terça-feira, 26 de agosto de 2014

Prisioneiros do passado



O ser humano é prisioneiro do próprio passado.
Quando finalmente o cérebro humano se desenvolveu e a inteligência alcançou a razão, o tempo despendido nessa aventura foi muito inferior ao tempo necessário à selvagem sobrevivência.
O tempo da razão é histórico, enquanto o tempo da selvageria é tectônico.
Tal disparidade temporal, com imenso privilégio da animalidade sobre a racionalidade, conduziu a história cultural humano a ser preenchida por mitos, preconceitos, dogmas religiosos, ideias de dominação e todas as demais elementos culturais incentivadores e sustentadores das desigualdades.

Criaram-se barreiras ideológicas hoje virtualmente intransponíveis.
O desafio humano é superar a selvageria granítica, sobrepujar as irracionalidades, para a construção da boa sociedade. Aquela na qual a dignidade de cada ser humano será um valor indiscutível, pois a razão dirá que somente a partir dessa visão a comunidade humana estará em segurança, livre dos muros, das cercas elétricas e das bombas de persuasão e dissuasão.
O afastamento de um futuro sombrio depende dessa superação.

Ainda é possível, mas o tempo está passando. Tic, tac, tic, tac.

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