sábado, 23 de fevereiro de 2013

Dois universos


Fora de mim percebo infinito universo, pleno de tudo. Estrelas, galáxias, planetas e seres provocadores de sensações povoam esse universo. Todo ele insondável. Para sempre inexplicável. Um universo misterioso, fabulosamente caótico e ordenado ao mesmo tempo. Sua beleza causa-me admiração insaciável, sempre sedenta de sentir. Mas há perigo nesse universo exterior. Cometas, asteroides, vulcões e furacões lembram-me a fragilidade do corpo, recordam-me a finitude da existência.

Dentro de mim sinto que há outro universo sem fim, também abarrotado de mistérios cuja compreensão escapa-me tanto e tão completamente. Intenso e impenetrável, esse íntimo universo carrega magia e também beleza. Exatamente como no de fora, no universo que há em mim digladiam-se em eterna batalha o Rei Caos e o Rei Ordem, ambos supostamente no bom combate, brigando por um bem-querer. Há perigo nessa batalha universal sem fim. Traumas, temores, complexos, síndromes e neuroses fragilizam a minha alma e comprometem sua possível eternidade.

Sou um fiapo de vida, tentando não sucumbir a dois universos que desconheço tanto e tão completamente.

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