terça-feira, 8 de julho de 2014

Gastos públicos com a Copa do Mundo

Nem tudo é o que parece ser.
A questão, antes da eleição do Brasil como sede da Copa, era: fazer ou não fazer a Copa? Ou, porque fazer uma Copa no Brasil? O que se ganha, o que se perde?
Para as pessoas que não são muito ligadas em futebol, a Copa certamente poderia ser sediada pela Tailândia que não faria diferença alguma. Aqui ou em qualquer outro lugar do mundo, sempre se pode ver a Copa pela televisão.
Porém, naquele que é considerado o "país do futebol" a resposta parecia simples alguns anos atrás: claro que sim.
É válida a afirmação dos críticos da realização da Copa no sentido de que o país possuía outras prioridades mais prementes. Todavia, outra coisa, muito diferente, é afirmar que a Copa trará prejuízo para o país ou que sua realização exigirá retirar investimentos da área social.

Não é verdade que recursos do social estejam sendo desviados para a Copa. Quanto a esse ponto, deve-se antes de tudo lembrar que jamais algum partido político fez mais investimentos na área social do que o PT. Os números são públicos, basta consultar na internet. É difícil alguém argumentar contra esse fato, coisa que não é feita nem mesmo pela grande imprensa, que claramente faz oposição ao PT.
Em relação à quantidade de dinheiro público que será investido na Copa, deve-se considerar que obras de infra-estrutura são obrigação do governo e continuarão a integrar o patrimônio público por décadas após o encerramento da Copa. Assim, excluindo-se esse tipo de obra, conclui-se que o investimento público somente para a Copa é muito pouco, na verdade quase nenhum se comparado ao retorno previsto.
Isso se explica pela circunstância de que a quase totalidade das obrigações assumidas pelo governo brasileiro perante a Fifa relacionam-se à realização de obras de infraestrutura, ou seja, melhorias no transporte público (chama-se mobilidade urbana, ou seja, avenidas, metrôs, barcas, intermodais, etc), nos aeroportos, na segurança pública, em telecomunicações, em engenharia sanitária e por aí vai. C omo dito, realização de obras de infraestrutura é o que se deseja que todo governo faça. Se a razão de ser dessas obras foi a Copa, pouco importa, desde que seja feito.
Quanto aos estádios, é falsa a sugestão que a imprensa quer passar de que seja gasto público o dinheiro repassado pela BNDES para as instituições privadas que ficarão responsáveis pelos estádios após a Copa. Ora, o BNDES é um banco e o dinheiro é concedido mediante empréstimo a juros, ou seja, vai ser pago. Embora um banco de fomento, ou seja, de incentivo à produção, o BNDES é um banco, ainda que empreste com juros menores ou mesmo sem juros.
Conclui-se, pois, que, se parte do gasto ocorre com infraestrutura (e ficará para o povo) e parte possui natureza de empréstimo, o gasto público é mínimo.
Vale reproduzir um trecho de algo peneirado na internet, pois é bastante esclarecedor.
"O último balanço da Copa, que tem como referência o mês de setembro, mostra que os investimentos públicos e privados já alcançam R$ 25,6 bilhões dos quais:
R$ 8 bilhões em obras de mobilidade urbana
R$ 8 bilhões em construção e reformas de estádios
R$ 6,3 bilhões em aeroportos
R$ 1,9 bilhão em segurança
R$ 600 milhões em portos
R$ 400 milhões em telecomunicações
R$ 200 milhões em infraestrutura turística
R$ 200 milhões em instalações complementares
As consultorias Ernst&Young e Fundação Getúlio Vargas calculam que, entre 2010 e 2014, serão movimentados R$ 142,39 bilhões adicionais na economia nacional. Para cada R$ 1 aplicado pelo setor público, R$ 3,4 serão investidos pela iniciativa privada a partir das obras estruturantes.
Deverão ser gerados 3,6 milhões de empregos - a população do Uruguai. A arrecadação de impostos atingirá R$ 11 bilhões e a população vai auferir renda adicional de R$ 63,48 bilhões apenas nesse quadriênio.

Segundo prospecção da consultoria Value Partners, os investimentos vão agregar R$ 183,2 bilhões ao Produto Interno Bruto até 2019. Os efeitos na economia serão ainda mais fecundos se o Brasil ganhar a Copa. Estudo do pesquisador britânico John S. Irons, do “Center for American Progress”, indica que o torneio da Fifa “faz rolar a bola da economia” do país-anfitrião que levanta a taça. O PIB da Inglaterra, se cresceu 2% em 1966, aumentou para mais de 3% nos dois anos seguintes. Fenômeno idêntico ocorreu com a Argentina, sede e vencedora da Copa de 1978."

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