sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Três anos de blog




Amigos e leitores queridos, quero dividir com vocês a imensa alegria que estou sentindo. Meu blog - Marcio Valley - Pra falar de tudo um pouco -, foi fundado em dezenove de outubro de 2010, portanto, há três anos.
Nesse momento, o blog conta com cento e oitenta e oito postagens e mais de onze mil acessos, o que significa, em média, pouco mais de cinco publicações por mês, com trezentos acessos no mesmo período. Em outras palavras, estou publicando, em média, um artigo novo a cada seis dias, com dez acessos por dia.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dividido



Nunca me tornarei meu sonho de ser
Nem encaixarei esse modelo que me dão,
Serei eterno no que sou,
Presa da própria alma, prisioneiro de meu coração.
Incapaz de mudar a importância que me dou
Deixando para trás
O que dói, o que me aperta,

domingo, 20 de outubro de 2013

A distribuição da riqueza




O planeta possui 7 bilhões de pessoas. Dados espantosos sobre a distribuição da riqueza:
1 - Qualquer pessoa que possua bens em valor total superior a R$ 8.600,00 (uma moto usada) possui mais riqueza do que 3 bilhões e 500 milhões de pessoas no mundo inteiro. Está na metade superior da posse de riquezas.
2- Quem possui bens em valor superior a 162 mil reais (uma casa simples em São Gonçalo, RJ) possui mais riqueza do que 6 bilhões e 300 milhões de pessoas. Pertence aos dez porcento mais ricos do mundo.
3- Quem tem bens em valor superior a um milhão e seiscentos mil reais (uma boa casa em Camboinhas, Niterói, RJ), possui mais riqueza do que 6 bilhões e 930 milhões de pessoas. Faz parte da fatia correspondente a um porcento da população mundial, mais rica do que os 99% restantes.
Conclusão: num planeta extremamente injusto, até as classe média e média alta são consideradas ricas. Apenas trinta e dois milhões de pessoas podem ser consideradas, de fato, ricas, sendo que 161 delas controlam cerca de 140 corporações que, por sua vez, dominam praticamente todo o sistema econômico e político do mundo. Esse é o sistema que defendemos com unhas e dentes?

Black blocks

















É difícil debater assuntos tão complexos como sobre os agora notórios black blocks em poucas palavras.
Os seres humanos alcançaram um tal grau de desenvolvimento do pensamento e da civilização que certos modelos de organização social há muito deveriam ter sido abandonados. Não mais é possível conviver com um sistema que permite a um pequeno grupo de pessoas acumular bilhões em dólares enquanto, simultaneamente, existe uma outra quantidade medida em bilhões, o de gente miserável passando fome ou à beira de.
Doze milhões e quinhentas mil pessoas morrem todos os anos de fome. São trinta e cinco mil por dia. Isso é produto direto do tipo de sistema econômico defendido por grande parte da população, inclusive pelos pobres. A presa (o povo) acostumou-se a defender o predador (os donos do poder). Nos últimos vinte anos, o capitalismo matou de fome mais pessoas do que todas as guerras do século XX somadas.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Força Fran!


Foi muito comentado o caso da menina Fran, de apenas dezenove anos, que teve um vídeo de uma relação sexual dela com o namorado, casado com outra pessoa, divulgado na internet. A divulgação do vídeo foi supostamente praticada pelo próprio namorado da menina. Na rede, foram muitos os comentários de apoio à Fran e muitos outros de repúdio ao comportamento dela. No vídeo, ela aparece praticando sexo oral no namorado e oferecendo-lhe sexo anal, com um gesto de "ok", que inclusive virou meme nas redes sociais.
Houve críticas ao caráter da menina e muitos consideraram que o comportamento dela é fruto da própria conduta das mulheres que realizam, por exemplo, as "marchas das vadias" ou erguem cartazes em prol da legalização da prostituição, nos quais se lê "sou puta mas sou feliz".

sábado, 5 de outubro de 2013

Processo civilizatório e os soluços da insensatez















Para as pessoas que possuem consciência política de fato,ou seja, que não se limitam a repetir bordões e aderir a linchamentos, mas estão verdadeiramente preocupadas em entender os meandros que conduzem o processo político mundial, Brasil no meio, a apresentar-se como se apresenta, recomendo a leitura desse excelente texto do jornalista, economista e músico Luis Nassif.

