Vem
sendo compartilhado nas redes sociais um texto atribuído a Fernando
Jorge Caldas Pereira, que é qualificado como sociólogo e diretor da
empresa "O e P Brasil".
Segundo
esse texto, a proposta de Dilma, de constituinte exclusiva para a
reforma política, seria esdrúxula e demagógica, com risco ainda de
os constituintes, soberanos, poderem "criar novos direitos ou
redefinir o conceito de cidadania, de direitos humanos, de
independência de poderes de propriedade ou qualquer outro,
bastando-lhe reconhecer conexão ou natureza política pertinente a
seu objeto".
Caso
a autoria esteja correta, o autor de forma nenhuma pode ser
considerado um crítico isento para avaliação da fala presidencial.
Trata-se do irmão do ex-assessor de FHC, Eduardo Jorge, ou seja, um
simpatizante, talvez militante, do PSDB. Sendo adversário político,
sua credibilidade e isenção é totalmente nula.
Para
além disso, a análise efetuada no texto evidencia o despreparo do
autor para tratar da matéria. A começar por sugerir que a
constituinte exclusiva poderia alterar princípios pétreos, como a
independência dos poderes, o que revela ignorância em relação aos
princípios de direito que inibe a atuação do constituinte não
original, ou seja, o constituinte derivado, que não atuou na
construção da Carta Magna original, em 1988 ou que não foi eleito
pelo povo para a elaboração de uma inteiramente nova constituição.
No
caso de princípios constitucionais pétreos, e portanto imexíveis
como diria o ex-ministro Magri, somente cabe alteração por
constituintes originários, eleitos especificamente para promulgar
uma constituição inteiramente nova.
Paralelamente,
tratando-se de constituinte exclusiva para reforma do sistema
político, o constituinte derivado terá competência limitada,
somente podendo reformar o sistema político, mais nada.
Breve
pesquisa na internet sobre as críticas às propostas da Dilma sobre
a constituinte exclusiva evidencia que são provenientes, em sua
maioria, de membros ou simpatizantes de partidos da oposição. Fora
esses opositores sistemáticos de toda e qualquer ação do governo,
muitos apoiam a proposta, outros a rejeitam e ainda existem os
isentos, que estão divididos.
A
favor do plebiscito, por exemplo, existem figuras de credibilidade
absolutamente insuspeita, como Luís Roberto Barroso e Ives Gandra
Martins, além de outros que a população adotou, como o Joaquim
Barbosa.
O
plebiscito consistiria basicamente na submissão ao povo da seguinte
indagação: "Você é a favor ou contra uma constituinte
exclusiva para a reforma política?". As únicas opções de
resposta seriam "a favor" e "contra".
O
povo brasileiro não é estúpido e, se o plebiscito for realizado,
saberá responder adequadamente à indagação. Saberá decidir se é
conveniente ou não uma constituinte exclusiva para a reforma
política.
Caso
o plebiscito venha a ocorrer, o voto favorável parece ser mais
consistente com as pessoas que desejam uma mudança efetiva em nossa
política.
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