Muitas são as definições existentes sobre o que é a filosofia e o que se busca através dela. Aristóteles pontificava que a filosofia surgia a partir do espanto e da admiração com as coisas do mundo, assim tornando necessária a produção de um discurso capaz de explicar as causas e os efeitos dessas coisas que espantam e admiram.
Muito
mais modernamente, e em nosso próprio quintal, o filósofo Paulo
Ghiraldelli Jr., numa definição que particularmente aprecio, diz
que a filosofia busca desbanalizar o banal. Segundo Ghiraldelli,
enquanto o ser humano comum aceita pacificamente as coisas que
rotineiramente encontra ao seu redor, como o ar, as águas, as casas,
os carros, as pessoas, as árvores e etc, o filósofo olha para essas
coisas e, admirado, pergunta-se como, por que, onde e quando.
O
filósofo pensa sobre o corriqueiro, coisas que em geral as pessoas
sequer enxergam. A visão do comum encontra-se tão entranhada na
mente que a consciência não filosófica simplesmente a exclui da
condição de objeto de reflexão. A maioria das pessoas, por
exemplo, não discute, não pensa, sobre a pobreza, simplesmente por
tê-la na condição de inevitabilidade, como algo normal e esperado
em qualquer sociedade. Subconscientemente pensam: é assim mesmo que
as coisas são e nada irá modificar isso.
Ao
nascer, o ser humano, como indivíduo de uma coletividade cultural,
recebe dos membros mais velhos da sociedade uma série de informações
transmitidas como verdades intransigíveis a serem observadas, sob
pena de marginalização e inviabilização de sua permanência na
sociedade. Sem a formação de uma consciência crítica, esses dados
são simplesmente aceitos como foram repassados, sem que se pense
muito sobre o assunto.
No
surgimento de uma voz dissonante, que fala sobre uma alternativa
social pouco ou jamais experimentada, a reação imediata é a
imposição do muro do conservadorismo. O medo do imponderável
suscita o desejo de manutenção do status quo. Entre o
novo e belo, passível de falha, prefere-se a tranquilidade do antigo
e feio, cujas dores suportáveis são familiares.
A
afeição pelo rigor do que é conhecido, em detrimento da novidade
potencialmente perigosa, explica a convivência mansa do ser humano
com mazelas que acometem bilhões de seres humanos pelo mundo afora.
Fechamos os olhos para elas. Não as queremos ver, porque incomodam.
Acostumamo-nos à pobreza inenarrável da África, à violência dos
guetos e das favelas, à fome que grassa parcela considerável da
população da maior parte dos países, à corrupção da política,
aos problemas de transporte urbano, de saúde, de educação.
Tornamo-nos cúmplices silenciosos desses males, por acreditar, num
nível talvez subconsciente, que a alternativa é inviável e talvez
pior.
Rimos,
com ar superior, da pessoa que anacronicamente fala em socialismo.
Gargalhamos do sujeito ecochato, alheio à necessidade de progresso
da economia e da ciência, que alerta para os perigos da agressão ao
meio ambiente. Consideramos ingênuo aquele que fala, sem noção da
complexidade da estrutura, em reforma política radical, profunda,
com eliminação dos paradigmas atuais.
Desse
substrato reacionário, emerge a imprescindibilidade da filosofia
como mecanismo de enfrentamento das condições postas e impostas
pela ideologia da dominação.
A
ideologia da dominação constitui-se, justamente, nessas informações
que são retransmitidas ao ser humano a partir de seu nascimento. Seu
propósito é o de manter as coisas como estão, mudando apenas o que
for absolutamente necessário para a inalterabilidade do comando e da
riqueza.
A
ideologia incutida desde o berço produz crenças coletivas sinceras,
porém equivocadas. Coisas tais como que de fato exista democracia, o
que permite a qualquer pessoa que seja eleita presidente de seu país.
