O
Deus judaico-cristão-muçulmano é onipotente, onisciente e
onipresente. Em síntese, pode TUDO. Portanto, poderia ter criado um
mundo perfeito, sem fomes, sem doenças, sem miséria, onde todos
tivessem uma moradia decente e confortável. Enfim, um mundo feliz,
fraterno e igualitário.
Porém,
assim não o fez, preferindo produzir um mundo com poucos ricos e
muitos miseráveis. Com doenças terríveis cujas curas somente são
acessíveis aos ricos. Deus resolveu deixar os seres, humanos ou não,
comerem-se uns aos outros, literal e figurativamente.
No
Velho Testamento não havia o Diabo. Deus era responsável por todas
as coisas, fossem boas ou más, e, para deixar isso bastante claro,
vez ou outra arrasava uma cidade inteira com todos os seus
habitantes, homens, mulheres e crianças. Ou mandava um ferrenho
crente matar o próprio filho a título de sacrifício feito em seu
nome.
Ele
também era Deus de um povo só e claramente tomava partido dessa
parcela da população, chamando-a “seu povo” e matando
impiedosamente qualquer outra nação que ousasse fazer mal aos seus
escolhidos.
A
partir do cristianismo, tornou-se o Deus de toda a humanidade. Em
contrapartida, criou-se a figura do Diabo, sem dúvida um ser também
obra de Deus, que, onipotente, poderia impedir que seus anjos,
Lúcifer ou Belzebu, como queiram, se desviassem para o mal e caíssem
do Céu, criando o inferno. Novamente, assim não o fez. Aliás,
poderia, se assim o quisesse, retirar qualquer poder do Diabo,
tampouco resolveu fazê-lo, considerando melhor permitir que
praticasse ele suas maldades contra a humanidade. Como o Diabo não
está no Céu e também possui poderes extraordinários, trata-se de
uma deidade, o que abala um tanto a crença no monoteísmo.
Em
seguida, resolveu enviar um distinto emissário para advertir a
humanidade sobre os seus desvios ético-morais, proclamando-o “seu
único filho”, expressão que nos exclui completamente de sua
paternidade. Poderia tê-lo mandado do nada e extremamente poderoso,
mas resolveu engravidar uma jovem solteira virgem e submetê-la aos
naturais constrangimentos da época. Também não concedeu ao filho
nenhum grande poder, deixando ao seu encargo tentar convencer os
demais homens de que não era maluco, mas o messias, filho encarnado
de Deus. E sendo filho de Deus, é mais uma deidade a contrariar a
tese do monoteísmo.
O
Filho de Deus realizou alguns milagres, é verdade. Ajudou numa
pescaria, transformou água em vinho, multiplicou pães, curou uns
enfermos e, pasmem, chegou a ressuscitar um morto. Ainda assim foram
poucos milagres e menos impressionantes do que se poderia esperar de
uma divindade que hoje acredita-se tão poderosa quanto o próprio
Deus. Em toda a sua vida, Jesus realizou menos milagres do que os que
são hoje creditados a alguns pastores pentecostais em um único
culto.
O
Filho nunca disse ser igual ao Pai, mas que era apenas filho.
Atualmente, porém, Filho e Pai são equivalentes, acrescendo-se a
isso um Espírito Santo. Três deuses em um, mas ainda uma religião
monoteísta. É o milagre da fé.
Claro,
para alguns acreditar em tudo isso é muito mais lógico do que
acreditar que Deus não existe ou, se existe, que ele não é bem
como nos revelam as “sagradas escrituras” escritas pelos homens.
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