segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Putin atirou no próprio pé?

 

No artigo "Putin será derrotado", Aldo Fornazieri, professor da Escola de Sociologia e Política (Fespsp), defende a tese, em resumo, de que, ao invadir a Ucrânia e desestabilizar a região, Putin contribui dá um tiro no próprio pé, pois fortalece a OTAN por reforçar o argumento de sua necessidade.

Como análise do "dever ser", perfeita a crítica do Aldo às ações russas na Ucrânia. Como entendimento do "é", apresenta-se um tanto poliana.

Não se sabe por quanto tempo os EUA conseguirão dar sobrevida à sua economia, mas dificilmente passará uma ou duas décadas até que desmorone por completo.

Rússia e China vêm atuando em conjunto para desestabilizar a maior commodity estadunidense, o dólar. A intenção, clara, é tornar dispensável a moeda americana nos contratos internacionais.

Quando ou se essas ações atingirem plenamente seus objetivos, a crise das tulipas holandesas parecerá brinquedo de criança.

independentemente das intencionalidades russas e chinesas, o dólar já é hoje a maior pirâmide potencial da história.

Parece certo que desabará em médio prazo e isso ocorrerá, como em todas as pirâmides, sem aviso, de um dia para o outro.

Todos sabem disso e os americanos muito mais ainda. O problema é que impérios não tombam pacificamente, nunca.

Os EUA já se preparam, por si mesmos e por via de seu braço armado europeu, a OTAN, para colocar frotas, armamentos e mísseis por toda a fronteira de seus algozes, russos e chineses, onde isso for possível.

A tomada de um país que não conseguiu entender o seu papel geopolítico, a Ucrânia, parece destinada a mandar um recado curto e grosso para americanos e seus aliados: caiam com dignidade, não provoquem a violência; ela retornará multiplicada.

Guerra e quebra da autodeterminação de um povo é sempre terrível, mas pode estar evitando uma carnificina ainda maior.

Não se trata de uma justificativa do que poderia ser, mas de uma leitura do que é.

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