Esse
texto reproduz os comentários acerca de algo postado no Facebook. O
título do post era "A tônica do lulismo é a manipulação de
números" e era ilustrado pela imagem acima, do jornal O Globo.
Eis os comentários:
"Facer 1 -
Realmente, O Globo, Veja, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo
são fontes de informação absolutamente isentas. Qualquer otá..
quer dizer, pessoa pode confiar inteiramente nesses veículos. Aliás,
se O Globo disse deve ser verdade, pois trata-se de um jornal que
sustentou o golpe militar, lançou o Collor de Mello do nada somente
para combater o Lula e subsidiou a história da Escola Base de São
Paulo.
Facer 1 - Detalhe que
esqueci: a revista Veja foi que criou a matéria sobre a Escola Base,
assim como noticiou a fantástica história do Boimate, mistura de
carne de vaca com tomate criado geneticamente. Um primor de
jornalismo.
Facer 2 - “Confiável”
deve ser a Carta Capital... Esse pessoal continua exigindo a tão
famosa e inexistente neutralidade dos veículos, mas só critica a
falta dela naquilo que contraria seus pontos de vista e interesses.
Quando um veículo distorce as coisas ou emprega palavras mais
favoráveis aos seus lados queridos, então nada a declarar.
Facer 1 – Facer 2,
quando você fala, de forma pouco polida, "esse pessoal",
você deve estar se referindo ao meu comentário e, obviamente, a mim
e às demais pessoas que pensam como eu. Como não te conheço, vou
creditar essa falta de elegância à alguma carência familiar ou
educacional. No passado, pessoas brancas se referiam aos negros como
"essa raça", impondo um abismo entre o "nós" e
o "eles". O mesmo abismo se verifica hoje na Avenida
Paulista, onde algumas pessoas se acham tão melhores do que os
homossexuais que se permitem espancá-los até a morte. Esse é o
tipo de mentalidade que estão tentando criar no seio da população:
a de que existe um cisma entre os "petistas" e os
"não-petistas", ou seja, "eles" e "nós".
Algumas pessoas, talvez você, ao alinharem-se à pauta midiática,
estão colaborando para disseminar um ambiente de intolerância
política que, eventualmente, pode ser desastroso. Ainda que o PT
tenha sido colocado no governo pelo voto, tratam-no como um partido
não democrático. Ainda que não tenha, como FHC, feito nenhum
movimento para uma reeleição, insinuam sua pretensão de
perpetuar-se no poder (como se o PSDB não estivesse há vinte anos
no governo de São Paulo). Vamos ao que interessa. Por uma deficiente
interpretação textual, você crê que eu pretenda uma neutralidade
política dos veículos de informação. Nada mais equivocado. Todos
possuem uma afinidade, uma cor, política. O que pretendo é
honestidade intelectual e reafirmação dos valores jornalísticos.
Por exemplo: quando você pega a informação prestada por um
empresário já condenado por estelionato e, sem outros subsídios, a
coloca na capa da revista Veja como notícia, há nisso um evidente
risco de que essa informação não seja verdadeira (refiro-me ao
Rubem Quícoli, que, aliás, provou-se mais tarde que a informação,
de fato, não era verdadeira). E o estrago causado a uma pessoa por
uma capa do jornal O Globo não será consertada nem por dez capas
dizendo o contrário ( existem estudos que indicam isso). O que
pretendo, caro Facer 2, é que a pessoa seja inteligente o suficiente
para perceber não ser possível nada que possua um só lado (o lado
ruim), como as manchetes apregoam. Se por acaso você conhecer algum
estudante de jornalismo, indague sobre como esses veículos por mim
citados são vistos na academia. Você ficará surpreso ao saber que
eles são tratados como exemplo... do que o jornalista não deve
fazer.
Facer 2 - Eu sei
perfeitamente como são vistos. Eu sou estudante de Comunicação.
Porém, 'esse pessoal' de quem falei ocupa exatamente essa academia,
fazendo uma análise parcial desses veículos, especialmente porque
interessa a eles defender os pontos de vista de outros que se alinham
mais ás suas visões esquerdóides. Desculpe, mas eu não vou
compactuar com isso. A Carta Capital é um exemplo muito melhor de
revista asquerosa e mentirosa.
