Dia
de eleição é um dia muito especial para o país e para os Estados.
É o dia em que escolhemos as pessoas que irão nos governar pelos
próximos quatro anos. É o dia em que elegemos nossos pequenos reis
temporários, imperadores de ocasião.
Nenhum
deles fará nenhum milagre e nem isso se deve esperar deles. São
humanos, como qualquer um de nós, que carregarão consigo, para o
governo, suas qualidades e também seus defeitos. Tuido o que têm de
melhor e também tudo o que têm de pior.
Seja
quem for eleito, em breve estará nos jornais, nas revistas e nas
tevês sendo objeto de matérias que o ligará aos grandes feitos e
às notícias de corrupção.
Justamente
porque é da natureza humana possuir defeito é que o governante, que
representa o poder executivo, não deve enfeixar em suas mãos
poderes absolutos de gestão. O poder necessita ser dividido entre os
com os outros poderes do Estado: o legislativo e o judiciário.
E,
mais importantes do que a pessoa que vai ocupar o mais alto cargo do
executivo, são as que irão exercer fiscalização e fornecer as
condições de governabilidade: os deputados e senadores. Esses devem
ser selecionados meticulosamente, escolhidos a dedo, com a máxima
cautela.
Seja
como for, há que se buscar, nos candidatos, o seu passado ético e
de compromisso com a coisa pública. É inconcebível, por exemplo,
confiar o sagrado voto num candidato que, tendo se dedicado somente à
política a vida inteira, tenha ficado rico. O motivo é óbvio: não
é possível dedicar-se integralmente à política e ficar rico. O
salário de político, seja qual for o cargo, vereador, deputado ou
senador, é bom, porém insuficiente para o enriquecimento pessoal.
O
bom político, de direita ou de esquerda, o político honesto, quer o
bem da nação, persegue o bem de seu povo. Portanto, ninguém deve
ter pruridos em se afirmar de direita ou de esquerda (muitos duvidam
de que essa diferenciação ainda faça algum sentido).
Contudo,
todo eleitor deve se envergonhar de votar em alguém cujo passado
desconheça. Se envergonhar de não mais se lembrar do nome do
deputado em quem votou na última eleição.
Esse
eleitor descompromissado é a razão primeira, o verdadeiro
responsável, pelo descalabro político no qual o país se encontra.
Não são os políticos os responsáveis pelas falcatruas. O
responsável é o eleitor idiota que o colocou lá.
O
dia da eleição é o dia em que o cidadão pode dizer “não”.
É
o dia em que nós, essas coisas miúdas, imperceptíveis e impotentes
fora das eleições, os cidadãos, temos, de fato, o controle, se
assim o quisermos.
Atualização
de post publicado originalmente em Marcio Comenta em 29/10/2006
Nenhum comentário :
Postar um comentário