quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O pensamento econômico de Marina Silva


"Quero combater essa ideia de que Brasil precisa acabar com a elite. O problema do Brasil é a falta de elite." Marina Silva, justificando sua parceria política com Maria Alice Setúbal, conhecida como Neca, herdeira do Banco Itaú, e deixando claro que seu governo beneficiará a elite.

Creio ser importante saber o que pensam as pessoas que integram a equipe da candidata Marina Silva. Vejamos dois dos mais importantes membros de sua equipe econômica, Eduardo Giannetti e André Lara Resende.

Eduardo Giannetti da Fonseca
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca é o mais influente conselheiro econômico de Marina Silva. O jornalista Ricardo Arnt, diretor da revista Planeta, em seu livro “O que os economistas pensam sobre sustentabilidade”, colheu alguns pensamentos econômicos de Eduardo Giannetti através de entrevista pessoal.
No geral, Giannetti prega o elitismo econômico como meio de evitar danos ambientais. Isso se daria principalmente através do encarecimento brutal de alguns bens de consumo, como, por exemplo, a carne e as viagens de avião, de modo que somente fossem acessíveis aos ricos. São palavras suas: “o preço da carne vai ter de ser muito caro, o leite terá de ficar mais caro”, porque, segundo ele, “comer um bife é uma extravagância do ponto de vista ambiental” (pág. 72). E mais, “pegar um avião para atravessar o Atlântico é uma extravagância sem tamanho, do ponto de vista ambiental” porque se “emite mais dióxido de carbono do que um indiano durante uma vida” (pág. 71).
Para Giannetti, o único meio eficaz de combater esses “excessos” é elevar o preço de “tudo que tem impacto ambiental”, o que impossibilitaria o acesso dos menos favorecidos. Giannetti não apresenta uma única solução ambiental que implique sacríficios a serem feitos pelos ricos. Para ele, criou-se “no mundo moderno um sistema que é quase uma regra de convivência: você busca situações e posses que deem a você algum tipo de admiração, de respeito, daqueles que estão a seu redor. Contrapartida disso, quando se espalha e se massifica em escala planetária, na China, na Índia, no Brasil, é a destruição irreparável da natureza”. Portanto, para Giannetti o problema do consumo é quando ele chega aos pobres chineses, indianos e brasileiros, o que provoca “a destruição irreparável da natureza”. Carne e avião são somente a ponta do iceberg do consumo. Logo se poderá pensar em restringir o consumo dos pobres em relação a outros bens, como carros, celulares, viagens de qualquer espécie, alimentos de “luxo” como iogurtes e queijos e por aí vai. Afinal, todos são poluidores no uso ou na produção.
Giannetti ainda pregou, em palestra realizada em Campinas no evento "A economia Brasileira: Desafios ao seu crescimento", que as universidade públicas sejam pagas por aqueles que podem pagar. Segundo ele, as famílias que podem pagar são aquelas cuja renda familiar supere os dez mil reais.
André Pinheiro de Lara Resende
André Pinheiro de Lara Resende é economista, banqueiro e multimilionário. Foi um dos arquitetos do fracassado Plano Cruzado, do governo Sarney (1986). Defendeu o confisco das poupanças durante o governo Collor de Melo. Foi dos integrantes da equipe econômica que elaborou o Plano Real, no governo FHC. A convite de FHC, assumiu a presidência do BNDES em abril de 1998 e, seis meses depois teve renunciar por conta do escândalo do grampo do BNDES, que também derrubou Luiz Carlos Mendonça de Barros, então no Ministério das Comunicações e que era ex-sócio de Lara Resende em um banco.
Lara Resende foi sócio de Mendonça de Barros no banco Matrix e fez fortuna com a valorização da moeda brasileira, ocorrida logo após a implantação do Plano Real, do qual ele próprio foi um dos formuladores. Questionado no programa Roda Viva sobre o uso de informação privilegiada para ficar rico, ele respondeu, de forma irônica, que tinha "formação privilegiada" e não informação privilegiada. Acusado de improbidade administrativa em ação movida pelo Ministério Público Federal, em razão do processo de privatização da Telebrás, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foi absolvido pela Justiça Federal de primeira instância em março de 2009. O Ministério Público recorreu da decisão.
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