Nem
tudo é o que parece ser.
A
questão, antes da eleição do Brasil como sede da Copa, era: fazer
ou não fazer a Copa? Ou, porque fazer uma Copa no Brasil? O que se
ganha, o que se perde?
Para
as pessoas que não são muito ligadas em futebol, a Copa certamente
poderia ser sediada pela Tailândia que não faria diferença alguma.
Aqui ou em qualquer outro lugar do mundo, sempre se pode ver a Copa
pela televisão.
Porém,
naquele que é considerado o "país do futebol" a resposta
parecia simples alguns anos atrás: claro que sim.
É
válida a afirmação dos críticos da realização da Copa no
sentido de que o país possuía outras prioridades mais prementes.
Todavia, outra coisa, muito diferente, é afirmar que a Copa trará
prejuízo para o país ou que sua realização exigirá retirar
investimentos da área social.
Não
é verdade que recursos do social estejam sendo desviados para a
Copa. Quanto a esse ponto, deve-se antes de tudo lembrar que jamais
algum partido político fez mais investimentos na área social do que
o PT. Os números são públicos, basta consultar na internet. É
difícil alguém argumentar contra esse fato, coisa que não é feita
nem mesmo pela grande imprensa, que claramente faz oposição ao PT.
Em
relação à quantidade de dinheiro público que será investido na
Copa, deve-se considerar que obras de infra-estrutura são obrigação
do governo e continuarão a integrar o patrimônio público por
décadas após o encerramento da Copa. Assim, excluindo-se esse tipo
de obra, conclui-se que o investimento público somente para a Copa é
muito pouco, na verdade quase nenhum se comparado ao retorno
previsto.
Isso
se explica pela circunstância de que a quase totalidade das
obrigações assumidas pelo governo brasileiro perante a Fifa
relacionam-se à realização de obras de infraestrutura, ou seja,
melhorias no transporte público (chama-se mobilidade urbana, ou
seja, avenidas, metrôs, barcas, intermodais, etc), nos aeroportos,
na segurança pública, em telecomunicações, em engenharia
sanitária e por aí vai. C omo dito, realização de obras de
infraestrutura é o que se deseja que todo governo faça. Se a razão
de ser dessas obras foi a Copa, pouco importa, desde que seja feito.
Quanto
aos estádios, é falsa a sugestão que a imprensa quer passar de que
seja gasto público o dinheiro repassado pela BNDES para as
instituições privadas que ficarão responsáveis pelos estádios
após a Copa. Ora, o BNDES é um banco e o dinheiro é concedido
mediante empréstimo a juros, ou seja, vai ser pago. Embora um banco
de fomento, ou seja, de incentivo à produção, o BNDES é um banco,
ainda que empreste com juros menores ou mesmo sem juros.
Conclui-se,
pois, que, se parte do gasto ocorre com infraestrutura (e ficará
para o povo) e parte possui natureza de empréstimo, o gasto público
é mínimo.
Vale
reproduzir um trecho de algo peneirado na internet, pois é bastante
esclarecedor.
"O
último balanço da Copa, que tem como referência o mês de
setembro, mostra que os investimentos públicos e privados já
alcançam R$ 25,6 bilhões dos quais:
• R$
8 bilhões em obras de mobilidade urbana
• R$
8 bilhões em construção e reformas de estádios
• R$
6,3 bilhões em aeroportos
• R$
1,9 bilhão em segurança
• R$
600 milhões em portos
• R$
400 milhões em telecomunicações
• R$
200 milhões em infraestrutura turística
• R$
200 milhões em instalações complementares
As
consultorias Ernst&Young e Fundação Getúlio Vargas calculam
que, entre 2010 e 2014, serão movimentados R$ 142,39 bilhões
adicionais na economia nacional. Para cada R$ 1 aplicado pelo setor
público, R$ 3,4 serão investidos pela iniciativa privada a partir
das obras estruturantes.
Deverão
ser gerados 3,6 milhões de empregos - a população do Uruguai. A
arrecadação de impostos atingirá R$ 11 bilhões e a população
vai auferir renda adicional de R$ 63,48 bilhões apenas nesse
quadriênio.
Segundo
prospecção da consultoria Value Partners, os investimentos vão
agregar R$ 183,2 bilhões ao Produto Interno Bruto até 2019. Os
efeitos na economia serão ainda mais fecundos se o Brasil ganhar a
Copa. Estudo do pesquisador britânico John S. Irons, do “Center
for American Progress”, indica que o torneio da Fifa “faz rolar a
bola da economia” do país-anfitrião que levanta a taça. O PIB da
Inglaterra, se cresceu 2% em 1966, aumentou para mais de 3% nos dois
anos seguintes. Fenômeno idêntico ocorreu com a Argentina, sede e
vencedora da Copa de 1978."
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