Basicamente, Nassif acredita que o Brasil está vivenciando um momento histórico de inclusão social, similar ao da libertação dos escravos e à conquista das sufragistas pelo direito de voto feminino, por exemplo. Nessas ocasiões, sempre insuflado pela mídia conservadora, que protege os interesses da porção mais rica da sociedade, o povo, notadamente a classe média, se divide entre os que aderem à inclusão social (os abolicionistas ou feministas, por exemplo) e os que preferem a manutenção do status quo anterior (os escravagistas ou sexistas).

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O capital, de Costa Gavras


Para aqueles que ingenuamente consideram que não mais existe o conflito capital x trabalho, o novo trabalho do cineasta francês Costa Gavras tem tudo para se tornar um balde de água fria.
Em "O Capital", Costa Gavras tece uma crítica ácida ao modelo de capitalismo vivenciado atualmente, que se tornou um mecanismo produtor de corrupção. Segundo o próprio cineasta, falando sobre o filme, o sistema financeiro tornou-se uma obscena estrutura de poder paralela e mais forte do que o sistema político-democrático. Hoje os bancos são mais fortes que os governos.
O filme é um alerta sobre o perigo que a acumulação de dinheiro pode trazer à sociedade, na medida em que o sistema financeiro não respeita qualquer princípio ético e nega-se a si qualquer responsabilidade moral na perseguição ao lucro e ao enriquecimento dos executivos e dos acionistas.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A manipulação da informação pela Folha de São Paulo

Vejam como o jornal “A Folha de São Paulo” trata as informações que veicula.
Não mereceu nenhuma manchete - Doação de R$ 8,25 milhões à campanha de Geraldo Alckmin em 2010 feita por Ana Maria Gontijo, mulher de José Celso Gontijo, dono da Via Engenharia, um dos mais poderosos empresários do Distrito Federal, e que prestou serviços no Governo Serra e Alckmin.

Unanimidade e inteligência


Aderir a qualquer unanimidade é fácil e sequer exige o uso da inteligência, pois faz parte de nossa natureza participar da vontade coletiva da manada mesmo quando ela se joga inteira no precipício.
O ser humano que age assim abdica da racionalidade, nisso se igualando a qualquer animal que viva em bandos. Talvez seja por isso que Nelson Rodrigues pontificou que toda unanimidade é burra.
A conduta inteligente é um pouco mais difícil e exige o uso da razão. Trata-se de, em meio à tormenta, à turbulência, no calor de uma multidão enfurecida, ser capaz de lançar uma visão global sobre o problema, refletir sobre as opções disponíveis e, de forma racional, escolher a melhor ou a menos pior delas.
Isso é o que nos diferencia, nos qualifica e nos torna seres pensantes e culturais.

Lei, justiça e dinheiro


A lentidão da justiça, que é a origem da sensação geral de injustiça e impunidade, não é um atributo exclusivo da justiça brasileira, mas um problema no mundo inteiro, ainda que com variação de grau.
Essa lerdeza, com muita razão criticada, ocorre porque é quase impossível equalizar a necessidade coletiva de justiça célere com a necessidade individual de amplo direito de defesa, que é um direito decorrente de imperativo ético-moral social, do qual não pode renunciar uma sociedade dita civilizada.
Ao contrário do pensamento comum, o tratamento diferenciado que os ricos recebem da justiça não está substantivada na lei, encontrando justificativa em normatividade não escrita e nem assumida publicamente. Trata-se da pragmática comum de atribuir deferência a quem detém riqueza ou poder de influência, como, de resto, geralmente ocorre não somente na justiça, mas em todas as demais instituições humanas, com raras exceções, sendo uma delas a... nesse momento não consigo recordar de nenhuma.

