quarta-feira, 20 de setembro de 2017

TRF da 4ª Região selará o destino da nação


A recente pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ao Instituto MDA Pesquisa deveria ser objeto de profunda reflexão pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Por quê? Vejamos.
Segundo a pesquisa CNT/MDA (1), no 1º turno, Lula venceria em todos os cenários, contra todos os principais candidatos, sempre obtendo cerca de um terço da preferência do eleitorado. Da mesma forma, em todos os cenários Bolsonaro figura em segundo lugar e Marina da Silva em terceiro. Ciro Gomes aparece em quarto, quando Aécio Neves é o candidato do PSDB, ou em quinto, quando os tucanos vêm de Alckmin ou Dória.
No 2º turno, Lula também vence em todos os cenários, contra todos os principais candidatos, com votação na faixa de 40% a 42% dos eleitores, com o candidato em segundo, seja quem for, obtendo cerca de 23 a 28% dos votos, exceto Aécio Neves, que obtém míseros 14,8% dos votos. Para um candidato que obteve 48% dos votos no segundo turno da eleição presidencial de 2014 e, por isso mesmo, deveria contar com um excelente recall, trata-se de uma queda vertiginosa, decorrente, claro, das incríveis barbeiragens políticas perpetradas pelo político mineiro, que demonstrou nada ter herdado da sabedoria política do avô Tancredo. Tais barbeiragens foram as catalisadoras do golpe midiático-jurídico-parlamentar sofrido pelo país que devolveu aos pobres e miseráveis o seu lugar na história: a sarjeta da sociedade.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Como diferenciar fascistas e fanáticos de libertários?


Ao terminar a leitura do texto "O que querem os fanáticosfundamentalistas? Por que dialogar com eles?", da psicóloga Rita Almeida, publicado no portal de notícias do GGN, do jornalista Luis Nassif, envolveu-me o mesmo tipo de reflexão preocupante que tive ao término da leitura do livro Como conversar com um fascista, da Marcia Tiburi. A mesma dúvida que assaltou a Rita Almeida ao final de seu artigo, me atravessou em ambos os casos: seria eu um fascista ou, no caso do texto da Rita, um fanático?
A razão de minha inquietação íntima diz respeito ao modo assertivo e enfático com o qual costumo defender meus posicionamentos, característica facilmente identificável nos fascistas e fanáticos. Não que me sinta incapaz de ser convencido ou que me faça surdo aos argumentos alheios. Porém, ao mesmo tempo que percebo em mim imensa capacidade de tolerar a ignorância dos desfavorecidos pela fortuna, sinto-me muito pouco tolerante com a estupidez ou vilania ética de quem devia, pelas circunstâncias da própria vida, pelas oportunidades decorrentes do privilégio social, possuir uma visão mais plena e humanista da realidade. Exatamente por isso, procedi a uma revisão geral das pessoas que posso continuar a considerar amigas após a clivagem social provocada pela imensa dissensão política que testemunhamos no país. Os estúpidos que não deveriam ser estúpidos foram extirpados de minhas amizades. Sem problema em conviver socialmente com essas pessoas, mas amizade é outra coisa; pressupõe alguma afinidade de sentimentos, valores e pensamentos. Um abolicionista, a meu ver, não pode ser amigo de um escravocrata.

Ante o vácuo da política, o que fazer?


Este texto é um comentário ao excelente texto de Ion de Andrade, "Lula,a crise do paradigma Gramsciano e da nossa democracia", publicado no portal de notícias do GGN, do jornalista Luis Nassif.
Consolidado o golpe contra Dilma, a indagação que tem incomodado profundamente desde então é: como as coisas se desenvolverão no quadro político brasileiro, com ou sem Lula retornando à presidência? Está claro que o poder estabelecido não aceitará alterações relevantes na sociedade nem mesmo através do gradualismo, ou seja, dentro das normas democráticas concernentes ao Pacto Social com as quais ele próprio (o poder) aquiesceu. Isso já foi demonstrado por meio do falso impeachment, que conferiu insegurança ao processo democrático. Não vale mais a escolha povo, que fica subordinada à concordância do poder real.

sábado, 16 de setembro de 2017

Ciro Gomes: o custo da traição


A capacidade de alguns seres humanos de materializar a hipocrisia parece ser ilimitada. Frequentemente testemunhamos pessoas ultramoralistas e conservadoras, defensoras intransigentes da ética, da ordem, da moral, dos bons costumes, da família, da monogamia e da heterossexualidade, pegas em flagrante praticando pedofilia, ou em relação homossexual, ou com malas de dinheiro em suas garçonniéres, ou em qualquer situação atentatória às pregações que até então realizava. Na verdade, alguns exercitam a hipocrisia a um tal nível que, mesmo após flagrados contrariando o próprio discurso, continuam a exigir dos outros o que não praticam.
Há poucos dias, uma jornalista da Globonews, demonstrando que, fora do teleprompter, a inteligência na Globo é bastante rasa, publicou em seu twitter uma crítica ao Lula por ter ele adjetivado Palocci de calculista e frio, enquanto, no passado, o elogiava. Todos sabemos que os jornalistas da grande imprensa, notadamente os da Globo, são absolutamente “imparciais”. Produzem críticas indiscriminadamente para todo e qualquer político, desde que não sejam do PSDB, preferencialmente sejam da esquerda e, melhor ainda, do PT. Em poucos segundos uma sagaz internauta respondeu ao “tweet”da jornalista: “Quando você chamou Aécio pra padrinho do seu casamento também devia achar muita coisa boa dele, né? Acontece…”. Essa resposta, como não poderia deixar de ser, acabou gerando um gigantesco compartilhamento, possivelmente para desespero da pouco inteligente jornalista, que deveria ter consciência do próprio telhado de vidro.