Os
ricos investidores do mercado especulativo são eufemisticamente
denominados "rentistas".
Deveriam,
na verdade, ser chamados pelo que realmente são: parasitas do
Capital.
Define-se
parasita como o ser que, agregando-se maliciosamente a outro ser,
dele retira toda a energia necessária à sua própria sobrevivência,
em prejuízo daquele que é parasitado.
No
início, os capitalistas eram donos do dinheiro e gerenciavam o
próprio investimento, que era então produtivo. Um mal menor. Com o tempo, porém,
perceberam lhes ser possível abrir mão desse trabalho estafante.
Delegaram-no, pois, a empregados muito bem pagos (os managers).
A
partir daí, a atuação ou contribuição dos capitalistas em
relação ao setor efetivamente produtivo passou a ocorrer por via
indireta, basicamente através da negociação de títulos no mercado
mobiliário. Deixou de existir, de fato, vinculação direta com
aquilo que essa ou aquela empresa produz. Tornaram-se "proprietários ausentes". Passou a interessar,
apenas, a rentabilidade dos papeis, pouco importando a que empresa se
referem, onde se encontra estabelecida, o que produz ou quem são
seus empregados.
O
passo seguinte foi a invenção do mercado especulativo, paralelo ao
verdadeiro (o mercado de ações), o que fizeram por mero enfado com
a monotonia do mercado produtivo, que por vezes demanda algum tempo
até a obtenção de retorno, e também pela avidez em acumular mais
dinheiro. Criaram a figura do "proprietário inexistente".
Tamanha era a ganância que ousaram desnaturar a própria natureza do
dinheiro, sua essência original, que era, até então, substitutiva de uma mercadoria real, no caso, o
ouro. A âncora em algo real, tangível, conferia peso e validade às cédulas e moedas que todos carregavam nos bolsos. Livre de vinculação a qualquer coisa material, o dinheiro passou a flutuar ao
sabor do "mercado", que, vejam só, é controlado pelos próprios parasitas.
Está
dando no que está dando. Crises sucessivas e, segundo eles,
inevitáveis.
O
dia que inevitavelmente irá ocorrer, no qual o dólar passar a
possuir valor real, equivalente ao seu próprio mercado de origem, o
mundo literalmente irá desabar.
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