Processo, justiça, informação e medidas extremas


Poucas pessoas possuem acesso direto aos autos de um processo criminal. Em geral, apenas o acusado, seu defensor, o juiz, alguns serventuários e mais meia dúzia de outros interessados. Entretanto, à exceção possível do acusado, mesmo estas pessoas não estavam no local do crime e não o testemunharam, de modo que são incapazes de assegurar que a verdade formal, aquela que foi produzida nos autos a partir de relatos de testemunhas ou de outras provas, corresponde à verdade real, ou seja, ao fato efetivamente ocorrido.
Se isso é verdade para quem possui proximidade com o processo penal, acessando diretamente as provas produzidas, muito mais o será para quem não tem acesso algum. Nessa hipótese, opinar de forma categórica, defendendo veementemente a inocência ou a culpa de alguém que nunca viu na vida, de caráter e personalidade desconhecidas, constitui ação de extrema leviandade.
Em todo o mundo, mesmo em países cuja polícia técnica é saudada costumeiramente em filmes e séries de televisão, são absolutamente corriqueiros os casos de provas que culparam indevidamente inocentes, inclusive as indevidamente consideradas infalíveis provas de DNA.

Deus é comunista


Se existe um Deus criador de todas as coisas, perfeito, onisciente, onipotente, onipresente e que no concedeu o livre-arbítrio, então a sua perfeição pressupõe a igualdade de valor entre todas as criaturas, pois todas se originam Dele.
Se a igualdade de valor vêm de Deus, assim também deve ser entre os seres humanos.
Se, sob os olhos de Deus, todos os seres humanos merecem o mesmo valor, não existe qualquer razão para divisões sociais, para a existência simultânea de poderosos milionários e despossuídos miseráveis.
Concluo, então, que Deus nos concedeu a graça do livre-arbítrio para que, por evolução da sabedoria, chegássemos à auto-decisão de adotar o império da igualdade entre os homens.
E concluo, também, que os comunistas, seres humanos imperfeitos que são, são ateus por equívoco, enquanto que Deus, por perfeita decisão, outra coisa não pode ser senão comunista.

Estados Unidos, liberdade de expressão, Joaquim Barbosa e algemas na jornalista brasileira



Os EUA são considerados o país da democracia e da liberdade de expressão, utilizado por considerável parcela da população brasileira como paradigma para a prática de um esporte muito popular: a explicitação de baixa autoestima através do louvor a uma nação estrangeira e depreciação do próprio país.
Será que a nação norte-americana é tudo isso mesmo ou não passa de puro exemplo de propaganda enganosa? Talvez a resposta à indagação deva ser buscada, não nos grandiosos números da economia norte-americana, mas nos detalhes. Afinal, como se sabe, o diabo mora nos detalhes.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mensalão, um julgamento medieval



Existem pessoas que, previamente a qualquer manifestação sobre determinado assunto, pesquisam e refletem sobre. Existem outras que, movidas por pré-juízos, aderem irrefletidamente a movimentos de massa. Existem outras, ainda, que agem casuisticamente, seguindo a cartilha Ricúpero ("o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde"), ou seja, não procuram a verdade porque consideram-na irrelevante para manutenção de seu posicionamento, pois os fins justificam os meios.
A indignação contra a corrupção envolvida no caso alcunhado de "mensalão" pode derivar, para algumas pessoas, diretamente dos supostos crimes cometidos ou, para outras, simplesmente partir do princípio de que qualquer condenação de político é justa (principalmente do PT), já que, como se sabe, "todo político é corrupto".
O anseio popular, desse modo, é tanto por justiça, como por mero justiçamento.

O refluxo do mensalão - parte II

Cláudio Lembo é jurista e professor universitário, tendo ocupado o cargo de vice-governador do estado de São Paulo no período 2003/2006, ao lado do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Nada possui, portanto, de petista.
Segundo opinião manifestada em seu artigo "Mensalão e democracia", cujo link é disponibilizado ao final do texto, Claudio Lembo afirma que, no processo do chamado "mensalão", foram alterados entendimentos jurisprudenciais remansosos, consolidados, de longa maturação. Como exemplo, afirma que não houve preocupação de preservar a imagem de nenhum denunciado, tendo o STF agido como nos antigos juízos medievais, que expunham os acusados à execração pública.

