Os
EUA são considerados o país da democracia e da liberdade de
expressão, utilizado por considerável parcela da população
brasileira como paradigma para a prática de um esporte muito
popular: a explicitação de baixa autoestima através do louvor a
uma nação estrangeira e depreciação do próprio país.
Será
que a nação norte-americana é tudo isso mesmo ou não passa de
puro exemplo de propaganda enganosa? Talvez a resposta à indagação
deva ser buscada, não nos grandiosos números da economia
norte-americana, mas nos detalhes. Afinal, como se sabe, o diabo mora
nos detalhes.
Como
exemplo de um detalhe bastante expressivo sobre a sociedade
estadunidense, noticiou-se que, na Universidade de Yale, a polícia
estadunidense prendeu a jornalista brasileira Cláudia Trevisan,
segundo consta por ter ela tentado entrevistar o ministro de nosso
STF, Joaquim Barbosa.
Foi
presa dentro da universidade, sob a acusação de “invasão de
propriedade particular”, embora estivesse num local sem restrição
de visitação, acessível a qualquer turista. Como é de praxe nas
terras de nossa conterrânea americana mais poderosa com relação a
estrangeiros considerados menos civilizados, como indianos e
latino-americanos, a jornalista brasileira foi algemada e permaneceu
por cinco horas seguidas sem acesso a ninguém, em procedimento
altamente questionável. Será que fariam isso com um jornalista
americano?. É improvável.
Por
outro lado, a blogueira cubana Yoani Sanchez, com a benção do
governo americano e de toda a imprensa ocidental, porque
posicionou-se contra o governo de Fidel Castro, viaja pelo mundo
inteiro satanizando a ditadura de Cuba e a falta de liberdade de
expressão e de imprensa na ilha comunista.
Aliás,
o governo americano está se tornando cada vez mais restritivo em
matéria de liberdade de expressão relativa a qualquer pensamento
contrário ao dele. Veja-se o caso do Wikileaks, do soldado Branning,
do Snowden, por exemplo.
Os
EUA estão adotando dois pesos e duas medidas para a mesma situação
de exposição de opinião? A exigência de liberdade de expressão
somente vale para os que buscam disseminar ideias simpáticas ao
ideário ianque?
Claro
que sim. Trata-se de aplicação prática, pelos americanos, da
famosa e brasileiríssima Lei do Ricúpero: "o que é bom a
gente espalha, o que é ruim a gente esconde".
Veja
só: os americanos estão copiando um elemento cultural dos governos
brasileiros. Quem sabe os envergonhados de serem brasileiros encontrem nisso um motivo de orgulho?
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