quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A ilusão das mudanças


Imagine-se viajando por um ano inteiro, sem possibilidade de receber qualquer notícia sobre os acontecimentos do mundo e do Brasil. O que você acha que aconteceria de importante durante sua ausência? Respondo: nada!
O Brasil continuaria no mesmo lugar, com a mesma política e os mesmos problemas de sempre.
Curiosa essa sensação que temos de que alguma coisa possa mudar significativamente com o tempo. Pura ilusão.
Se pensarmos bem, fundamentalmente nada mudou muito para os seres humanos desde que abandonamos as cavernas. Ainda temos que nascer, crescer aprendendo a caçar nosso alimento, arrumar uma macaca (ou um macaco) para nos fazer companhia e para procriarmos, ensinar nossos filhos a caçar, para que repitam a nossa história, e, enfim, morrer.
Talvez uma grande mudança ocorrida desde os tempos do cro-magnon tenha sido a possibilidade de acumular caça. Essa é uma novidade, embora não muito boa.
Nada muda e nada mudará significativamente ainda durante muito tempo. Os mais fortes, não os fisicamente fortes, mas os poderosos, sempre deixarão mais genes e mais "benes" do que os mais fracos.
Pode parecer que estou meio down, mas, animem-se, nada do que acabei de dizer é ruim. Confio na sapiência da natureza. Se ainda nos comportamos basicamente como já o fazíamos nos tempos das cavernas é porque a natureza sabe o que faz.
A natureza, não se deve lutar contra ela. Tudo a seu tempo.
O tempo agora é da carne, um dia será do espírito.
Enquanto carne, creio que tentar ser feliz e tentar fazer as pessoas ao redor felizes é a melhor receita para um mundo menos hostil e mais igualitário.
Tentar não magoar ninguém é missão difícil, sei bem.
Em algum momento sempre se acaba por causar infelicidade a alguém, por magoar uma pessoa. O que fazer? Somos humanos, somos carne.
Se acontecer, o melhor a fazer é entregar-se à tristeza por uns momentos, como uma espécie de expiação e, sempre que possível, pedir perdão. Depois, ir em frente.
É assim que foi, que é e vai continuar a ser ainda por muito tempo.


Atualização da publicação original de Marcio Comenta em 17/11/2006.

Nenhum comentário :

Postar um comentário