Zeitgeist,
segundo a Wikipédia, "é um termo alemão cuja tradução
significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos
tempos.
Zeitgeist
significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do
mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um
determinado período de tempo".
Palavra
muito usada em filosofia como referência à temporalidade do
pensamento humano, sempre sujeito às condições históricas vividas
pelo pensador, Zeitgeist, o Filme, é um documentário produzido no
ano de 2007 por um americano chamado Peter Joseph, que aborda três
temas: cristianismo, ataques de 11 de setembro e o Federal Reserve, o
Banco Central dos Estados Unidos.
Só
uma palavra me ocorre para descrever o documentário: aterrador.
Na
primeira parte, que não é a que considero aterradora, apenas uma
descrição patética da demanda humana por mitologia reveladora, o
documentário renova a tese segundo a qual a religião judaico-cristã
encontra seus fundamentos mitológicos nas crenças religiosas do
antigo Egito e outros povos anteriores aos judeus. A tese não é
inovadora e Freud, em seu livro Moisés e a Religião Monoteista já
antes a defendera.
O
documentário afirma que o mito de Jesus Cristo é baseado no mito
anterior do deus egípcio Hórus que, da mesma forma que Jesus,
nasceu de uma virgem, foi presenteado por três reis no nascimento,
andou sobre as águas, ressuscitou um homem, teve doze discípulos,
foi traído por um deles, previu sua morte um dia antes e ressuscitou
três dias depois da morte.
A
inovação, em relação à Freud, fica por conta da tese de que
esses fatos, idênticos em relação a Cristo e Hórus e outras
divindades antigas, são devidas a eventos astrológicos. É bastante
interessante.
Quanto
à parte aterradora do documentário, a que antes me referi, fica por
conta das duas partes finais, que falam sobre o ataque de 11 de
setembro e sobre o controle do Federal Reserve por particulares e
como este controle domina, de fato, o mundo inteiro. Aliás, sobre o
domínio do mundo por financistas, há um outro documentário,
chamado "Let's make money", com o relato pessoal de um
ex-assassino econômico chamado John Perkins, sobre o qual já
comentei aqui no blog e que também vale muito a pena assistir. Mas,
voltemos ao Zeitgeist.
Os
assim chamados ataques de 11 de setembro de 2001 são apresentados
pelo documentarista como um "ataque de falsa bandeira", ou
seja, um artifício do próprio governo dos Estados Unidos utilizado
para impor uma agenda financeira e geopolítica para o país, bem
como para impor restrições às liberdades individuais que serão
necessárias num futuro próximo de planejado totalitarismo
americano.
Por
fim, o documentário descreve a conspiração da elite financeira
mundial para a criação de crises econômicos e guerras, através
das quais alcançam ainda maior controle sobre o capital e sobre os
próprios indivíduos, vistos como meros escravos absolutamente
descartáveis.
Óbvio
que o documentário possui todo aquele ar de teoria da conspiração,
o que de modo algum significa que as suposições não possam,
afinal, ser verdadeiras.
Como
afirmou Baudelaire, a maior astúcia do diabo é convencer-nos de que
ele não existe.
Assistam
o documentário pois vale a pena. Aqui vai o link:
http://www.youtube.com/watch?v=rdIeqGKfUD8
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