O refluxo do "mensalão"


O jurista Ives Gandra Martins, de 78 anos, possui 56 anos de advocacia e é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra. É autor de dezenas de livros já publicados, inclusive em parceria com alguns ministros do STF.
Com um currículo desse, dele se pode afirmar tudo, menos que seja petista. Pelo contrário, Ives Gandra situa-se, no espectro político, em polo oposto ao do PT.
Em longa entrevista concedida à Folha de São Paulo, de uma página inteira e que, apesar disso, não mereceu qualquer destaque na capa do periódico, ele sustenta que o processo do chamado "mensalão", possui duas interpretações possíveis. Uma delas é positiva, pois abre a expectativa de "um novo país" em que políticos corruptos seriam punidos. A outra, todavia, é ruim e perigosa, pois o STF teria abandonado o princípio fundamental de que a dúvida deve sempre favorecer o réu.

Os grandes casos de corrupção do país


A imprensa alcunhou o caso "mensalão" de o maior caso de corrupção da história. A afirmação está muito distante da verdade. São vários os escândalos anteriores envolvendo desvio de dinheiro público em volume muito superior.
Para ficar em dois exemplos, a Privataria Tucana gerou prejuízos ao Brasil de mais de duzentas vezes o valor do "mensalão", enquanto o caso do Banestado, do governo do Estado de São Paulo, equivale a cerca de oitenta "mensalões".
Nestes dois casos, durante governos do PSDB, a corrupção alcançou quase trezentas vezes o "mensalão", o que transformaria os corruptos dos governos petistas em meros ladrões de galinha.

domingo, 1 de setembro de 2013

Beleza feminina



Todos os corpos são essencialmente belos, pois todos são repositórios do que a pessoa possui de mais profundo, que é a própria alma.
A noção estética de oposição à beleza - o feio - é uma construção cultural inexistente na realidade. A beleza jamais estará na forma do outro ou da outra, mas na maneira como se percebe essa forma e que envolve o apreço ou desapreço pela alteridade.
Quem não enxerga o belo é porque não o possui dentro de si, inebriado por uma cegueira narcísica.
Foi assim que interpretei a mensagem passada pelo blog “Batalha dos Corpos”, um manifesto contra as imposições de uma suposta beleza feminina.

Rede Globo, apoio ao golpe de 64, antipetismo e você: tudo a ver


Em editorial, o jornal "O Globo" finalmente pediu desculpas ao povo por seu explícito apoio ao golpe militar de 1964. Cinquenta anos depois, "O Globo" reconhece que o seu posicionamento, à luz da história, foi incorreto.
Vindo de "O Globo", não se poderia esperar perfeição no reconhecimento de um erro. De fato, ao lado de se desculpar, a publicação tenta se justificar na afirmação de que, na ocasião, o povo estaria contra o governo de Jango.
Inicialmente, destaca-se que o jornal sempre denominou de "revolução" o que agora reconhece ter sido um golpe. Quanto à sua afirmação de que o povo estaria contra o governo de Jango e por isso a adesão do jornal, o que se constata é que a Globo, mesmo enquanto pede desculpas, repete o seu melhor produto: mentira.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Médicos estrangeiros - A vergonha da medicina brasileira


A pretexto de "preocupação" com a qualidade da medicina oferecida à população, as representações profissionais médicas vêm adotando e apoiando as mais vis e preconceituosas medidas, o que inclui divulgação de manifestações individuais de médicos contendo insultos e ofensas de natureza pessoal contra médicos estrangeiros, como demonstraram reportagens dos jornais de ontem (27/08/2013).
Longe de constituir um debate válido sobre a qualidade dos serviços médicos disponibilizados, trata-se de pura xenofobia e proteção de interesses cartoriais proveniente de uma classe profissional que é possivelmente uma das mais prestigiadas pela sociedade, tanto que o povo, equivocadamente, pelo invocativo de "doutor", título acadêmico somente merecido pela elite do ensino e da educação formal e obtido após um sacrificante curso de doutorado que exige a construção de uma tese científica inovadora. Sem exceção, todo profissional que aceita passivamente ser chamado de doutor sem possuir direito à designação acadêmica é um fraudador em potencial.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Armas de destruição em massa

