domingo, 6 de janeiro de 2013

O radicalismo político no Facebook


Esse texto reproduz os comentários acerca de algo postado no Facebook. O título do post era "A tônica do lulismo é a manipulação de números" e era ilustrado pela imagem acima, do jornal O Globo. Eis os comentários:
"Facer 1 - Realmente, O Globo, Veja, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo são fontes de informação absolutamente isentas. Qualquer otá.. quer dizer, pessoa pode confiar inteiramente nesses veículos. Aliás, se O Globo disse deve ser verdade, pois trata-se de um jornal que sustentou o golpe militar, lançou o Collor de Mello do nada somente para combater o Lula e subsidiou a história da Escola Base de São Paulo.
Facer 1 - Detalhe que esqueci: a revista Veja foi que criou a matéria sobre a Escola Base, assim como noticiou a fantástica história do Boimate, mistura de carne de vaca com tomate criado geneticamente. Um primor de jornalismo.

Facer 2 - “Confiável” deve ser a Carta Capital... Esse pessoal continua exigindo a tão famosa e inexistente neutralidade dos veículos, mas só critica a falta dela naquilo que contraria seus pontos de vista e interesses. Quando um veículo distorce as coisas ou emprega palavras mais favoráveis aos seus lados queridos, então nada a declarar.
Facer 1 – Facer 2, quando você fala, de forma pouco polida, "esse pessoal", você deve estar se referindo ao meu comentário e, obviamente, a mim e às demais pessoas que pensam como eu. Como não te conheço, vou creditar essa falta de elegância à alguma carência familiar ou educacional. No passado, pessoas brancas se referiam aos negros como "essa raça", impondo um abismo entre o "nós" e o "eles". O mesmo abismo se verifica hoje na Avenida Paulista, onde algumas pessoas se acham tão melhores do que os homossexuais que se permitem espancá-los até a morte. Esse é o tipo de mentalidade que estão tentando criar no seio da população: a de que existe um cisma entre os "petistas" e os "não-petistas", ou seja, "eles" e "nós". Algumas pessoas, talvez você, ao alinharem-se à pauta midiática, estão colaborando para disseminar um ambiente de intolerância política que, eventualmente, pode ser desastroso. Ainda que o PT tenha sido colocado no governo pelo voto, tratam-no como um partido não democrático. Ainda que não tenha, como FHC, feito nenhum movimento para uma reeleição, insinuam sua pretensão de perpetuar-se no poder (como se o PSDB não estivesse há vinte anos no governo de São Paulo). Vamos ao que interessa. Por uma deficiente interpretação textual, você crê que eu pretenda uma neutralidade política dos veículos de informação. Nada mais equivocado. Todos possuem uma afinidade, uma cor, política. O que pretendo é honestidade intelectual e reafirmação dos valores jornalísticos. Por exemplo: quando você pega a informação prestada por um empresário já condenado por estelionato e, sem outros subsídios, a coloca na capa da revista Veja como notícia, há nisso um evidente risco de que essa informação não seja verdadeira (refiro-me ao Rubem Quícoli, que, aliás, provou-se mais tarde que a informação, de fato, não era verdadeira). E o estrago causado a uma pessoa por uma capa do jornal O Globo não será consertada nem por dez capas dizendo o contrário ( existem estudos que indicam isso). O que pretendo, caro Facer 2, é que a pessoa seja inteligente o suficiente para perceber não ser possível nada que possua um só lado (o lado ruim), como as manchetes apregoam. Se por acaso você conhecer algum estudante de jornalismo, indague sobre como esses veículos por mim citados são vistos na academia. Você ficará surpreso ao saber que eles são tratados como exemplo... do que o jornalista não deve fazer.
