Existem
pessoas que, previamente a qualquer manifestação sobre determinado
assunto, pesquisam e refletem sobre. Existem outras que, movidas por
pré-juízos, aderem irrefletidamente a movimentos de massa. Existem
outras, ainda, que agem casuisticamente, seguindo a cartilha Ricúpero
("o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde"),
ou seja, não procuram a verdade porque consideram-na irrelevante
para manutenção de seu posicionamento, pois os fins justificam os
meios.
A
indignação contra a corrupção envolvida no caso alcunhado de
"mensalão" pode derivar, para algumas pessoas, diretamente
dos supostos crimes cometidos ou, para outras, simplesmente partir do
princípio de que qualquer condenação de político é justa
(principalmente do PT), já que, como se sabe, "todo político é
corrupto".
Pessoas
civilizadas compreendem as razões pelas quais o império do Estado
de Direito e da justiça desenvolveu-se ao longo da história. São
pessoas que possuem preocupação sincera com a busca da verdade
real, aplicação de pena orientada pelo sentido de justiça e pelo
bem comum da coletividade.
Para
essas pessoas, é interessante que assistam ao documentário
produzido pelo escritor Fernando Morais, em parceria com a Revista do
Brasil, sobre o julgamento do mensalão. O documentário é
convenientemente intitulado "Mensalão, um julgamento medieval".
Poucas
pessoas sérias questionarão a ética, a imparcialidade e a
capacidade investigativa do escritor e biógrafo Fernando Morais,
autor, dentre outras obras, da espetacular biografia "Olga".
Até onde se sabe, o escritor não possui alinhamento ideológica
rígido com nenhum partido ou com qualquer político, embora seja
possível dizer que se oriente politicamente por uma linha mais à
esquerda do espectro político, o que, em princípio, o qualifica
como pessoa.
Há
um ponto importante quanto ao documentário: Fernando Morais não se
limita ao blá blá blá desfundamentado que se verifica na imprensa
brasileira. O escritor obteve acesso aos autos e os examinou. No
vídeo, são apontadas inclusive as folhas dos autos onde estão as
peças nos quais se baseiam suas conclusões.
O
que o Fernando de Morais está fazendo é escrever a História
enquanto ela se desenvolve. Essa história é bem desagradável para
o Supremo Tribunal Federal.
Eis
o link para o documentário: Mensalão, um julgamento medieval
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