Que é possível a qualquer um ficar milionário, o que justifica o
pleno liberalismo econômico para a iniciativa privada, o máximo
possível. Afinal, pensam, não se pode negar às pessoas o direito
de conquistarem a própria riqueza.
Quanto
à possibilidade de alcançar riqueza e poder, essa ideologia contém
muito, muito pouco de verdade, quase nada. São máximas produzidas
com o propósito de que coisa alguma, de fato, se modifique. Trata-se
de manipular a ganância humana, forma infalível de manter a riqueza
no controle de quem já a possui.
É
inegável ser possível uma façanha como a de Bill Gates, membro da
classe média que virou bilionário. É possível a existência de um
Lula, miserável que alcançou a Presidência. Porém, para cada Bill
Gates, para cada Lula, centenas de milhões de pobres, talvez
bilhões, jamais alcançarão nada além de um prato de comida a cada
dia, alguns sequer terão tanta sorte.
Aproveitando
a deixa de Paulo Ghiraldelli Jr, pretendo desbanalizar, refletir,
sobre uma coisa extremamente banal que, por isso mesmo, não é muito
discutida: as eleições. Mais especificamente, sobre a validade das
eleições como termômetro confiável da existência de democracia.
Parafraseando
Hamlet, há algo de podre no reino da democracia, há algo de podre
no reino da sociedade fundada na livre riqueza.
Que
há algo de muito errado com a democracia e que a política não mais
representa os interesses dos cidadãos, trata-se de sensação comum
a grande parte da população, não só do Brasil, mas mundial.
Pode-se
desfiar um rosário de causas que colaboram para esse sentimento de
desalento com a democracia, porém há um elemento que contribui para
isso de forma mais pesada e desequilibra fortemente o valor
individual da participação política. Trata-se da intromissão
indevida da força econômica no processo democrático. Uma sociedade
fundada na prevalência do interesse financeiro é uma sociedade
portadora de um câncer na democracia. Se não tratado, ocorre a
metástase, o enfraquecimento geral e a morte da democracia.
Sociedades, todavia, não morrem, elas se transformam em outra coisa.
Quando a democracia morre, nasce o lobo do totalitarismo, disfarçado
ou não de cordeiro da liberdade.
O
modelo político que autoriza a influência do poder financeiro na
escolha democrática dos representantes nada mais faz do que
transferir para uma parcela infinitesimal da população a
participação efetiva do comando da política e, via de
consequência, da decisão sobre a divisão da riqueza. Ou não?
Define-se
tradicionalmente democracia como o “governo do povo”. Trata-se de
um sistema através do qual cada cidadão possui o direito de
participar do governo, se assim desejar. A definição de democracia,
sob tal angulação, não se esgota e nem cabe simplesmente na
"caixinha" descritiva do permissivo legal de “votar e ser
votado”. Na plenitude, democracia deveria ser o sistema político
que concede a cada cidadão do povo idênticas liberdade e
oportunidade para efetivamente participar do governo, da escolha das
políticas públicas. Qualquer sociedade que impeça ou suprima tal
isonomia de condições não pode ser classificada de democrata.
Sob
tal perspectiva, uma autêntica democracia jamais conseguirá se
desenvolver de forma plena em ambientes sociais que privilegiem o
poder econômico na escolha dos representantes políticos. Não é
necessária muita abstração reflexiva para compreender que os ricos
tentarão, sempre e a todo custo, não somente conservar sua riqueza,
como aumentá-la ao máximo. Basta a cada um que responda com
sinceridade à indagação íntima sobre o que faria se fosse um
multibilionário. O homem-médio, respondendo a si mesmo com
honestidade, diria que, sim, protegeria seu patrimônio e tentaria
ficar ainda mais rico. Até onde cada um iria para efetivar tal
proteção é uma questão com respostas possivelmente bem mais
diversificadas, mas não são tão poucos assim os que matariam a
própria mãe para proteger o patrimônio.