Facer 2 - Eu sei perfeitamente como são vistos. Eu sou estudante de Comunicação. Porém, 'esse pessoal' de quem falei ocupa exatamente essa academia, fazendo uma análise parcial desses veículos, especialmente porque interessa a eles defender os pontos de vista de outros que se alinham mais ás suas visões esquerdóides. Desculpe, mas eu não vou compactuar com isso. A Carta Capital é um exemplo muito melhor de revista asquerosa e mentirosa.
Facer 2 - E como sempre, 'esse pessoal' fica querendo equiparar opiniões contrárias com racismo e 'homofobia', que sequer tem coisa alguma a ver com a questão. Realmente não dá.
Facer 1 - Bom, Facer 2, então, nada mais existe a argumentar. Os números da economia são manipulados, os números dos avanços sociais são manipulados, a academia é manipulada. Parabéns pela excelente crítica paranoica.
Facer 2 - A paranoia não é de minha parte...
Facer 1 - Claro que não! Sou eu que estou dizendo que há um plano secreto de manipulação de todos os números. Eu é que sou paranoico! Está evidente que o governo do PT não fez nada de bom para o país. Parabéns por sua inteligência e lucidez. Tirou-me da escuridão.
Facer 2 - Apenas uma observação: a academia não precisa ser 'MANIPULADA'. Ela já está suficientemente tomada de marxistas, esquerdistas pós-modernos e lulopetistas para precisar disso.
Facer 1 - Hum... devo confessar desconhecer o significado da expressão "esquerdista pós-moderno". Se dermos à palavra "esquerdista" o significado de pessoa mais preocupada com as questões sociais do que com que as econômicas, então sou esquerdista. Direitista seria o contrário: a pessoa que batalha pela liberalidade do lucro em detrimento das urgências sociais. Em função do seu comentário, entendo que você seja direitista. Isso, claro, explicaria todo o seu pensamento, já que esse é, também, o propósito dos veículos de imprensa que repudio. Claro que isso somente faria sentido se você fosse rico. Talvez seja esse o caso.
Facer 2 - Ser de direita só faz sentido se você for rico. Claro. A boa e velha lógica da 'luta de classes'... Definitivamente estou fora.
Facer 3 – Facer 2, não entendi como você se deu ao trabalho de responder esse cidadão. Ele sequer consegue criar sentido no que escreve, mas tão somente elenca de forma aleatória os velhos clichês da esquerda: racismo, homofobia, luta de classes. O cara não está raciocinando, ele está no piloto automático, em transe induzido, como um zumbi papagaio vomitando as velhas bobagens de sempre. Aliás, você deferia saber que a oligofrenia é um pré-requisito para ser esquerdista. ESSE PESSOAL sequer merece atenção.
Facer 1 – Facer 3, obrigado pelo "cidadão". De fato, considero-me um cidadão, ou seja, alguém com cidadania, um membro útil da sociedade, pagador dos impostos. Quanto ao seu "criar sentido no que escreve", é fato que o problema pode ser meu, de quem escreve. Porém, não perca de vista que o problema pode ser seu, do receptor. Talvez você simplesmente não consiga traduzir com perfeição aquilo que lê. Trata-se de analfabetismo funcional: a pessoa está apta a ler, mas não logra entender os signos. Quanto à luta de classes, você apenas reproduz o que o sistema pretende que você faça: que acredite que a luta de classes acabou! Com a idiotia geral fica mais fácil para os ricos permanecerem ricos. É interessante que uma presa defenda o predador e ainda chame de oligofrênico a outra presa que busca escapar de seu destino trágico. Quanto a ser de direita ou de esquerda, são critérios vagos. Ao assumir os conceitos, no comentário anterior, eu expliquei os significados que, naquele contexto, eu estava conferindo às palavras. Claro, é necessário um tantinho de exercício intelectual para compreender. Talvez eu tenha criado uma expectativa exagerada em relação aos interlocutores.
Facer 1 – Facer 3, gosto de conhecer as pessoas com quem converso. Vi que o Facer 2 gosta de samba e estive no seu blog, Xblog. Não esperava outra coisa, o blog é a sua cara (e isso não foi um elogio)."
Jamais revelarei minha identidade de Facer 1.
Como se vê, a barra tá pesando...

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