sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Conceitos-chave para a interpretação da realidade Parte III

 


Esta é a décima parte da série “Indivíduo, sociedade e a interpretação da realidade”. Os textos possuem um encadeamento lógico, porém permitem a leitura autônoma. Os links para os que desejarem a leitura das nove primeiras partes estão disponibilizados no final do artigo. 

  • Poder

O instinto de sobrevivência induz os animais ao desejo de priorizar a própria necessidade em relação a dos demais seres vivos. Um nome plausível para essa vontade de impor ao mundo o próprio desejo é “poder”. O poder é possivelmente o elemento mais importante a ser considerado na compreensão da realidade. Dada a condição animal do ser humano, não somente carrega essa inclinação egoística, como, em função do estágio de consciência e cultura no qual se encontra, nele ela é potencializada. Pessoas poderosas já mostraram ser capazes de destruir o mundo para a satisfação da própria vontade; estiveram perto de fazê-lo em algumas ocasiões da história. O poder, porém, não está presente somente no ambiente macro. A ambição por controle é um sentimento que permeia praticamente todas as inter-relações humanas; está presente na disputa entre reinos por territórios, mas também quando mendigos competem pelo conteúdo da lata de lixo. Compreender isso é de suma importância para escapar da ingenuidade na análise quanto às motivações, a fim de extrair as camadas de fraude e hipocrisia que encobrem certas ações políticas, muitas vezes realizadas sob os falsos motes de justiça, liberdade e democracia.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Chapa Lula-Alckmin é o que temos pra hoje

 


A propósito do intenso debate acerca da possível chapa Lula-Alckmin, deve-se, primeiro, lamentar a invocação de Lula para novamente disputar a presidência do país. Após dois mandatos de sucesso, como presidente de uma das maiores economias do mundo, melhor seria que não mais retornasse a disputas eleitorais como candidato. O seu papel por excelência seria o exercício da condição simbólica de defensor da nação, interna e externamente, como um diplomata de honra, atribuição típica de ex-presidentes de grandes nações. Na verdade, ele até fez isso enquanto pôde, até o ponto em que a hipocrisia política permitiu, cessando apenas quando a atuação em defesa de empresas brasileiras, perante governos estrangeiros, foi criminosamente criminalizada, com evidentes propósitos políticos. Contudo, a conjuntura atual de fato exige a candidatura de alguém com sua estatura e ele parece estar à vontade com o retorno, de modo que de bom grado o povo a está aceitando explosivamente, como indicam as pesquisas. Segundo, estar atento à circunstância que ainda é mera conjectura. A proposta está na mesa, sendo negociada, porém sem definição até o momento. Ao que parece, Márcio França está fazendo o que pode para melar a chapa, ao fazer exigências inviáveis. 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Ratinho merece o apelido que tem

 


Carlos Roberto Massa possui um apelido bastante curioso: Ratinho. Segundo consta, o apelido vem da infância, decorrendo do péssimo hábito que possuía de roubar as bolas de futebol dos coleguinhas. Ele diz que os meninos também o chamavam de “Feinho”, reconhecendo que era “muito feio”. Ou seja, na infância era um “Ratinho Feinho”. O apelido persistiu na fase adulta. O fato é que, de origem humilde, tornou-se milionário, atuando principalmente na comunicação (com diversas emissões de televisão e rádio) e no agronegócio.

Rico, raivoso, explorador da miséria humana e com linguajar de baixo nível, Ratinho é um típico representante do movimento neointegralista surgido com Bolsonaro, cujos “expoentes” possuem personalidade bem similar à do líder, sendo exemplos Malafaia, o véio da Havan, o deputado brucutu Daniel Silveira, o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson e outros. Defendem, via de regra, pautas de defesa da violência policial, redução da maioridade penal, aprisionamento massivo dos criminosos, ausência de investimento em melhoramento de prisões, facilitação para o armamento dos cidadãos, combate à demonstração pública de afetos homossexuais, redução dos direitos trabalhistas e previdenciários, fechamento do STF, fechamento do Congresso, imposição de um governo militar, derrocada do ensino e da cultura, anticiência, antivacina e outras barbaridades desse naipe.