A
delação da JBS evidenciou a gritante diferença no modo de
aplicação do instituto da delação premiada entre a Lava Jato de
Brasília e a da República de Curitiba. Em Brasília, houve a
primazia da inteligência no curso da operação e do sigilo das
diligências. O vazamento, quando ocorreu, foi após a consumação
das principais diligências e não antes ou durante, como age Moro,
mais interessado nas repercussões políticas de suas ações do que
em produzir justiça. Segundo analistas políticos, o vazamento
possivelmente foi realizado por algum partidário de Aécio
infiltrado na PF ou na PGR, como modo desesperado de alertar os
companheiros de tunga e, assim, permitir a ocultação de provas.
As
novas delações, ao lado de provocar talvez o maior terremoto
político da história nacional, desmoralizam o modus operandi da
República de Curitiba. A PGR de Brasília mostra para o Brasil como
se faz investigação com base em delação premiada. Os delatores
não foram presos preventivamente. Suas famílias não foram
perseguidas. Não se apreendeu tablet do neto de ninguém. Não
houve necessidade de tortura psicológica. As delações foram
realizadas em sigilo.