terça-feira, 22 de abril de 2014

Pseudônimos




Pessoas que pretendem realizar um trabalho com uma certa dimensão pública, mas, ao mesmo tempo, desejam manter o anonimato como forma de preservar a privacidade, geralmente divulgam sua obra através da utilização de um pseudônimo, um nome fictício alternativo ao nome real, mas que não é falso, tendo inclusive proteção legal. Não pode ser caracterizado como nome falso pois a pessoa assume a autoria e responsabilidade pelo que faz, embora identificando-se com um outro nome.
Até aqui, novidade alguma.
O interessante é que o uso de pseudônimos, em geral, é associado aos artistas, como atores, cantores e escritores. Todavia, sua utilização é muito mais abrangente. Somente para dar um exemplo, todos os papas da Igreja Católica trocam de nome ao assumir o trono papal. O nome “Francisco”, do atual papa, é o pseudônimo religioso do argentino Jorge Mario Bergoglio. Talvez alguns espíritas não saibam, mas o nome Allan Kardec é o pseudônimo do francês Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Outro setor não artístico onde os pseudônimos são comuns é a política. O famoso Josef Stalin, por exemplo, chamava-se, na realidade, Ióssif Vissariónovitch Djugashvili. O verdadeiro nome de Bill Clinton, ex-presidente democrata americano, é William Jefferson Blythe III. Aqui no Brasil, pode-se citar o exemplo do grande escritor e político Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros.
Grandes pensadores utilizaram pseudônimos, como Voltaire, cujo nome real era François-Marie Arouet.
Na área da literatura e da poesia os exemplos são tantos que encheriam vários volumes. Só para dar três grandes exemplos, nosso querido Ferreira Gullar se chama José Ribamar Ferreira, o escritor americano Mark Twain é na verdade Samuel Langhorne Clemens e o aclamadíssimo poeta chileno Pablo Neruda possuía o pomposo nome de Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto.
Quanto aos atores e cantores, David Robert Jones, grande músico, ator e cantor inglês, não se conteve e assumiu dois pseudônimos durante sua carreira, tendo feito, porém, mais sucesso como David Bowie do que como Ziggy Stardust. O nome Cazuza teria a mesma repercussão artística que Agenor de Miranda Araújo Neto? Vocês já ouviram falar de um certo Sir Reginald Kenneth Dwight? Não? E se o chamarmos de Elton John, melhorou sua memória?
Além do aspecto da privacidade, pseudônimos permitem às pessoas se reinventarem e produzirem coisas que, com a identidade usual, teriam dificuldades em realizar. Numa palavra, pseudônimos são libertadores.
E pseudônimos não são utilizados somente por famosos. Aliás, sua origem e necessidade nem guarda relação com fama, mas sim com intimidade. É por isso que pessoas comuns às vezes também lançam mão desse artifício.

Esse texto, por exemplo, foi escrito pelo Marcio Valley, que é o pseudônimo de... deixa pra lá.

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