sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Os parasitas do Capital


Os ricos investidores do mercado especulativo são eufemisticamente denominados "rentistas".
Deveriam, na verdade, ser chamados pelo que realmente são: parasitas do Capital.
Define-se parasita como o ser que, agregando-se maliciosamente a outro ser, dele retira toda a energia necessária à sua própria sobrevivência, em prejuízo daquele que é parasitado.
No início, os capitalistas eram donos do dinheiro e gerenciavam o próprio investimento, que era então produtivo. Um mal menor. Com o tempo, porém, perceberam lhes ser possível abrir mão desse trabalho estafante. Delegaram-no, pois, a empregados muito bem pagos (os managers).
A partir daí, a atuação ou contribuição dos capitalistas em relação ao setor efetivamente produtivo passou a ocorrer por via indireta, basicamente através da negociação de títulos no mercado mobiliário. Deixou de existir, de fato, vinculação direta com aquilo que essa ou aquela empresa produz. Tornaram-se "proprietários ausentes". Passou a interessar, apenas, a rentabilidade dos papeis, pouco importando a que empresa se referem, onde se encontra estabelecida, o que produz ou quem são seus empregados.
O passo seguinte foi a invenção do mercado especulativo, paralelo ao verdadeiro (o mercado de ações), o que fizeram por mero enfado com a monotonia do mercado produtivo, que por vezes demanda algum tempo até a obtenção de retorno, e também pela avidez em acumular mais dinheiro. Criaram a figura do "proprietário inexistente".
Tamanha era a ganância que ousaram desnaturar a própria natureza do dinheiro, sua essência original, que era, até então, substitutiva de uma mercadoria real, no caso, o ouro. A âncora em algo real, tangível, conferia peso e validade às cédulas e moedas que todos carregavam nos bolsos. Livre de vinculação a qualquer coisa material, o dinheiro passou a flutuar ao sabor do "mercado", que, vejam só, é controlado pelos próprios parasitas.
Está dando no que está dando. Crises sucessivas e, segundo eles, inevitáveis.

O dia que inevitavelmente irá ocorrer, no qual o dólar passar a possuir valor real, equivalente ao seu próprio mercado de origem, o mundo literalmente irá desabar.

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