Facer 2 - E como
sempre, 'esse pessoal' fica querendo equiparar opiniões contrárias
com racismo e 'homofobia', que sequer tem coisa alguma a ver com a
questão. Realmente não dá.
Facer 1 - Bom, Facer 2,
então, nada mais existe a argumentar. Os números da economia são
manipulados, os números dos avanços sociais são manipulados, a
academia é manipulada. Parabéns pela excelente crítica paranoica.
Facer 2 - A paranoia
não é de minha parte...
Facer 1 - Claro que
não! Sou eu que estou dizendo que há um plano secreto de
manipulação de todos os números. Eu é que sou paranoico! Está
evidente que o governo do PT não fez nada de bom para o país.
Parabéns por sua inteligência e lucidez. Tirou-me da escuridão.
Facer 2 - Apenas uma
observação: a academia não precisa ser 'MANIPULADA'. Ela já está
suficientemente tomada de marxistas, esquerdistas pós-modernos e
lulopetistas para precisar disso.
Facer 1 - Hum... devo
confessar desconhecer o significado da expressão "esquerdista
pós-moderno". Se dermos à palavra "esquerdista" o
significado de pessoa mais preocupada com as questões sociais do que
com que as econômicas, então sou esquerdista. Direitista seria o
contrário: a pessoa que batalha pela liberalidade do lucro em
detrimento das urgências sociais. Em função do seu comentário,
entendo que você seja direitista. Isso, claro, explicaria todo o seu
pensamento, já que esse é, também, o propósito dos veículos de
imprensa que repudio. Claro que isso somente faria sentido se você
fosse rico. Talvez seja esse o caso.
Facer 2 - Ser de
direita só faz sentido se você for rico. Claro. A boa e velha
lógica da 'luta de classes'... Definitivamente estou fora.
Facer 3 – Facer 2,
não entendi como você se deu ao trabalho de responder esse cidadão.
Ele sequer consegue criar sentido no que escreve, mas tão somente
elenca de forma aleatória os velhos clichês da esquerda: racismo,
homofobia, luta de classes. O cara não está raciocinando, ele está
no piloto automático, em transe induzido, como um zumbi papagaio
vomitando as velhas bobagens de sempre. Aliás, você deferia saber
que a oligofrenia é um pré-requisito para ser esquerdista. ESSE
PESSOAL sequer merece atenção.
Facer 1 – Facer 3,
obrigado pelo "cidadão". De fato, considero-me um cidadão,
ou seja, alguém com cidadania, um membro útil da sociedade, pagador
dos impostos. Quanto ao seu "criar sentido no que escreve",
é fato que o problema pode ser meu, de quem escreve. Porém, não
perca de vista que o problema pode ser seu, do receptor. Talvez você
simplesmente não consiga traduzir com perfeição aquilo que lê.
Trata-se de analfabetismo funcional: a pessoa está apta a ler, mas
não logra entender os signos. Quanto à luta de classes, você
apenas reproduz o que o sistema pretende que você faça: que
acredite que a luta de classes acabou! Com a idiotia geral fica mais
fácil para os ricos permanecerem ricos. É interessante que uma
presa defenda o predador e ainda chame de oligofrênico a outra presa
que busca escapar de seu destino trágico. Quanto a ser de direita ou
de esquerda, são critérios vagos. Ao assumir os conceitos, no
comentário anterior, eu expliquei os significados que, naquele
contexto, eu estava conferindo às palavras. Claro, é necessário um
tantinho de exercício intelectual para compreender. Talvez eu tenha
criado uma expectativa exagerada em relação aos interlocutores.
Facer 1 – Facer 3,
gosto de conhecer as pessoas com quem converso. Vi que o Facer 2
gosta de samba e estive no seu blog, Xblog. Não esperava outra
coisa, o blog é a sua cara (e isso não foi um elogio)."
Jamais
revelarei minha identidade de Facer 1.
Como
se vê, a barra tá pesando...
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