sexta-feira, 31 de maio de 2013

Guerra


Arma. Objeto pensado pelo ser humano para ser utilizado exclusivamente com intuito de ameaçar, ferir ou matar outra pessoa, seja atacando, seja em sua defesa.
Guerra. Ação de dois ou mais grupos de pessoas, representando governos ou não, que, tomando de suas armas, dirige-se conscientemente a um local para utilizá-las, ferindo ou matando as pessoas que integram os outros grupos, que foram ao local com o mesmo objetivo de ferir e matar. Pode ser entre países, pode ocorrer entre a polícia e uma quadrilha de criminosos.
Terrorismo. Ação de um grupo de pessoas, do governo ou não, que, utilizando suas armas, atacam um outro grupo de pessoas que não está utilizando suas armas, objetivando feri-las ou matá-las.
Civilização. Estágio considerado avançado da sociedade humana, caracterizado pela ausência da barbárie primitiva.

Nada há de glamuroso na guerra ou no terrorismo. Não existe qualquer dignidade ou honra que possam advir da participação em combates entre seres humanos. A glamurização da guerra, do soldado e da morte honrosa em combate, constitui uma mistificação que veio sendo disseminada culturalmente ao longo da história, incorporando-se ao senso comum, por conta da prevalência de uma ideologia de dominação que sempre interessou aos governantes. Afinal, como manter o poder, as propriedades, a soberania, sem um exército disposto a morrer supostamente pela pátria? Claro que, no caso, a pátria no mais das vezes é sinônimo de interesse comercial, mas... e daí, quem pensa nisso na hora de vestir um vistoso uniforme de gladiador?
A guerra é uma coisa terrível, talvez a mais ignominiosa das coisas produzidas pelo engenho humano. Não somente é capaz de destruir países inteiros, como, para esse fim, é focada em destruir a vida humana. A guerra mata, fere de forma profunda, estraçalha a carne, esquarteja membros. Os que escapam de ferimentos da carne, não alcançam evitar os males da alma por ela provocados.
A guerra não distingue entre civis e militares na hora de ferir e de matar. E por que distinguiria? Afinal, ambos são seres humanos e o militar nada mais é do que um civil a quem impuseram um uniforme. Estar uniformizado não deveria submeter alguém a ser esquartejado ou morrer. O holocausto produzido pelos alemães e as bombas lançadas em Hiroshima e Nagasaki pelos americanos são o exemplo maior da iniquidade humana, da maldade que impera no âmago do ser humano.
Porém, embora a humanidade tenha conhecimento de tudo isso, elas somente são consideradas e repudiadas quando nos atinge, quando nós somos os participantes da batalha ou nossos filhos. As notícias de guerras longínquas, lidas nos jornais, causam, quando muito, um pequeno desconforto, logo superado por uma lambida no delicioso sorvete. A insensibilidade é tamanha que, mesmo quando um país está em guerra, é preciso um bom tempo até que as mães percebam que seus filhos estão morrendo à toa, em nome de interesses difusos, confusos, sempre obscuros para a população. Só então vão para as ruas, exigir o fim das escaramuças.
As guerras ainda existem. Muitas. À todo momento pipoca uma em algum lugar do mundo. Algumas mais famosas, outras nem se ouve falar (quem se preocupa com uma guerra em Burkina Faso?).
As guerras são a prova inequívoca de que a humanidade ainda está longe da civilização, ainda é bárbara, irracional. Poderia ser dito que estamos mais próximos dos animais do que de uma pretensa humanidade, porém isso seria injusto com os animais. Afinal, animais geralmente só matam para comer. Seres humanos produzem guerras e matam em nome da acumulação patrimonial.
Guerra. Ação humana que caracteriza o atual estado de barbárie da humanidade, distanciando-a da civilização e da inteligência.

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