Enganou-me
um dia a ilusão de ser imensidão.
Mestre
de todo tempo, senhor da eternidade, a morte, para mim, não existia.
Sentia-me, não montanha isolada na planície, nem o pico mais alto
da serrania, mas toda a cordilheira da superfície, gigante a perder
de vista, sem fim, no horizonte.
Desconhecia
limites, medos, era um ímpio. Meu poder não era o de Zeus, mas o do
inteiro Olimpo.
Um
imenso oceano pretensioso de ser. Enorme e audaz furacão faminto de
tudo ter, criando vagalhões a cada movimento no espaço. Como fosse
o próprio Sol a iluminar todo ser e qualquer passo.
Mas
o tempo, sem meu comando, passou e, com ele, tudo mudou. Vivi,
experimentei, senti, me transformei.
Percebi
que, entre a brisa e o tempestuoso furacão que venta, é preferível
ser a aragem que acalenta.
E
que o oceano e toda sua pressão, não é mais do que pequenas gotas
em coleção.
Que
cordilheiras não são montanhas em cadeia, senão imensas formações
de grãos de areia.
Não
busco mais ser o Sol que alumia, senão a partícula que auxilia,
pois nada existe só, sem companhia.
Que
imaginar o todo é um disparate sem não levar em conta cada parte.
Que,
se é bom ser intenso, também o é o ser ameno. Entendi, finalmente,
a grandeza de ser pequeno.
Essa
pequena imensidão que sou.
É verdade, Lu e Marcinho...
ResponderExcluirNão existe o todo sem suas bases elementares. Cabe a cada um de nós valorizá-las igualmente.
Um bjão em vcs...
Cristiane Doria
ResponderExcluirObrigado, Cris. Saudades docê. Beijos. Marcio.
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