O
que me perturba não é renunciar aos desejos impossíveis. A
validade do desejo, que justifica lutar por alcançá-lo, está
ancorada na obtenção do prazer sincero, que conduz à alegria e à
felicidade. Desejos impossíveis, contudo, conduzem à inexorável
frustração, que é o contrário do prazer.
Tampouco
lamento abrir mão daquilo que possa ferir o alheio. O utilitarismo
não pode justificar qualquer violência ao próximo.
O
que de fato me incomoda é abandonar um desejo por qualquer coisa
além de mim e aquém do outro. Pelo que pensa o rei ou pelo que
sente o sacerdote, pela fala da fofoqueira ou pelo cacarejar dos
moralistas.
Liberdade
é mais do que uma calça jeans azul e desbotada. Liberdade é poder
vestir essa calça e com ela perseguir os desejos mais loucos, ir
para qualquer direção, qualquer orientação.
Porque
liberdade é mais do que apenas sonhar, é também sentir a vibração
de ser possível realizar.
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