Não
há porque se envergonhar dessa admissão (não de matar a mãe, mas
de querer manter-se rico e mais rico ainda), trata-se da natureza do
ser humano, evolutivamente moldado para se proteger das incertezas do
futuro. Não é algo racional, mas uma característica animal
atávica, instintiva, formada por milhões de anos de evolução e,
por isso mesmo, absolutamente previsível.
Da
mesma forma que o homem-médio procederia, os reais bilionários
sempre fizeram, continuam a fazer e assim persistirão para sempre se
a sociedade permitir. O meio utilizado para materializar essa
intenção é a política, ajudando financeiramente a colocar no
poder (elegendo, se for o caso) pessoas que se comprometam com eles,
com o seu propósito, enfim, com a proteção de seu patrimônio.
Dadas
tais circunstâncias, e com a influência do poder financeiro
agigantada a partir da flexibilização que a globalização impôs
às legislações nacionais no que concerne à supressão das
dificuldades para o movimento transnacional do capital, abalou-se a
confiança na eleição como termômetro da saúde da democracia e,
consequentemente, reduziu-se consideravelmente a confiança nos
políticos eleitos como efetivos representantes dos interesses
públicos.
Imagine-se
a seguinte situação hipotética: alguém consulta um médico, fica
ciente de que está com doença potencialmente fatal, recebe uma
receita com diversos remédios caríssimos e, após a consulta, fica
sabendo que a maior parte dos rendimentos do médico são
provenientes de uma determinada indústria farmacêutica, pagos para
estimulá-lo a receitar os remédios por ela fabricados. A vida desse
paciente depende de um remédio que funcione. Como poderá ter
confiança nesse médico ao verificar, em sua receita, que todos os
remédios prescritos coincidentemente foram produzidos por aquela
fábrica? A maior parte das pessoas, cautelosamente, buscaria uma
outra opinião. Essa situação é bastante similar à vivenciada na
política atual, não somente no Brasil, mas no mundo.
De
modo geral as empresas, principalmente as do setor financeiro (bancos
e seguradoras) e as grandes empreiteiras, custeiam, virtualmente, cem
porcento das campanhas eleitorais, direcionando todo esse maciço de
dinheiro para os candidatos que representam os seus próprios
interesses. Não agem assim por um honrado espírito público, pelo
imperativo categórico de perseguir o bem-comum, quem dera fosse.
Fazem o que fazem para garantir a eleição de seus escolhidos, os
quais, após eleitos, atuam como seus procuradores, ou despachantes,
nos poderes da República. Mesmo os candidatos que, milagrosamente,
conseguem escapar desse círculo vicioso e são eleitos sem apoio
empresarial, passam a ser assediados pelos lobistas das empresas, que
buscam comprar seus apoios. Claro, sempre em troca de algo. Muitos
sucumbem em função daquele mesmo atavismo do qual se falou no
primeiro e no segundo parágrafos.
Não
se criem ilusões. Nenhum sistema político no mundo, nem hoje, nem
no passado, logrou inibir a interferência econômica no ambiente
político. A força individual - física, militar ou econômica - não
somente precede, mas criou o Estado. Portanto, desde o princípio, a
política representa o meio histórico de controle social pelos
ricos. De fato, sempre foi assim, mas... pode melhorar um pouco.
A
democracia é inarredável, dela não se podendo abrir mão, seja no
regime político que for. Contudo, ela pode ser diferente, pode ser
mais democrática.
O
primeiro passo firme em direção a essa mudança é abandonar a
ilusão criada e mantida de que há alguma coincidência entre o
interesse do rico e o interesse da grande massa da população
humana. Nunca houve, nunca haverá. Em termos econômicos, a
sociedade necessita de criadores de emprego e estes necessitam de
empregados. E cessa aí qualquer identidade. Daqui em diante, somente
conflitos.
