conseguimos. Tenho um texto de 2010 no qual homenageio isso. Nele, indago o que é o paraíso para cada um e descrevo o que considero ser o meu. Logicamente, falo da minha família como o meu paraíso e essa data, por si, revela há quanto tempo nossa família se pacificou. Para quem quiser ler, está aqui: Meu paraíso. Devo dizer que, de lá para cá, somente melhorou.

Mas, por que razão estou falando sobre a minha família feliz e o que isso tem a ver com o artigo da Esther Solano? O objetivo é demonstrar que minha família teve um acréscimo significativo na felicidade a partir da melhoria do seu nível de renda. E seria minha família diferente de outras famílias brasileiras? Claro que não. A minha é uma amostra da média das famílias brasileiras, talvez do mundo. E isso não é demonstrado somente pela minha experiência pessoal. Tive a oportunidade de relatar, em outro texto2, que estudos do Worldwatch Institute (State of the world, 20103, indicam a existência de um paradoxo da felicidade. Segundo esses estudos, o ser humano possui necessidades básicas de natureza urgente que, se não atendidas, acarretam a infelicidade. Disso decorre que, para pessoas que estejam na miséria ou na pobreza extrema, ganhos de renda são imediatamente seguidos de um notável aumento da felicidade individual. Contudo, a partir de um determinado nível de renda o ganho relativo de felicidade passa a ser inferior e, até mesmo, a decrescer.

Em outras palavras, ganhos de renda nem tão significativos assim determinam o alcance da chamada “vida boa” que, por sua vez, gera um acréscimo positivo desproporcional na felicidade. Isso demonstra que, ao contrário do que diz o ditador popular, dinheiro efetivamente traz felicidade, ao menos no modelo atual de sociedade e até um certo ponto. Quem tem nada ou quase nada fica feliz ao conseguir um pouco.

Deve-se acrescentar ainda um ponto: o conceito de vida boa envolve também a felicidade coletiva, vale dizer, indivíduos felizes geram uma sociedade feliz que, por sua vez gera mais felicidade individual, num círculo virtuoso.

Agora, reparem na cronologia da minha narrativa. No que toca à minha experiência familiar, a pacificação interna em direção à felicidade se inicia por volta de 1997, mas somente se consolida a partir de 2006, com o fim do período da crise dos 40. O que ocorreu?

Duas coisas. Primeiro, consegui um emprego com renda digna, o que, como dito antes, imediatamente proporciona felicidade individual. Segundo, a partir do ano de 2003, foram lançados programas governamentais voltados ao incremento na renda da parcela mais pobre da população. Isso se deu não somente através do bolsa-família, que beneficiava imediatamente as mais miseráveis, mas também por meio de aumentos reais anuais do salário-mínimo, da valorização das aposentadorias e, principalmente, por um massivo aumento da oferta de empregos.

Esses programas não geraram apenas uma sobrevivência mais digna para uma porção significativa da população. Se fosse só isso, já teriam sido ótimos. Mas, não. Houve um outro efeito benéfico que poucas vezes é mencionado. O país se tornou mais feliz. Leitor, reflita sobre isso: você se sentia mais feliz no período de 2003 a 2016, quando os programas sociais ainda funcionavam, ou atualmente? Você sentia que seus familiares e amigos eram mais felizes antes ou agora?

O povo sofreu um decréscimo importante na felicidade a partir do momento em que a visão moralista e neoliberal da política assumiu o poder. Especificamente no meu caso, entendo que minha família continua feliz, mas minha situação é privilegiada, incomum. Embora tenha tido perda de renda, não foi muito significativa. Trata-se de situação bem distinta daquela vivenciada pela imensa maioria dos brasileiros, com perda total ou importante no tamanho da renda. Além disso, todos perdemos liberdade nos próprios comportamentos individuais. Criou-se um clima de cada um por si, com incentivo ao armamento das pessoas para salvaguarda do patrimônio. Gerou-se uma profunda e quase intransponível divisão na visão política das pessoas. Pessoas estão matando outras por acreditar na prevalência da orientação selvagem do cada um por si.

Como visto, o governo Lula, ao produzir uma rede assistencial para a população mais pobre, favoreceu amplamente a família brasileira, criando condições de vivência com maior dignidade e, por isso mesmo, fortalecendo os laços de amor e amizade entre os integrantes. Isso porque, como se sabe, na casa onde falta pão, todo mundo berra e ninguém tem razão.

