terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

A elite empresária: razão e insensibilidade

 

Esqueça-se a responsabilidade social e política da mídia, o compromisso com fatos e valores democráticos, e fixemo-nos apenas no vetor negócios”.

O jornalista Luís Nassif invoca a reflexão acima no artigo “A Lava Jato e o desmonte da credibilidade da mídia”, publicado no jornal GGN. Nele, aborda-se a questão da perda, pela grande mídia, em meros quatro anos, de quase 70% dos leitores, agudizando um fato que já vinha antes, de modo mais lento, se desenvolvendo consistentemente. Segundo a inteligência da matéria, o súbito incremento da velocidade da queda se explicaria, com alto grau de certeza, pelo alinhamento acrítico e, portanto, dolosamente irresponsável, dos “jornalões” às ações ilícitas cometidas pela operação lava jato. A partir daí, a debandada dos leitores tornou-se uma avalanche montanha de credibilidade abaixo.

O presente texto objetiva responder à provocação de Nassif, ou seja, refletir sobre as motivações subjacentes de alguns poderosos empresários brasileiros que parecem gastar mais energia com questões políticas menores (pois nada há mais importante e emergente do que combater a miséria, a fome e, principalmente nesse momento histórico, fornecer saúde pública em quantidade e qualidade) do que com o sucesso dos próprios negócios. Embora Nassif tenha mirado nos donos da grande mídia, porque, claro, são os que mais se expõem justamente em função da atividade que desenvolvem, o mesmo espanto reflexivo, porém, deve ser direcionado aos demais membros da elite empresária brasileira, nossos bilionários, pois praticam ações similares com idênticos móveis subjacentes. É espantoso verificar que, embora reconhecendo o inegável direito da elite empresária possuir posicionamento político explícito, muitas gestores demonstram despreocupação com o dever de zelo pelo próprio empreendimento e, conforme o caso, pelo compromisso que tem com os acionistas na obtenção de lucro. Em lugar de guardar um distanciamento seguro dos posicionamentos políticos de alta controvérsia, emanados das diversas cores do espectro político, social e partidário, dos cidadãos, atiram-se de cabeça na guerra política, assumindo alinhamentos que se opõem, não somente ao pensamento, mas a interesses e necessidades de milhões e milhões de brasileiros e brasileiras, de todas as etnias, gêneros, credos e inclinações. Agindo assim, correm o risco de contrariar o principal objetivo empresarial, a razão de ser do próprio negócio, que é arregimentar o maior número possível de clientes. Alguns já foram alvos de boicotes explícitos dos consumidores.

Melhor explicando: suponhamos uma grande rede de varejos nos EUA, como Wallmart ou Amazon. É concebível sequer supor que o gestor de uma delas venha a adotar publicamente, com divulgação espalhafatosa nas redes sociais, um posicionamento favorável a um candidato a presidente cujo discurso seja pautado por menções indignas a negros, latinos, mulheres, homossexuais, meio ambiente ou insultando diretamente eleitores de um dos dois grandes partidos, Republicano ou Democrata? Impossível. Um gestor que agisse assim não sobreviveria mais uma semana à frente dos negócios. Considerado louco, seria demitido, com nota pública do conselho de administração repudiando suas ações. Hipocritamente ou não, uma empresa de porte não pode admitir um posicionamento ofensivo a milhões de potenciais consumidores, o que viola a máxima capitalista de obtenção ótima de resultados. Empresas europeias ou as grandes da Ásia disso não difeririam muito. A razão óbvia do repúdio é o compromisso com o lucro, próprio e dos acionistas, objetivo acima de ideais políticos subjetivos duvidosos de dirigentes empresariais. Somente um gestor mentalmente perturbado seria capaz de ofender um grande percentual de pessoas que são justamente os potenciais destinatários de sua dispendiosa publicidade.