O
interesse do dono do capital é criar regulações que lhe permitam
crescer, crescer e crescer, sem limites, a fim de ampliar ao infinito
o próprio capital. Ao mesmo tempo, busca evitar que outras pessoas
(os competidores) consigam o mesmo. Só há uma maneira de alcançar
esse resultado: transferir todo o dinheiro, que está repartido em
cada bolso de cada pessoa e em cada cofre de cada empresa, para o
próprio bolso. Antes, havia um mercadinho em cada rua, depois passou
a existir um supermercado em cada bairro, agora estão se formando
grandes conglomerados do varejo, como o Wallmart. No futuro, poderá
haver um desses em cada cidade e só. Isso ocorre em praticamente
todos os segmentos empresariais, como comprova a nossa própria
Ambev, cujo alvo parece ser se tornar a única fabricante de cerveja
do mundo.
Em
outras palavras, o capitalismo, se totalmente liberto de amarras
seguras, não é um sistema econômico que busca privilegiar a
democracia, mas somente a liberdade de enriquecer e destruir os que
se opõem a esse crescimento. Disso decorre que o interesse do
capital é oposto ao interesse do povo, já que a fragmentação do
capital é interessante para a população, produz mais emprego e
mais riqueza comum.
O
povo quer o bem-estar social, que custa muito dinheiro aos governos,
enquanto o capitalista quer que o máximo desse dinheiro vá para o
seu bolso e não para o povo. Há aqui a luta entre o estado de
bem-estar social e o estado mínimo.
A
democracia, por definição, é altruísta, almeja o bem geral de
todos. O capitalismo liberal, também por definição, é egoísta,
busca a riqueza individual ilimitada de poucos.
São,
portanto, incompatíveis e, por isso mesmo, como toda coisa selvagem
e sem controle, o capitalismo necessita de rédeas fortes ou de uma
jaula segura para que as pessoas não sejam atacadas e mortas por
ele, como estão sendo. A mesma lei, portanto, que pode ser entendida
como aprisionadora do capital, possui natureza libertadora em relação
aos demais seres humanos.
O
dono do capital, pois, como mero indivíduo, um ser humano único
como todos os demais, deve ter exatamente a mesma influência
política que é dada a todos os indivíduos da população. A sua
propriedade não pode servir como alavanca ampliativa de seu poder
político.
Um
segundo passo importante a ser dado é na direção de uma mudança
radical no sistema político democrático. A história nos apresenta
o fracasso do sufrágio universal como meio eficaz de atingir
efetivamente a democracia. Não existe um só exemplo histórico de
autêntica representatividade popular democrática alcançada pela
via do voto popular. Não algum que seja livre do peso do poder do
dinheiro. Portanto, cabe adotar um modelo jamais experimentado em
grande escala antes, à prova de falhas e de influência no ânimo e
na vontade popular. Ao que parece, só há um meio eficaz,
revolucionário, de evitar a influência do poder financeiro sobre o
controle da política: a total e completa extinção das eleições
como meio de seleção dos representantes públicos.
Não
se trata de algo absolutamente inédito, apenas muito pouco utilizado
no decorrer da História. Na Grécia clássica, o sorteio era uma das
práticas utilizadas no trato da coisa pública. Aristóteles
considerava o sorteio a forma mais democrática, pois possibilitava
que qualquer cidadão exercesse um cargo no poder.
Uma
reflexão séria sobre a natureza humana e sobre os limites da lei
revela que não há método seguro de controlar a preponderância do
interesse financeiro sobre o interesse popular. Nenhum comportamento
humano deixa de existir em função de ter sido declarado ilícito,
como é exemplo qualquer crime comum.
Nem
mesmo o saudável financiamento público das campanhas é capaz
disso, pois é um modelo que não logra inibir completamente a
possibilidade de influência do dinheiro, de forma sub-reptícia, no
processo eletivo. Por exemplo, não será capaz de impedir o
famigerado caixa dois de campanha. Ainda que a ocorrência de caixa
dois seja reduzida por algum receio da punibilidade, a influência do
dinheiro oculto ainda será possível diretamente no partido
político, no militante ou no futuro candidato, mesmo antes das
eleições, no processo de criação do próprio partido e na escolha
das candidaturas.