No registro histórico, até os dias atuais, somente um país comprovadamente lançou mão de armas de destruição em massa e não foi o Iraque, mas os Estados Unidos da América.
De fato, no dia 6 de agosto de 1945, no final da 2ª Guerra Mundial, os americanos lançaram uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, localizada no Japão.
Não satisfeitos com a tragédia, no dia 9 de agosto de 1945, apenas três dias depois do primeiro ataque genocida, decidiram que era necessário jogar mais um artefato nuclear, desta vez sobre outra cidade japonesa, a cidade de Nagasaki.
Os dois ataques resultaram na morte de cerca de 200 mil pessoas — predominantemente civis.

Pra não dizer que não falei sobre armas químicas

Naquela que provavelmente é a mais famosa imagem sobre a guerra do Vietnã, uma menina de 9 anos de idade, nua, corre desesperada, juntamente com outras crianças, pelas ruas de seu vilarejo, gritando "muito quente! muito quente!", após sofrer ferimentos de arma química lançada pelos Estados Unidos, no caso o explosivo napalm, em um bombardeio em 1972.
Napalm é um conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina gelificada, utilizados como armamento militar.
A arma foi desenvolvida pelos americanos, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial por uma equipe de químicos da Universidade Harvard, local de onde saíram vários presidentes americanos, inclusive Bush e Obama.

Faça amor, não faça a guerra!

Afastadas as necessidades básicas de absorção de nutrientes e busca por abrigo, o primeiro, grande e principal problema existencial da humanidade, como desejo inconfesso e objeto de autocontenção repressora e produtora de neuroses, é o sexo.
O segundo, que decorre em grande parte do primeiro, é o poder. Quem tem poder, amplia sua possibilidade de se relacionar sexualmente.
O terceiro, que é produto dos dois primeiros, é o dinheiro. Sigam o dinheiro! É ele que compra o poder que por sua vez conduz ao sexo.
Esses três desejos, juntos, certamente respondem pela imensa maioria dos crimes cometidos e, possivelmente, arrisca-se a dizer, indiretamente por todos.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Deus e o ateu

Morto e sepultado, ao chegando ao céu o ateu ficou absolutamente chocado ao constatar que Deus, de fato, existia. Décadas de descrença e ali estava ele, no céu, próximo ao divino. Ainda mais desorientado ficou por não entender por que, mesmo sendo ateu, tinha ido parar no céu. Será que ainda seria punido pela falta de fé? Seria lançado às chamas eternas do inferno?
Resolveu indagar isso diretamente a Deus, pois soube que qualquer alma poderia a Ele se dirigir.
Deus riu-se da pergunta e disse que não, ele não seria jogado no inferno. Ficaria no céu mesmo, que era o lugar de todas as almas.

Estrada da vida


Somos passageiros em nossa própria história e cada estrada de vida escolhida e percorrida não é por si boa, nem má.
A mesma estrada pode chegar a muitos destinos.
Aquele que se torna bom, apesar da longa e penosa estrada esburacada, louva as dificuldades que o conduziram a ser quem se tornou.
E quem se perdeu no caminho, embora viajando por bela rodovia pavimentada, culmina por imprecar contra os prazeres desfrutados, pois desviaram sua atenção e conspurcaram a sua alma.
E as histórias poderiam estar invertidas e seria o mesmo o resultado, pois o que nos torna a pessoa que somos não é o caminho percorrido, mas a maneira como enfrentamos os percalços da viagem.

O sussurro do desespero


Pode ser que a aparência de força seja apenas a visão da armadura que esconde toda fragilidade.
Quem sabe a coragem e o destemor nada mais simbolizem do que a ponta de um gigantesco iceberg de medo, invisível sob a imensidão do mar da vida?
Se alguém clama por ti, na fria madrugada, por que presumir o grito da farsa ao invés do sussurro do desespero?

