Estudos
do Worldwatch Institute (State of the world, 2008) indicam a
existência de um paradoxo da felicidade. Segundo esses estudos, o
ser humano possui necessidades básicas de natureza urgente que, se
não atendidas, acarretam a infelicidade.
Assim,
para pessoas que estejam na miséria ou na pobreza extrema, ganhos de
renda são imediatamente seguidos de um notável aumento da
felicidade individual. Contudo, a partir de um determinado nível de
renda o ganho relativo de felicidade passa a ser inferior e, até
mesmo, a decrescer.
Detectou-se
que o limite para o ganho de felicidade a partir do incremento da
renda gira em torno de quinze mil dólares, ou pouco menos de
quarenta mil reais, por ano. Levando-se em consideração o que tais
estudos indicam, e ao contrário do que possa sugerir o senso comum,
um brasileiro com salário mensal de pouco mais de três mil reais
não verá sua felicidade dobrar exclusivamente porque seu salário
foi multiplicado por dois, sendo possível até que diminua. Veja o
gráfico:
Se
esses estudos estiverem corretos, e há todo um sentido lógico e até
intuitivo no que indicam, os programas do governo voltados para o
aumento da renda da parcela mais pobre da população, através de
aumentos reais do salário-mínimo, da valorização das
aposentadorias, do bolsa-família e pela maior oferta de empregos,
acabam por resultar em outra enorme vantagem para a população além
do efeito imediato de uma sobrevivência mais digna: o país se
tornou mais feliz. Vida mais digna e mais feliz, certamente, porém
ainda falta muito a ser feito em termos de redução da desigualdade.
O
que espanta é que, mesmo pela repartição de tão pouco e com
tantos benefícios evidentes, inclusive uma maior felicidade, existam
vozes divergentes que não hesitam em amaldiçoar o programa, vozes
que em geral partem de bocas muito bem alimentadas. Muitas delas
expressam repúdio ao bolsa-família, ao mesmo tempo em que
contraditoriamente enviam mensagens pelas redes sociais pregando
contra um mundo carente de amor e de fraternidade. Suas mensagens
deveriam ser mais honestas: terei amor ao próximo desde que esse
próximo consiga obter o próprio alimento, senão, que morra de fome
que não estou aqui para sustentar vagabundo.
O
paradoxo da felicidade também explica essa espécie de
reacionarismo: são pessoas que deixaram de ser felizes há muito
tempo, desde que suas rendas superaram o limite da aquisição de
felicidade. A partir daí, seus espíritos somente foram acrescidos
de amargura e arrogância.
Resta-nos
desejar que um dia sejam tocados em seus corações pelas próprias
mensagens de amor que hoje mecanicamente enviam.
Sou de "esquerda" seja lá o que isso queira dizer, acho que a concentração de renda está tão absurda e me pergunto o que essas pessoas querem ou pretendem fazer com todo esse dinheiro, realmente não sei e também acho que não são felizes, pois se o fossem estariam fazendo coisas muito mais prazerosas. Também sou de cunho budista e assim acho que são um monte de espíritos involuídos, minha renda está um pouco acima da estimada no texto, tenho algum conforto para minha família, casa própria, carros pagos e consigo dar uma boa escola para meus dois filhos. Adoro o bolsa família, pois possibilita a meus filhos não verem a miséria que governos antigos (inclusive estes que querem voltar a todo custo - espíritos involuídos) deixaram nosso povo. Lula e Dilma obrigado por ocuparem o mais alto posto da Nação e serem muito, mais muito mais evoluídos que essa gentinha que após a morte verá que o que sobrou foi o terno de cerimônia, ah que saudades de Vinícius.
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