Imagine-se
viajando por um ano inteiro, sem possibilidade de receber qualquer
notícia sobre os acontecimentos do mundo e do Brasil. O que você
acha que aconteceria de importante durante sua ausência? Respondo:
nada!
O
Brasil continuaria no mesmo lugar, com a mesma política e os mesmos
problemas de sempre.
Curiosa
essa sensação que temos de que alguma coisa possa mudar
significativamente com o tempo. Pura ilusão.
Se
pensarmos bem, fundamentalmente nada mudou muito para os seres
humanos desde que abandonamos as cavernas. Ainda temos que nascer,
crescer aprendendo a caçar nosso alimento, arrumar uma macaca (ou um
macaco) para nos fazer companhia e para procriarmos, ensinar nossos
filhos a caçar, para que repitam a nossa história, e, enfim,
morrer.
Talvez
uma grande mudança ocorrida desde os tempos do cro-magnon tenha sido
a possibilidade de acumular caça. Essa é uma novidade, embora não
muito boa.
Nada
muda e nada mudará significativamente ainda durante muito tempo. Os
mais fortes, não os fisicamente fortes, mas os poderosos, sempre
deixarão mais genes e mais "benes" do que os mais fracos.
Pode
parecer que estou meio down, mas, animem-se, nada do que acabei de
dizer é ruim. Confio na sapiência da natureza. Se ainda nos
comportamos basicamente como já o fazíamos nos tempos das cavernas
é porque a natureza sabe o que faz.
A
natureza, não se deve lutar contra ela. Tudo a seu tempo.
O
tempo agora é da carne, um dia será do espírito.
Enquanto
carne, creio que tentar ser feliz e tentar fazer as pessoas ao redor
felizes é a melhor receita para um mundo menos hostil e mais
igualitário.
Tentar
não magoar ninguém é missão difícil, sei bem.
Em
algum momento sempre se acaba por causar infelicidade a alguém, por
magoar uma pessoa. O que fazer? Somos humanos, somos carne.
Se
acontecer, o melhor a fazer é entregar-se à tristeza por uns
momentos, como uma espécie de expiação e, sempre que possível,
pedir perdão. Depois, ir em frente.
É
assim que foi, que é e vai continuar a ser ainda por muito tempo.
Atualização
da publicação original de Marcio Comenta em 17/11/2006.
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