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Uma lição de altruísmo social do Papa Francisco


Milhões de pessoas, fieis ou não da Igreja Católica, aclamam, com justiça, a sabedoria e a humildade do Papa Francisco I.
Indiretamente, a fala de Sua Santidade transmite uma lição aos críticos do bolsa-família, contumazes na construção de discursos racionais, porém sofistas, que fundamentam uma posição negativa em relação à continuidade de um programa que transfere um quase inexpressivo auxílio financeiro em benefício da parcela mais miserável da população brasileira.
Assim nos fala o Papa:

terça-feira, 23 de julho de 2013

Comparativo Lula x FHC


Nos últimos dias vem sendo compartilhado nas redes sociais um artigo que produz uma comparação entre os governos de FHC e de Lula, com muita vantagem para FHC, segundo o autor do artigo. O link do artigo é fornecido ao final do texto.
O autor do artigo é clara e confessadamente um admirador de FHC, o que ele honestamente afirma. Nisso não reside problema algum, dado que os admiradores de Lula também podem produzir comparativos.
Todavia, o autor do artigo peca por utilizar um sofisma evidente a fim de inutilizar os números nos quais ele próprio reconhece a superioridade da performance governamental de Lula. Nesses específicos pontos, ele posiciona FHC como melhor presidente que Lula, com fundamento na opinião absolutamente subjetiva, e não isenta pois eivada da parcialidade típica de um admirador confesso, de que a superioridade dos números de Lula decorreu da política macro-econômica implementada por FHC, herdada pelo petista, e à conjuntura econômica mundial ruim por este último enfrentada, o que não teria ocorrido na gestão do PT.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Presidente ou presidenta? Quanta bobagem.


A infantil questiúncula sobre a adoção, pela Dilma, do designativo "presidenta" em lugar de "presidente" extrapola o âmbito da gramática oficial. A gramática oficial do Brasil aceita o uso do termo.
Ainda que assim não fosse, palavras se modificam ou são inventadas no curso da história. Acentuações foram extirpadas da língua portuguesa há pouco tempo. A língua é dinâmica, aceita inovações introduzidas pelo povo, que é o único e verdadeiro dono da língua.
A língua falada é sempre mais forte e acaba se impondo, determinando a modificação do que é considerada a língua culta. A norma culta invariavelmente termina por dobrar os joelhos ao uso corrente. Não fosse assim e ainda se falaria latim ou estaria em uso palavras como "vossa mercê", transformada em "vosmecê" e, finalmente, em "você"

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A cegueira voluntária


O fenômeno da "cegueira voluntária" ocorre quando a pessoa, de forma consciente ou em um nível subconsciente, mente para si mesmo e para os outros sobre a realidade por ela própria testemunhada. Trata-se da vontade de não ver o que está na sua frente.
Esse fenômeno aparentemente é que está acometendo certas pessoas que insistem em não enxergar a evidente melhoria da renda média dos brasileiros. É tanta a vontade de se opor ao governo do PT que preferem ser cegas, recusando-se a admitir que o país, hoje, disponibiliza aos cidadãos mais emprego e com melhor renda.
Um jornal noticia que o número de domicílios com carros no Brasil praticamente dobrou nos últimos vinte anos, saltando de 23% para 40% do total de moradias. Para cada dez moradias, quatro possuem ao menos um carro na garagem. Sinal claro de melhoria na renda. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos noventa por cento das residências possuem pelo menos um veículo.

Sobre a reforma política


Até mesmo a mais ingênua das almas caridosas conseguiria enxergar que o destino de uma reforma política a cargo dos atuais parlamentares seria a lata de lixo, como aliás tem ocorrido ao longo das quatro últimas décadas. No máximo, alguma perfumaria e nada de efetivo.
Mesmo a mais idiota das pessoas saberia que o Chefe do Poder Executivo não manda nos parlamentares e não consegue direcionar o Poder Legislativo, um poder completamente autônomo e independente, tanto que presidentes, governadores e prefeitos necessitam costurar alianças para alcançar a tal da "governabilidade", alianças espúrias tecidas com os fios do fisiologismo ou do patrimonialismo - cargos para alguns, um dinheirinho para outros.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Maravilhas perdidas



Quando penso em todos os sons, cores e texturas que jamais sentirei, em todas as grandes e pequenas vidas cuja presença nunca testemunharei e em quantas são as maravilhas que passam e passarão despercebidas aos meus olhos todos os dias, percebo que tantas são as perdidas que não posso me permitir renunciar ás que estão ao meu alcance.