Repito: isso não significa que não possam ter as próprias convicções sobre qualquer assunto. Podem, como todo cidadão. O que se questiona aqui é, primeiro, o pouco pudor de aderir a retóricas nitidamente contrárias à dignidade da vida como um todo; e, segundo, a ausência de receio de expor tais convicções ante a possibilidade, por menor que seja, disso provocar um estrépito negativo entre os consumidores e consequente prejuízo ao lucro ou à imagem da empresa. E isso já começou a ocorrer, como demonstra a queda acentuada de faturamento das grandes empresas de mídia, acarretada pela frustração impingida em seus consumidores em termos de credibilidade. A confusão entre negócio e política explícita, pelo que parece, engendrará perdas cada vez maiores em cada vez mais setores identificados como inimigos do povo.

Mas o que explica que, no Brasil, de um passado recente que se estende até o momento atual, e obviamente ressalvando as exceções de praxe, grandes empresários, inclusive e principalmente os gigantes da mídia, pareçam não se preocupar com o pensar político de seus potenciais clientes? Padeceriam de algum transtorno mental? Ora, por aqui, posicionam-se maciça e claramente contra o terço do eleitorado brasileiro representado pelos adeptos da esquerda política. É cansativo, mas repito: o objetivo da imensa maioria dos partidos de esquerda brasileiros, principalmente o do maior deles, não é provocar uma revolução, atingir o comunismo ou violar as leis do livre mercado. Os grandes empresários não são idiotas, sabem disso. Já lucraram bastante durante governos de esquerda. O que os move não é o temor do comunismo que ronda a mente frágil e conspiratória dos assim chamados “pobres de direita” (que, a meu ver, inclui a classe média). Não é pouca coisa arriscar a perda de mais de cinquenta milhões de eleitores que são também consumidores, sem contar os não eleitores adultos alinhados à esquerda. Ainda assim, nossa elite empresária parece pouco se importar em perder tamanha quantidade de clientes. No passado já demonstraram igualmente não se importar em participar da derrubada de governos de inclinação social bem-sucedidos também no aspecto econômico, ou seja, que beneficia pobres e ricos. É verdade que alguns membros dessa elite empresária passaram, de tempos para cá, a criticar também o bolsonarismo, que é uma tendência política que podemos chamar de extrema-direita alucinada. Porém, nesse caso a coisa parece tratar-se mais de um acerto de contas ao estilo mafioso, quando ocorre fraude na divisão do butim, do que de uma súbita tomada de consciência. Bolsonaro praticamente não entregou nada do que eles queriam, só crise em cima de crise. Tanto é assim que continuam a afagar a extrema-direita através de adulações dirigidas a outro expoente do extremismo liberal-penal, o ex-juiz suspeito e incompetente que se tornou milionário em seis meses.

Não, definitivamente a resposta não se encontra em transtorno psiquiátrico. Uma possível e fácil explicação para esse descaso seria que, de modo geral, nossos empresários são imaturos e socialmente incultos e insensíveis. Mesmo alguns considerados bons administradores, em momentos cruciais, parecem deixar-se levar por uma espécie de infantilidade mental em relação a passos que deveriam ser pautados exclusivamente por racionalidade e lógica de mercado. Ser imaturo ou inculto, contudo, não justifica, necessariamente, a ação pirracenta ou estúpida. Assim como no adulto que comete crimes, também na criança o desvio comportamental se acentua perante a percepção da impunidade, ou seja, o infante se dá conta de que há espaço livre para o esperneio. Em geral, crianças de pais disciplinadores são menos birrentas do que as de pais que agem com maior despreocupação; as primeiras sabem que serão advertidas. Portanto, é possível que haja algum fator que encoraja o comportamento tresloucado de nossa elite, o que nos faz repetir a indagação: por que nossa elite empresária sente-se à vontade para pirracear em praça pública mesmo sob o risco cada vez mais acentuado de perder dinheiro?

