Pessoas
que pretendem realizar um trabalho com uma certa dimensão pública,
mas, ao mesmo tempo, desejam manter o anonimato como forma de
preservar a privacidade, geralmente divulgam sua obra através da
utilização de um pseudônimo, um nome fictício alternativo ao nome
real, mas que não é falso, tendo inclusive proteção legal. Não pode ser caracterizado como nome falso pois a pessoa assume a autoria e responsabilidade
pelo que faz, embora identificando-se com um outro nome.
Até aqui,
novidade alguma.
O
interessante é que o uso de pseudônimos, em geral, é associado aos
artistas, como atores, cantores e escritores. Todavia, sua utilização
é muito mais abrangente. Somente para dar um exemplo, todos os papas
da Igreja Católica trocam de nome ao assumir o trono papal. O nome
“Francisco”, do atual papa, é o pseudônimo religioso do
argentino Jorge Mario Bergoglio. Talvez alguns espíritas não
saibam, mas o nome Allan Kardec é o pseudônimo do francês
Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Outro
setor não artístico onde os pseudônimos são comuns é a política.
O famoso Josef Stalin, por exemplo, chamava-se, na realidade, Ióssif
Vissariónovitch Djugashvili. O verdadeiro nome de Bill Clinton,
ex-presidente democrata americano, é William Jefferson Blythe III.
Aqui no Brasil, pode-se citar o exemplo do grande escritor e político
Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de
Barros.
Grandes
pensadores utilizaram pseudônimos, como Voltaire, cujo nome real era
François-Marie Arouet.
Na
área da literatura e da poesia os exemplos são tantos que encheriam
vários volumes. Só para dar três grandes exemplos, nosso querido
Ferreira Gullar se chama José Ribamar Ferreira, o escritor americano
Mark Twain é na verdade Samuel Langhorne Clemens e o aclamadíssimo
poeta chileno Pablo Neruda possuía o pomposo nome de Ricardo Eliecer
Neftalí Reyes Basoalto.
Quanto
aos atores e cantores, David Robert Jones, grande músico, ator e
cantor inglês, não se conteve e assumiu dois pseudônimos durante
sua carreira, tendo feito, porém, mais sucesso como David Bowie do
que como Ziggy Stardust. O nome Cazuza teria a mesma repercussão
artística que Agenor de Miranda Araújo Neto? Vocês já ouviram
falar de um certo Sir Reginald Kenneth Dwight? Não? E se o chamarmos
de Elton John, melhorou sua memória?
Além
do aspecto da privacidade, pseudônimos permitem às pessoas se
reinventarem e produzirem coisas que, com a identidade usual, teriam
dificuldades em realizar. Numa palavra, pseudônimos são
libertadores.
E
pseudônimos não são utilizados somente por famosos. Aliás, sua
origem e necessidade nem guarda relação com fama, mas sim com
intimidade. É por isso que pessoas comuns às vezes também lançam
mão desse artifício.
Esse
texto, por exemplo, foi escrito pelo Marcio Valley, que é o
pseudônimo de... deixa pra lá.
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