segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sobre a reforma política


Até mesmo a mais ingênua das almas caridosas conseguiria enxergar que o destino de uma reforma política a cargo dos atuais parlamentares seria a lata de lixo, como aliás tem ocorrido ao longo das quatro últimas décadas. No máximo, alguma perfumaria e nada de efetivo.
Mesmo a mais idiota das pessoas saberia que o Chefe do Poder Executivo não manda nos parlamentares e não consegue direcionar o Poder Legislativo, um poder completamente autônomo e independente, tanto que presidentes, governadores e prefeitos necessitam costurar alianças para alcançar a tal da "governabilidade", alianças espúrias tecidas com os fios do fisiologismo ou do patrimonialismo - cargos para alguns, um dinheirinho para outros.

Portanto, mesmo a mais ingênua e idiota das pessoas, deveria saber que somente uma representação parlamentar exclusiva, para mandato único e com projeto legislativo restrito à criação de novas regras político-eleitorais, sem interesse direto nessas novas regras, seria capaz de efetivamente inovar e realizar uma reforma mais consentânea com os interesses do povo.
Mesmo assim, tão logo a Presidenta Dilma lançou a ideia da constituinte exclusiva, sendo imediatamente massacrada pelos políticos tradicionais e pela imprensa, ambos com interesses escusos por trás das "indignações", diversas pessoas manifestaram-se nas redes sociais contra o projeto. Algumas, que conheço, nada tem de ingênua ou idiota, pelo contrário, são pessoas de expressiva inteligência. Ainda assim posicionaram-se contra um projeto absolutamente democrático e que contraria os interesses dos atuais parlamentares, justamente esses que são o principal motivo do povo estar nas ruas protestando.
O motivo? Difícil dizer. Insensatez, preconceito contra qualquer coisa vinda do PT, adesão impensada a movimentos midiáticos.
Tenho um amigo, vascaíno doente, que, entretanto, muito mais do que vascaíno é anti-flamenguista roxo, a ponto de, numa partida entre o Vasco e outro time, do qual dependa o futuro do Flamengo no campeonato, ele torcer contra o time do coração.
Às vezes somos assim, damos um tiro no próprio pé desde que isso interrompa a caminhada do adversário. Paciência, esse é o jogo e, afinal, somos humanos e temos direito a errar.

Pensando bem, talvez eu é que seja o idiota e ingênuo.

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