É bem possível supor que esse comportamento empresarial se justifique melhor como um efeito daninho da reserva de mercado típica de economias oligopolistas, como a do Brasil. O país tem pouca proteção normativa ao livre mercado, impeditiva da formação de monopólios privados ou oligopólios. O controle sobre a produção de conteúdo jornalístico, por exemplo, encontra-se fortemente concentrado nas mãos de um número reduzidíssimo de grupos familiares. Seu poder está sendo mitigado pela ascensão das mídias alternativas? Sim, está, mas ainda dominam o debate. Isso porque, amparados pela propriedade cruzada de diversas mídias distintas (rádio, televisão, cinema, jornais, revistas e livros), situação ainda não acessível à mídia alternativa, são capazes de impor amplamente a pauta dos assuntos e opiniões que são discutidas nas rodas físicas e virtuais de conversas do povo. Alguém pode dizer, “ah, mas existem milhares de jornais e emissoras de rádio e televisão”; ocorre que isso não corresponde exatamente à realidade. A imensa maioria é constituída de veículos, pequenos ou grandes, que atuam como meros “repetidores de sinal”, vamos chamar assim, limitando-se a ecoar total ou parcialmente o conteúdo dos quatro grandes (Globo, Abril, Folha e Estadão). Esses grandes pensam que ainda são os donos da bola e continuam avidamente tentando escalar o time, como tanto fizeram no passado, e se frustram, zangados, quando percebem que, cada vez mais, isso ocorre menos. Nesse caso, em lugar de refletir sobre a própria importância, ou perda dela, e dar um passo resignado atrás, curvando-se a inarredável realidade, optam por dobrar ou triplicar a aposta, esperneando e gritando ainda mais. Qualquer semelhança com determinada pessoa que ocupa a presidência não é coincidência; ele é produto direto dessa ideologia entreguista rasa e ególatra praticada há décadas no país por esses veículos.

Como dito, não são somente os empresários da mídia que assim se comportam. Grande parte dos demais, com reserva de mercado garantida pela semiexclusividade inerente aos oligopólios, padece do mal. Embora oligopólios sejam constituídos por empresas distintas que, em tese, competem entre si, sua existência gera o que a economia denomina de “concorrência imperfeita”, um efeito similar ao que emana da prática monopolista pura, caracterizado por predomínio substantivo de poucas empresas em determinada área negocial. Sem falar na sempre possível interpenetração acionária, quando todos são sócios de todos. Isso possibilita dois efeitos imediatos: (1) a formação de uma demanda inelástica, favorável aos oligopólios por inexistir alternativa ao consumo; e (2) a cartelização até espontânea da atividade, originada da identidade de problemas e objetos (habitus empresarial, por assim dizer). Tais efeitos induzem a manipulação de preços, para cima (quase sempre, pois não há concorrência) e para baixo (dumping, raramente, quando alguma concorrência residual surge), e eliminação de concorrentes menores, seja por não suportar a competição injusta, seja em função de aquisição predatória.

Demanda inelástica significa, basicamente, um grande “dane-se” dos empresários em relação aos consumidores. Em função desses oligopólios nacionais, os brasileiros consomem, massivamente, os produtos fornecidos por três empresas de telefonia, quatro de imprensa majoritária, uma de cerveja, duas de locação de automóveis; uma de motocicletas; três de automóveis; duas de chocolates; cinco bancos; três redes de supermercados e por aí vai. A atuação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é, para dizer o mínimo, pífia, usualmente autorizando grandes fusões com pouca ou nenhuma restrição. Como se vê, ao contrário do que acreditam os idiotas da objetividade liberal, nosso problema mais urgente não é a doutrinação comunista, fantasma contumaz em assombrar mentes frágeis, mas a carência de um autêntico capitalismo competitivo, o que exige, novamente remando contra a maré de ignorância dos neoliberais de botequim, maior regulação do Estado e não a desregulamentação aguda que vem ocorrendo há décadas. Assim como o sistema legal (regulação estatal) é a base das contenções civilizatórias que garantem, o mais possível, a vida pacífica e harmoniosa em coletividade, exigindo que a liberdade de um não interfira na do outro, é também o único modo de proteger o livre comércio contra a voracidade egoísta natural do ser humano. Esse é o modo de agir de todos as grandes economias reconhecidas como liberais pela direita política, cujo ícone por excelência, os EUA, encontram-se atualmente bastante preocupados, por exemplo, em produzir normatividade para minorar o problema que as big techs, as gigantes de tecnologia, provocam no livre comércio. Não fazem isso porque são “socialistas”, mas por terem ciência de que liberdade total é sinônimo de barbárie, não de civilização. O vácuo da regulação pode redundar, no futuro, no fim do livre mercado, com a existência de uma única grande corporação dominando todas as áreas de atividade humana, como a fictícia OCP do filme Robocop. Muitos dos que se escandalizam com a simples menção à palavra “regulação”, clamando pelo liberalismo mais extremo, temem, no fundo, no fundo, perder a liberdade de cometer atrocidades e explorar o outro ser humano ao máximo, sem que ninguém lhes venha encher o saco com “mimimi”.