Marcio Valley avisa


1 - As mensagens que eventualmente compartilho são investigadas antes para obtenção de um mínimo de credibilidade;
2 - A imensa maioria dos textos que publico são de minha autoria e constam do meu blog;
3 - O que não é de minha autoria possui indicação de autoria ou o link de acesso;
4 - Não sou político profissional e nem tenho interesse algum nas manifestações que faço, a não ser o de suscitar o debate;
5 - Não tenho problema algum em receber críticas, mesmo as mais duras;

A reforma política

Sem a produção de efeito global, não há solução eficiente e duradoura para as grandes questões da civilização humana. Uma redução brutal das desigualdades, se um dia ocorrer, somente será possível a partir de um pacto mundial entre as nações, envolvendo a totalidade dos seres humanos. O instrumento natural para alcançar esse pacto seria a política, espaço de apresentação de divergências e busca de soluções e acordos. O problema é que o poder do dinheiro envolveu-se de tal modo na política que ela deixou de ser uma ferramenta de pacificação social e passou a atender somente aos interesses de uma determina fatia da população, os grandes empresários. A política elitizou-se e já faz tempo.

Bolsa-família: a experiência internacional


Inicialmente, reproduzo os seguintes dados obtidos pela internet:
1) Wikipédia:
Exemplo seguido por Nova Iorque
Nova Iorque implantou recentemente seu bolsa-família inspirado no programa de transferência de renda Oportunidades, do México, e no Bolsa-Família brasileiro. Chamado de Opportunity NYC, o programa piloto atende cerca de cinco mil famílias de regiões de baixa renda de Nova York, como o Harlem e o Bronx. Da mesma maneira que o Bolsa-Família brasileiro, o programa nova-iorquino dá dinheiro para as famílias pobres que mantêm seus filhos na escola ou fazem exames de saúde.

Fatos sobre o bolsa-família



O bolsa-família beneficia 13,8 milhões de famílias e conta com um orçamento de R$ 21 bilhões, o que corresponde a cerca de 0,49% do PIB e a 0,92% do orçamento federal total.
56% do dinheiro do bolsa-família retorna aos cofres públicos na forma de impostos sobre o consumo, o que faz o gasto real do governo ser reduzido a cerca de 9,24 bilhões de reais ou 0,4% do orçamento federal.

sábado, 29 de junho de 2013

Diálogo e respeito












Respeito é apreço e atenção sempre, acatamento e submissão às vezes.
Diálogo é conversa, debate e troca de ideias.
Monólogo é a pessoa falando sozinha.
No diálogo, deve-se dirigir apreço e atenção ao outro, mas não cabe exigir acatamento e submissão.
Por isso, antes da palavra posta, escrita ou falada, se o que se quer é monólogo ou mera concordância, cabe avisar desse intuito o possível interlocutor.

Falsa realidade


A realidade não é o que você pensa que é.
Ela é o que querem que você pense que é.
Suas opções políticas dificilmente são baseadas na realidade, mas falsa percepção dela.
A realidade é aquilo que a mídia diz que é.
Avalie corretamente e desconfie de toda informação recebida através de jornais, impressos e televisivos, e revistas.
Existem interesses corporativos por trás dos órgãos da imprensa.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cura Gay é projeto do PSDB