Contudo, justamente contra Lula é criada a lenda de ser ele contra a família tradicional. De onde pode ter surgido essa ideia? Lula esteve casado por décadas com sua falecida esposa, Marisa. Somente assumiu nova relação ao ficar viúvo. Seus filhos obtiveram a atenção e os cuidados de pai. Lula sempre foi cristão, desde que apareceu na cena política, sendo respeitado e admirado por inúmeros sacerdotes, católicos, evangélicos e de outras religiões.

Um tema delicado é o aborto. O que diz Lula sobre isso? Posiciona-se pessoalmente contra, mas, como possível governante, entende tratar-se de questão de saúde pública que envolve, quase totalmente, a condição da mulher pobre. Sim, pois os danos que podem decorrer de um atendimento irregular não atingem a madame rica. Muitas destas, hipocritamente, se posicionam contra o aborto, mas, mesmo tendo condições materiais de sustentar filhos ou netos, busca para si ou para a filha atendimento médico privado e caro. Mulheres ricas não hesitam em abortar quando entende que um filho ou neto, naquele momento, atrapalharia a faculdade, o trabalho ou suas viagens. Legal ou ilegalmente, com atendimento médico oficial ou clandestino o aborto é uma realidade das mulheres pobres brasileiras. Não fazem isso porque são más, assassinas, mas pela constatação de que não terão condições de manter um filho.

O curioso, em tudo isso, é que o mesmo pânico moral dirigido contra Lula, não se volta contra Bolsonaro, cujas características são assemelhadas. É pública a informação de que Bolsonaro já foi casado três vezes, de modo que manter família não é algo a que é muito afeito. Resolveu ser evangélico há poucos anos, com claro intuito de obter repercussão positiva em sua imagem política. E mais, sugeriu a uma das esposas que fizesse aborto do filho Jair Renan, que somente nasceu porque a esposa discordou. Ainda assim, nenhuma reprimenda dos pastores políticos raivosos.

O povo cristão – católicos e principalmente evangélicos – precisam refletir bastante sobre essa ideia de um Lula anti-família. Isso não corresponde à realidade. É pura jogada política cujo intuito é fortalecer o candidato dos sacerdotes milionários que espalham essa ideia, imensa maioria deles simpatizantes de Bolsonaro.

Há de se refletir sobre quem é verdadeiramente anti-familia, quem defende a conquista da dignidade através da melhoria da renda ou aquele cujo programa neoliberal prega a eliminação dos auxílios destinados aos pobres? Quem prega a paz e a união entre as pessoas ou o que defende armamento, elogia torturadores e considera assassinatos algo salutar para a sociedade?

Lula não é santo, mas está longe de ser o capiroto. Nos oito anos de seu governo, nunca chegou perto de ser o bicho papão, muito menos suas ideias representam as do anticristo, salvo se isso passou a significar a defesa da redução da miséria e da pobreza.

Especificamente no meu caso, fosse Bolsonaro o presidente da época, com todas as dificuldades que seu governo impõe aos desvalidos, não tenho dúvida de que minha família teria sido desfeita. A pressão financeira seria insuportável e se tornaria a gota d’água em nossas crises. Tenho certeza que, nos últimos anos, milhares de famílias foram desfeitas em decorrência das dificuldades financeiras impostas pelo desemprego ou sub-emprego.

Tenham em mente que a política entra decisiva, embora sorrateiramente, nos aspectos mais privados da vida individual, relacionados à liberdade religiosa, sexual, de gênero, étnica, de consumo e, enfim, todas as demais questões pertinentes às diversas modalidades comportamentais do ser humano.

Tudo isso exerce influência na felicidade familiar e coletiva. Que país vocês querem? Carrancudo e raivoso, como um dos candidatos? Ou sorridente e esperançoso, como o outro?

Você, cristão, entenda que a sua felicidade, a de sua família e a de seus amigos depende de sua lucidez, de seu discernimento. Você pode mudar o mundo, mas precisa ter a coragem de pensar por si e não pela cabeça da pessoa rica e raivosa que, do púlpito, diz falar em nome da lei de Deus enquanto a viola.

A César o que é de César, a Deus o que é de Deus!

Pensem bem nisso!


Notas:

1 – SOLANO, Esther. Artigo O lobo do autoritarismo, publicado no site da revista Carta Capital, em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/e-preciso-falar-com-os-evangelicos/. Acesso em 27/08/2022.

2 – Artigo do autor, O paradoxo da felicidade, publicado em seu blog: https://marciovalley.blogspot.com/2014/11/o-paradoxo-da-felicidade.html.

3 – The Worldwatch Institute, State of the world, 2010, em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5354030/mod_resource/content/0/EstadodoMundo2010_%282%29.pdf. Acesso em 28/08/2022.

 

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