quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Escândalo do Divinão: Gilmar Mendes acusa Lula de pedir interferência de Deus no julgamento de Dilma pelo TSE



A revista Veja dessa semana traz novo escândalo envolvendo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva.
Através de entrevista concedida com exclusividade absoluta para a revista Veja, o ministro Gilmar Mendes formula novas acusações contra o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, de interferência indevida no julgamento da impugnação da eleição da presidente Dilma Roussef, pelo TSE.
Acusado no passado, pelo próprio ministro Gilmar Mendes, de solicitar o adiamento do julgamento do mensalão para após as eleições, sob a promessa de ajudar o ministro a livrar-se da acusação de ter viajado à Europa por conta do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Lula agora é acusado de continuar a envidar esforços para manipular o calendário do julgamento da campanha de Dilma pelo TSE, utilizando, para tanto, não somente todas as suas forças políticas, mas também poderes além de qualquer compreensão humana.
Gilmar Mendes diz ter descoberto toda a trama armada por Lula por mero acaso. Segundo a revista, Lula e a esposa, Marisa, compareceram à missa de domingo, dois meses atrás, na mesma igreja que Gilmar e sua esposa. O encontro teria ocorrido por acaso, mas novas fontes indicam que Lula poderia ter simulado a coincidência para incutir temor no destemido ministro do Supremo pela mera visão do sapo agora escanhoado.
Na entrevista, Gilmar Mendes relata que, por estar a igreja muita cheia, os dois casais foram obrigados a sentar próximos, pois somente existiam quatro lugares vagos, no mesmo banco. O ministro pensou em ir embora, mas considerou que isso violaria a liturgia religiosa e decidiu permanecer, embora constrangido em virtude do escândalo provocado no último encontro que teve com o ex-presidente, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.
O ministro Gilmar e Lula sentaram-se lado a lado, mas não se falaram durante toda a missa, guardando um silêncio protocolar.
Gilmar Mendes, de forma mordaz, afirmou que, como Lula não sabe ler ou pensar em silêncio, e por estarem muito próximos, foi possível ouvir com muita nitidez o momento em que Lula, ajoelhado, olhos fechados e com as mãos juntas, orou a Deus-pai, pedindo Sua interferência divina para que o julgamento no TSE fosse cancelado ou, pelo menos, adiado para o no ano que vem, possibilitando à Dilma se reforçar politicamente.
"Eu ouvi tudo muito bem", disse o ministro, "ele pediu a benção do cancelamento ou adiamento do julgamento. Fiquei estarrecido. É caso clássico de obstrução da Justiça", completou.
Consultado pela revista Veja, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, afirmou categoricamente que, se Lula ainda fosse presidente, o caso seria de impeachment sumário, sem necessidade sequer de processo de cassação pelo Congresso, dada a gravidade da conduta ilícita praticada pelo Lula.
Toffoli ainda completou: "E se for provada a participação de Deus na interferência do julgamento, também Ele pode sofrer impeachment e perder o trono do Céu".
Indagado se processar Deus não representaria uma ofensa ao Criador, Toffoli declarou que "a literatura jurídica permite" e prosseguiu:
"Akhenaton, por exemplo, julgou e condenou, não somente um, mas dezenas de deuses egípcios, condenando-os ao esquecimento. Não houve sequer direito a recurso. Então, penso que é possível, sim, julgar Deus. Há precedentes".
Perguntado sobre quem ocuparia o lugar de Deus, em caso de impeachment, Toffoli não titubeou ao dizer que, embora o caso seja inédito, inexistindo uma jurisprudência específica a respeito, em princípio deveria ser São Pedro a assumir o cetro do Senhor, já que ele foi o primeiro discípulo.
Contudo, quando indagado sobre onde tramitaria o processo de impeachment de Deus, Toffoli aparentou insegurança, cofiando a barba por alguns minutos antes de afirmar:
"Gostaria que fosse no TSE, pois a interferência divina é junto a este tribunal. Porém, parece que, nesse caso, tratando-se do Senhor, que é supremo, ele deve ser julgado por um tribunal que seja também supremo, então caberia ao STF".
Outros ministros, ouvidos pela revista, preferiram não opinar, muitos deles confessando terem diversas pendências com o Divino e, por isso, estariam impedidos de julgá-Lo. Um deles, em off, disse que, em princípio, não via ilegalidade na conduta de Lula.
"Lula é católico e, não estando mais na Presidência, pode orar por uma ajuda política do Senhor. Não vejo gravidade na conduta. E Deus, sendo Supremo, assim como nós, pode ou não ajudar, de acordo com suas próprias conveniências", disse o entrevistado.
Apesar das opiniões serem controvertidas, os juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo já estão recolhendo assinaturas para a CPI do Divinão, como já está sendo chamado, no Congresso, o novo escândalo divulgado pela revista Veja. Bicudo afirmou estar profundamente arrependido de ter sido um dos fundadores do catolicismo: "Se soubesse que isto terminaria assim, teria optado por me aliar aos romanos".
O escândalo do Divinão alcançou repercussão nacional após a matéria da revista Veja ter sido reproduzida, desde dois dias antes de sua chegada às bancas, pelos telejornais Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia Brasil, Bom Dia regional, Jornal Hoje, Fantástico, Jornal da GloboNews e pelos programas da Ana Maria Braga, Faustão, Caldeirão do Huck, Video Show e nas novelas da duas, das cinco, das seis, das sete e das nove e inclusive nos desenhos animados matinais.
Os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo e as revistas Época e IstoÉ também repercutiram a reportagem, antecipando-se à própria Veja.
Oscar Vilhena, advogado especialista em impeachment, ouvido pela reportagem, afirma ser possível iniciar uma ação penal contra Lula e contra Deus:
"Olha, o escândalo é muito grande, ganhou proporções imensas. A possibilidade de Lula ser responsabilizado criminal e eleitoralmente é grande e, quanto a Deus, dada à sua ubiquidade, Ele está presente também em nosso território e não pode se furtar ao cumprimento das leis brasileiras, de modo que não pode atender a qualquer benção solicitada pelo ex-presidente, sob pena de caracterizar um malfeito. Acho possível, sim, o processo, mas penso que Deus deveria mostrar a grandiosidade de renunciar ao céu".
Vilhena, entretanto, sustenta ser pouco provável que Deus seja condenado ao inferno:
"Penso que não há risco de Deus ir para o inferno sob essa acusação. Talvez alguns anos no purgatório, nada além disso".
A assessoria de Lula divulgou nota através da qual repudia veemente as novas acusações de Gilmar Mendes, afirmando que compete a Gilmar comprovar que sua reza possuiu o teor divulgado.
Procurado, Deus não se manifestou.
Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da República, requereu ao STF a convocação de Lula, Gilmar e Deus para prestar depoimento sobre o assunto.
Observação 1: este texto é ficção.

Observação 2: trata-se de uma adaptação de outro texto de minha autoria, de junho de 2012, porque a farsa não para de se repetir.

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