terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mensalão, um julgamento medieval



Existem pessoas que, previamente a qualquer manifestação sobre determinado assunto, pesquisam e refletem sobre. Existem outras que, movidas por pré-juízos, aderem irrefletidamente a movimentos de massa. Existem outras, ainda, que agem casuisticamente, seguindo a cartilha Ricúpero ("o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde"), ou seja, não procuram a verdade porque consideram-na irrelevante para manutenção de seu posicionamento, pois os fins justificam os meios.
A indignação contra a corrupção envolvida no caso alcunhado de "mensalão" pode derivar, para algumas pessoas, diretamente dos supostos crimes cometidos ou, para outras, simplesmente partir do princípio de que qualquer condenação de político é justa (principalmente do PT), já que, como se sabe, "todo político é corrupto".
O anseio popular, desse modo, é tanto por justiça, como por mero justiçamento.
Pessoas civilizadas compreendem as razões pelas quais o império do Estado de Direito e da justiça desenvolveu-se ao longo da história. São pessoas que possuem preocupação sincera com a busca da verdade real, aplicação de pena orientada pelo sentido de justiça e pelo bem comum da coletividade.
Para essas pessoas, é interessante que assistam ao documentário produzido pelo escritor Fernando Morais, em parceria com a Revista do Brasil, sobre o julgamento do mensalão. O documentário é convenientemente intitulado "Mensalão, um julgamento medieval".
Poucas pessoas sérias questionarão a ética, a imparcialidade e a capacidade investigativa do escritor e biógrafo Fernando Morais, autor, dentre outras obras, da espetacular biografia "Olga". Até onde se sabe, o escritor não possui alinhamento ideológica rígido com nenhum partido ou com qualquer político, embora seja possível dizer que se oriente politicamente por uma linha mais à esquerda do espectro político, o que, em princípio, o qualifica como pessoa.
Há um ponto importante quanto ao documentário: Fernando Morais não se limita ao blá blá blá desfundamentado que se verifica na imprensa brasileira. O escritor obteve acesso aos autos e os examinou. No vídeo, são apontadas inclusive as folhas dos autos onde estão as peças nos quais se baseiam suas conclusões.
O que o Fernando de Morais está fazendo é escrever a História enquanto ela se desenvolve. Essa história é bem desagradável para o Supremo Tribunal Federal.
Eis o link para o documentário: Mensalão, um julgamento medieval

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