"Quero
combater essa ideia de que Brasil precisa acabar com a elite. O
problema do Brasil é a falta de elite." Marina Silva,
justificando sua parceria política com Maria Alice Setúbal,
conhecida como Neca, herdeira do Banco Itaú, e deixando claro que
seu governo beneficiará a elite.
Creio
ser importante saber o que pensam as pessoas que integram a equipe da
candidata Marina Silva. Vejamos dois dos mais importantes membros de
sua equipe econômica, Eduardo Giannetti e André Lara Resende.
Eduardo
Giannetti da Fonseca
O
economista Eduardo Giannetti da Fonseca é o mais influente
conselheiro econômico de Marina Silva. O jornalista Ricardo Arnt,
diretor da revista Planeta, em seu livro “O que os economistas
pensam sobre sustentabilidade”, colheu alguns pensamentos
econômicos de Eduardo Giannetti através de entrevista pessoal.
No
geral, Giannetti prega o elitismo econômico como meio de evitar
danos ambientais. Isso se daria principalmente através do
encarecimento brutal de alguns bens de consumo, como, por exemplo, a
carne e as viagens de avião, de modo que somente fossem acessíveis
aos ricos. São palavras suas: “o preço da carne vai ter de ser
muito caro, o leite terá de ficar mais caro”, porque, segundo ele,
“comer um bife é uma extravagância do ponto de vista ambiental”
(pág. 72). E mais, “pegar um avião para atravessar o Atlântico é
uma extravagância sem tamanho, do ponto de vista ambiental” porque
se “emite mais dióxido de carbono do que um indiano durante uma
vida” (pág. 71).
Para
Giannetti, o único meio eficaz de combater esses “excessos” é
elevar o preço de “tudo que tem impacto ambiental”, o que
impossibilitaria o acesso dos menos favorecidos. Giannetti não
apresenta uma única solução ambiental que implique sacríficios a
serem feitos pelos ricos. Para ele, criou-se “no mundo moderno um
sistema que é quase uma regra de convivência: você busca situações
e posses que deem a você algum tipo de admiração, de respeito,
daqueles que estão a seu redor. Contrapartida disso, quando se
espalha e se massifica em escala planetária, na China, na Índia, no
Brasil, é a destruição irreparável da natureza”. Portanto, para
Giannetti o problema do consumo é quando ele chega aos pobres
chineses, indianos e brasileiros, o que provoca “a destruição
irreparável da natureza”. Carne e avião são somente a ponta do
iceberg do consumo. Logo se poderá pensar em restringir o consumo
dos pobres em relação a outros bens, como carros, celulares,
viagens de qualquer espécie, alimentos de “luxo” como iogurtes e
queijos e por aí vai. Afinal, todos são poluidores no uso ou na
produção.
Giannetti
ainda pregou, em palestra realizada em Campinas no evento "A
economia Brasileira: Desafios ao seu crescimento", que as
universidade públicas sejam pagas por aqueles que podem pagar.
Segundo ele, as famílias que podem pagar são aquelas cuja renda
familiar supere os dez mil reais.
André
Pinheiro de Lara Resende
André
Pinheiro de Lara Resende é economista, banqueiro e multimilionário.
Foi um dos arquitetos do fracassado Plano Cruzado, do governo Sarney
(1986). Defendeu o confisco das poupanças durante o governo Collor
de Melo. Foi dos integrantes da equipe econômica que elaborou o
Plano Real, no governo FHC. A convite de FHC, assumiu a presidência
do BNDES em abril de 1998 e, seis meses depois teve renunciar por
conta do escândalo do grampo do BNDES, que também derrubou Luiz
Carlos Mendonça de Barros, então no Ministério das Comunicações
e que era ex-sócio de Lara Resende em um banco.
Lara
Resende foi sócio de Mendonça de Barros no banco Matrix e fez
fortuna com a valorização da moeda brasileira, ocorrida logo após
a implantação do Plano Real, do qual ele próprio foi um dos
formuladores. Questionado no programa Roda Viva sobre o uso de
informação privilegiada para ficar rico, ele respondeu, de forma
irônica, que tinha "formação privilegiada" e não
informação privilegiada. Acusado de improbidade administrativa em
ação movida pelo Ministério Público Federal, em razão do
processo de privatização da Telebrás, durante o governo Fernando
Henrique Cardoso, foi absolvido pela Justiça Federal de primeira
instância em março de 2009. O Ministério Público recorreu da
decisão.
fontes:
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