Aécio
Neves. Jovem, playboy, bonito, milionário e senador da República.
Altíssimas chances de ser eleito presidente da República em alguns
anos. Um capital político impressionante. O que faz? Frustrado por
perder a eleição, irrita-se como qualquer criança mimada e lidera
o início do golpe contra a democracia a partir de bases
absolutamente frágeis. Fortalece-se pelo apoio de instituições
privadas e públicas hipócritas e desonestas. O voto dos eleitores é
desprezado, jogado no lixo.
A
democracia não foi criada à toa. Não gosta de ser desprezada e
costuma, no seu tempo, revidar contra golpistas.
O
que a "birra" de Aécio provocou? Uma cisão política no seio da população. O
silêncio que os golpistas esperavam jamais chegou. A inquietação
pública, a indignação popular, impede que a operação criada
contra o inimigo, a Lava Jato, se aquiete. O principal juiz da
operação tenta, de todos os modos, impedir a extensão da operação
para os seus correligionários políticos. Em vão. A operação se
espraia para outras regiões. A Lava Jato de Brasília, que não está
sob a influência direta do juiz de Curitiba, procede como a
República de Curitiba nunca antes procedeu. Age de forma
inteligente, utilizando os delatores, sem alarde, sem vazamentos
criminosos, e consegue obter provas em operações sigilosas.
Grampeiam suspeitos, registram o número de série das notas de
dinheiro entregues aos corruptos, colocam rastreadores nas malas de
dinheiro. Tudo que não foi feito em Curitiba. Produzem-se provas
incontestáveis.
Aécio
Neves. Jovem, bonito, playboy, milionário, ex-senador da República
e, brevemente, futuro presidiário. No bojo, ainda leva a irmã para
o mesmo buraco no qual se enfiou deliberadamente. Possivelmente irá
perder grande parte da fortuna amealhada em tantos anos de "bons
serviços públicos prestados". Tudo porque não possui espírito
democrático. Tudo porque pensou que o mundo estava a seu serviço.
Tudo porque não sabia que os criadores de monstros sempre são
engolidos pelos monstros a que dão a luz. Tudo porque tinha o apoio
irrestrito de certas empresas de mídia poderosas e de certas
autoridades públicas sem caráter, sem moral e sem sentido de ética. Tudo
porque ninguém, com poderes para tal, teve a coragem de impedir que fosse iniciada a
destruição da economia e dos direitos sociais desse país.
As
opções doravante? Eleição indireta, eleição direta ou golpe
militar.
Eleição
indireta significa colocar na presidência mais um representante da
podridão, possivelmente apoiado pela Globo e pelas mesmas
"excelências" que apoiaram o golpe. Os "comentaristas
econômicos" da Globo, cuja receita atual provém mais da área
financeira (aplicações) do que de sua atividade-fim, já pedem a
manutenção da equipe econômica que está arrasando o Brasil e o
povo, mas dando lucro a quem os emprega.
Golpe
militar implica desrespeitar a democracia e colocar no poder pessoa
de caráter e honestidade absolutamente desconhecidos por todos. Quem
disse que militares são todos santos? Quem disse que militares são
todos honestos? Quem disse que militares são todos competentes ou
capazes? Não há garantia alguma quanto à pessoa do general que
vier a comandar o país. O passado os condena. Colocá-los no poder
significa o fim da liberdade de opinião e de reunião, como já
fizeram. Não é possível prever o que ocorreria a partir da
assunção dos militares e não seria possível reclamar do que vier.
Aceite ou morra. Aceite ou vá embora. Foi assim antes, será
certamente de novo. E mais: quem, depois da tomada do poder,
colocaria os militares de volta nas casernas?
Eleição
direta, portanto, é o único caminho a ser trilhado,
preferencialmente para mudar o Executivo e o Legislativo federal. A
representatividade dos atuais políticos acabou. O povo não confia
mais na presidência da República e não confia mais no Congresso
Nacional. Nesse sentido, entendido como procuração para agir em
nome do povo, o mandato de todos já foi revogado tacitamente pela
população. Basta formalizar isso com um emenda constitucional que
determine o fim dos mandatos de todos e novas eleições gerais para
o poder federal.
Essa
é a trilha, a única alternativa a ser seguida para a pacificação social e política do
país. A única possível. Para que não necessitemos mais do
paternalismo pueril de um judiciário contaminado pela sede de poder
e de fama.
Eleições
diretas, já.
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