Enfim, a concentração da atividade produtiva nas mãos de um número reduzidíssimo de grupos empresariais, muitos deles familiares, degenera o liame oferta-demanda, sendo um fator explicativo, em grande medida, do descompasso entre as ações da elite econômica e os posicionamentos políticos majoritários da população. A reserva de mercado decorrente das práticas monopolistas permite ignorar solenemente, sem risco, a realidade e as pretensões do “populacho”. Sem opção para os consumidores, os grandes empresários se veem livres para agir despudoradamente contra os interesses de parte substancial da população, por vezes movidos unicamente por instintos elitistas e preconceituosos, sem relação alguma com o sucesso ou fracasso de seu empreendimento.

Tal situação, porém, vem mudando a cada dia. Aceleradamente, as redes sociais mais e mais influenciam o comportamento dos consumidores. A grande mídia já sente o bafo quente da falência em seus cangotes. Se não quiserem seguir esse péssimo exemplo e perder muito, talvez tudo, a elite empresária de outras áreas de negócios devem começar a se preocupar com organizações como a Sleeping Giants, que se multiplicarão com certeza.

A ausência de competição real no comércio é um ponto importante, mas não o único. Uma segunda motivação para o descompromisso e desprezo da opinião publicada (da elite) em relação à opinião pública (do povo), é a falta de sensibilidade social e alteridade de nossa classe rica. São pessoas graduadas e pós-graduadas em instituições de ensino de grife, chiques, caríssimas, com renome internacional, como Harvard, MIT, Oxford, Cambridge e outras. Ao que parece, porém, essa formação de alto nível os prepara para qualquer negócio, menos para enxergar o mundo com o altruísmo que a visão de uma vivência humana em condições indignas deveria provocar em todos, notadamente naqueles que, supostamente, “lideram” o mundo. Aquisição de sensibilidade social depende de formação de classe ou de epifania provocada pelo conhecimento multidisciplinar advindo das diversas ciências humanas, o que exige entrega espiritual à medida da aquisição dos ensinamentos. O grande entrave, entretanto, é que, no que toca à formação de berço, oriunda da classe de nascimento, não há esperança alguma de redenção. Trata-se de elemento majoritariamente inexistente nas classes privilegiadas, um conjunto vazio quanto aos propósitos aqui pontificados. Ricos, de modo geral, não ensinam noções de empatia e justiça social a seus filhos, mas, sim, a serem inflexíveis e duros, condição para garantir e aumentar o patrimônio que herdarão. Num país que, ridiculamente, considera rico quem ganha quinze mil reais; num país municiado de um tal grau de injustiça social que o grosso da arrecadação tributária provém da renda dos pobres e da classe média, seja com o consumo de gêneros de primeira necessidade ou com a incidência de imposto sobre a renda até de quem ganha dois salários-mínimos, não há notícia de bilionário brasileiro defendendo uma progressividade tributária mais múltipla e equânime, aumento significativo do imposto sobre a herança a partir de determinado valor ou a ampliação da tributação diretamente sobre as próprias fortunas ou sobre as rendas advindas desse patrimônio.

