Merval
Pereira, com seu artigo Merval Pereira, com seu artigo "Caminho
Livre", caiu no ridículo pela profecia totalmente equivocada
quanto ao resultado do julgamento do STF sobre a manobra de Cunha na
Câmara para prejudicar a Dilma no processo de impeachment.
Animado
com o voto de Fachin e, provavelmente, insuflado pelo Gilmar Mendes,
de quem é amigo, Merval imaginou que o rito adotado por Cunha seria
aprovado no STF de forma quase unânime. Deu no que deu.
Mas
há uma declaração de Merval nesse artigo da qual se pode extrair
uma verdade. Disse ele que a decisão do STF, que ele imaginava seria
contrária aos interesses da presidenta, daria "a chancela
democrática e legal ao instituto do impeachment, o que transforma em
reles artifício do debate político a acusação de que se trata de
um golpe".
Portanto,
agora que o resultado do julgamento
já
é de conhecimento geral e foi muito diferente da profecia
mervaliana, pode-se interpretar, a contrario sensu e dentro da mesma
lógica desenvolvida pelo Ataulpho (conforme PHA), que o STF desnudou
a manobra de Cunha, dela retirando qualquer possibilidade de ser
entendida como um elemento democrático ético e legal. O voto do
ministro Barroso implica reconhecer que a manobra golpista era isso
mesmo: uma manobra golpista.
A
tentativa de Cunha simbolizou a ponta de um imenso iceberg político
formado em torno da ideia de um golpe para alcançar o que não se
conseguiu pelo mero exercício da democracia: conduzir alguém à
presidência à revelia dos eleitores e sem necessidade de eleição.
Para
Cunha, não custou muito pois em breve estará preso de qualquer
maneira.
Quanto
a Temer, o custo foi mais alto. Se já se considerava desimportante
como vice-presidente, como demonstrou na sua carta mimimi, caso o
impeachment não vingue sua participação no governo será
praticamente zerada. Se porventura o impeachment vier a ocorrer e ele
venha a assumir a presidência pelo restante do mandato, seu poder
estará limitado pela perda do próprio crédito pessoal perante a
população e pelos custos dos compromissos fisiológicos com o
golpe. Provavelmente terá tão pouco poder efetivo como o que
reclama ter como vice. Seu futuro político é bastante sombrio, terá
dificuldades até para se eleger deputado federal novamente. Temer
tornou-se um cadáver político por enquanto insepulto.
Gilmar
Mendes, por sua vez, extremamente irritado com a derrota do resultado
que antecipara ao Ataulpho, esbravejou, gritou, babou, bateu os pés
com força no chão e saiu apressado do plenário, dizendo que iria
viajar, não perdendo a oportunidade, na primeira fala pública, de
ofender descaradamente os ministros do STF que votaram contra a
manobra de Eduardo Cunha no impeachment. Deles disse Gilmar terem
sido "cooptados" pelo governo e que foram
"bolivarianizados", o que pode ou não significar
comprados, mas que certamente significa que, para ele, descumpriram a
lei.
Com
uma declaração como essa, não seria hora de se pensar seriamente
no impeachment de Gilmar Mendes, que não respeita sequer a
instituição que integra, a mais alta corte do país?
Com
a palavra, a OAB ou o Senado.
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