Ao
que parece, apenas um modelo é capaz de impedir de forma absoluta a
influência do capital e tornar, de fato, todos iguais no processo de
escolha dos representantes do povo: o método do sorteio entre os
eleitores.
Resumidamente,
aviso logo que sem metodologia e apenas como exercício de reflexão,
trata-se de escolher cada representante popular por sorteio, entre
todos os eleitores cadastrados que se interessem em concorrer.
Dificuldade
técnica não há. Todos os eleitores são cadastrados em escritórios
ou cartórios eleitorais. Assim, em tese, basta que os cidadãos
interessados em participar ativamente do governo declarem essa
intenção ao cartório eleitoral, que fará o sorteio dos cargos
dentre aqueles que manifestarem o mesmo interesse e possuírem
passado ilibado, sem condenação criminal.
Não
existem salvadores da pátria e ninguém é insubstituível. Um país
com milhões de habitantes necessariamente possui uma parcela
considerável de pessoas aptas ao exercício do poder. E a
participação política é um direito-dever do cidadão, de modo que
a possibilidade de exercê-la deve ser ampliada ao máximo possível
de indivíduos.
Trata-se
de um modelo bastante diferente dos que foram majoritariamente
tentados na experiência histórica no que concerne à participação
democrática dos cidadãos na política.
Se
adotado, certamente seria capaz de dar nova feição ao ambiente
político moderno, hoje quase completamente sufocado e corrompido
pela expressividade do poder econômico, ao ponto de Baumann ter
concluído que chegamos ao grau zero de política, ou seja, ao ponto
em que a política não é capaz de refletir as utopias e esperanças
dos eleitores, limitando-se à prática de ações favoráveis aos
conglomerados ou daquelas que beneficiem os próprios interesses dos
"representantes populares".
Esse
é o ponto de partida da reflexão. Claro que é possível imaginar
acréscimos e salvaguardas para melhorar o sistema de sorteio.
Exemplificativamente, a escolha do sorteio poderia recair sobre mais
do que um eleitor para cada vaga e, entre eles, se realizar uma prova
de capacitação mínima, o que garantiria o direito democrático de
participação, mas também que o Estado não venha a ser composto
por pessoas sem a mínima condição de raciocínio próprio. É uma
forma de elitismo, sem dúvida, mas deve-se lembrar que não existe
direito absoluto e que o interesse público está acima do
particular. Para mitigar a elitização, poderia ser uma prova que
privilegiasse mais evidenciar a sabedoria social e política de cada
um do que um conhecimento mais elevado e específico dessa ou daquela
área do saber humano.
Também
é possível imaginar a imposição de mandato único e total
impedimento de aumento da riqueza familiar durante o período de
cumprimento do mandato.
Como
dito, não existem salvadores da pátria e um mandato único, de
quatro, cinco ou mais anos, aumentaria a possibilidade de
participação do maior número possível de cidadãos no governo e
impediria a formação de uma elite de políticos profissionais.
Um
cadastro apurado dos eleitores poderia identificar sua coloração
política, o que poderia ser objeto de regulação para que as vagas
fossem preenchidas proporcionalmente às utopias individuais.
Um
conselho de notáveis, escolhidos democraticamente entre as diversas
organizações civis representativas, com direito de veto instituído
por regulação devida e adequada, seria capaz de mitigar ou impedir
ações de governo desastradas.
Enfim,
é possível pensar em diversos mecanismos de auxílio à democracia
representativa por sorteio, como hoje já existem em benefício da
democracia por sufrágio.
Parodiando
a célebre frase de campanha de Obama, sim, nós podemos mudar. Basta
a coragem de pensar sobre o banal, sobre o tido e havido como
inevitável, e assumir a necessidade de mudá-lo, aceitando o desafio
de implementar o novo.
A
ideia é um tanto louca, de fato, mas já não vivemos nós num
modelo louco?
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