No que toca ao conhecimento diletante das ciências humanas, é certo que não é capaz de sensibilizar todas as almas, ricas ou não. Há que existir uma predisposição da pessoa para ser tocado pelo altruísmo que decorre desses ensinamentos. Infelizmente, nem todos entendem a importância da alteridade para o desenvolvimento da felicidade coletiva, ou seja, como modo de obter a própria felicidade a partir da construção da felicidade alheia. O mundo é melhor quando os desconhecidos que encontramos na rua são felizes. Tomem-se exemplos públicos recentes, banais até, sem dar nomes, que demonstram o que parece ser uma insensibilidade nata e inamovível de pessoas que, pela formação, deveriam ter sido tocadas pelas leituras obrigatórias, profundas, das respectivas áreas de estudo: um doutorando de filosofia do Rio Grande do Sul indiciado por crime de racismo e uma cientista política condenada a indenizar a ex-presidenta Dilma Roussef por publicação de mentiras e xingamentos a seu respeito, além de possível divulgação de propaganda nazista. Coisas assim causam enorme descrença na capacidade de a humanidade alcançar o pleno florescimento. Num como noutro caso, era de se esperar que pessoas com tal nível de formação possuíssem, primeiro, uma consciência crítica suficientemente estabelecida para além da aceitação de preconceitos e lugares-comuns, e, segundo, um arsenal retórico suficiente para construir argumentações sólidas, porém urbanas, em defesa dos próprios pontos de vistas, salvo, claro, no caso do racismo e do nazismo, pois inexistem argumentos capazes de validá-los.

Por fim, um terceiro motivo que, em conjunto com os anteriores, parece explicar o pouco-caso da elite empresária com a opinião de parte expressiva da população, é a ausência de apreço pelos interesses do país de nascimento. Tudo indica que sua nacionalidade e patriotismo estão em comunhão com a nação em relação à qual se identificam e se consideram verdadeiramente cidadãos: os interesses geopolíticos do capital sem pátria alinhados no “Clube dos Super Ricos”. Essa cumplicidade vai ao ponto de não se importar com eventuais prejuízos da indústria nacional; com o fechamento de grandes empresas brasileiras, inclusive as próprias, se conveniente; com o custo de vida infligido ao povo; com o desemprego, fome e miséria de parcela expressiva da população; com a derrubada da democracia e imposição de um regime autoritário, independentemente dos inexoráveis assassinatos e torturas que a isso se seguem; com a violação de qualquer princípio ético que assegura um mínimo de dignidade aos desprivilegiados, desde que patrimônio e lucro estejam garantidos e albergados em algum lugar do mundo. Os ditos “Siga o dinheiro, estúpido!” e “A quem interessa o crime?” nunca foram tão verdadeiros como em nossos tempos. Se a riqueza está assegurada em algum cofre paradisíaco, o país de nascimento é visto como mero acidente de percurso, à revelia da vontade e em muitos casos contra ela. Desejam a garantia de que continuarão ricos apesar, ou mesmo em virtude, de toda a miséria humana que sejam capazes de admitir, criar ou multiplicar.

Em resumo, o comportamento antipovo manifestado explicitamente por parte substancial de nossos milionários se explica pela circunstância de serem pessoas socialmente anestesiadas e despreparadas, infantilizadas, mimadas por um ordenamento jurídico que permite reserva de mercado, de modo que não precisam ficar aflitas com a necessidade de angariar clientes, que não se consideram efetivamente brasileiras e por isso buscam a cidadania de outros países, considerados superiores, e, por conta de tudo isso, possuem pouca ou nenhuma preocupação com o destino do povo brasileiro ou, em última análise, de qualquer outro povo que não seja o daquela pequeníssima nação que pode ser chamada de “Clube dos Super Ricos”.

A conclusão da reflexão é que somos um país, essencialmente, sem elite nacional, sem lideranças empresárias que demonstrem um mínimo de respeito e preocupação pelo destino do povo de onde nasceram.

Estamos a mercê de nós mesmos, de nossas escolhas políticas. Se não fizermos por nós, juntos, pobres e classe média, ninguém fará.

Nenhum comentário :

Postar um comentário