Deve ser esclarecido que, embora o projeto de lei visando regulamentar a assim chamada “cura gay” tenha sido encampado pelo deputado conservador evangélico Marco Feliciano, do PSC, sendo por isso sempre relacionado ao seu nome, a real autoria é do deputado João Campos, do PSDB-GO.
O famigerado projeto pretende a extinção de dois artigos de resolução do Conselho Federal de Psicologia, do ano de 1999, que impedem a atuação dos profissionais da psicologia no tratamento de homossexuais. O fundamento do impedimento é o consenso acerca do entendimento de que a homossexualidade não pode ser definido como um problema de ordem psicológica. Por conta disso, determinou-se a proibição de que os pacientes recebam coercitivamente orientações não solicitadas quanto à sua orientação sexual.
Além disso, os dispositivos regulamentares vedam que psicólogos se manifestem publicamente de forma que possa ser entendida como reforço aos preconceitos relativos aos homossexuais.
O projeto de lei encampado pelo deputado Feliciano busca modificar isso, permitindo uma suposta cura dos gays.
Embora o projeto seja do PSDB, e possua inclinação nitidamente preconceituosa, o partido não é crucificado por conta disso, tampouco os deputados envolvidos em sua aprovação.
Já se fosse de iniciativa do PT...

Bolsa Família enfraquece o coronelismo

Encontra-se em andamento uma campanha pelo fim do voto das pessoas que recebem o bolsa-família. Para quem pensava já ter visto de tudo em termos de radicalização política, ausência de sensibilidade social e preconceito social, ei aí um exemplo da criatividade humana em matéria de reduzir a importância do outro.
Interessante observar que, nas redes sociais, as pessoas atiram-se ao hábito, inclusive enfadonho para os receptores, de enviar mensagens de amor, de solidariedade, de fraternidade, de paz e de sensibilidade. São incontáveis, praticamente infinitas, mensagens de fundo religioso, cheias de compaixão e ternura. Uma beleza de mundo esse, o mundo das mensagens das redes sociais.
Um extraterrestre que pretendesse conhecer a natureza da humanidade somente através da interceptação das mensagens e informações que navegam através das redes sociais, sem possibilidade de contato imediato com a realidade, lendo essas mensagens chegaria à conclusão inequívoca de que os humanos são seres praticamente perfeitos, uma espécie pacífica ancorada solidamente em princípios de serenidade e altruísmo. Certamente ficaria maravilhado com o mundo humano, uma gigantesca irmandade. Dificilmente o próprio mundo do extraterrestre seria igualável ao dos humanos, muito superior em grandiosidade de espírito.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A rejeição da PEC 37


No texto "O falso dilema sobre a PEC 37" busquei chamar a atenção sobre o perigo de ser rejeitada a PEC 37, cujo objetivo era impor limites à atuação dos promotores e procuradores. Infelizmente, impôs-se a visão atécnica e algo linchatória advinda do clamor das ruas e a PEC foi rechaçada.
As pessoas que apoiaram a rejeição da PEC foram cegadas pelo discurso moralista do combate à corrupção. Não levaram em consideração a possibilidade de que o cidadão comum, inclusive os que foram favoráveis à rejeição, amanhã poderá ser vítima de abusos praticados pelo Ministério Público.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A corrupção nos governos


É socialmente salutar discutir-se o problema da corrupção. Contudo, o debate público deve ser pautado pela racionalidade e com a maior objetividade possível. Caso enfrentado o tema com o alto teor de paixão pública que atualmente se verifica, a saúde da discussão se esvai, iniciando-se um processo de rupturas no qual ninguém ouve mais ninguém.
O primeiro ponto a destacar é que corrupção é um elemento até aqui inalienável da sociedade humana e cuja distribuição é bastante igualitária: está presente em todos os países e em todos os governos do mundo, mesmo os mais avançados. Alguns mais, outros menos. Em alguns, como nos EUA, a perseguição pelo controle da corrupção conduziu à sua institucionalização parcial, passando a parte legalizada a ser eufemisticamente denominada de "lobby". A instituição do lobby, porém, não significou que o "investimento" das pessoas e empresas representadas pelos lobistas tenha se limitado à distribuição de garrafas de vinho e fins de semana grátis em paraísos tropicais para os políticos e demais pessoas públicas que possuam poder sobre os projetos que interessam. A prática do pagamento de propinas milionárias persistiu de forma ostensiva ou velada.