Há uma mensagem de protesto que vem sendo compartilhada nas redes sociais, contendo cinco itens de reivindicações populares. Listo as reivindicações e, em seguida, como sempre,
dou o meu pitaco:
1
- Fim da PEC 37
Entendo
a PEC 37 como favorável aos direitos individuais e à segurança
jurídica. Se houver interesse por minha motivação, leia mais aqui:
http://marciovalley.blogspot.com.br/2013/06/o-falso-dilema-sobre-pec-37.html.
Se
não houver, fica o registro.
2-
Saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Senado
A
saída de Renan Calheiros, de quem pessoalmente tenho ojeriza, é uma
simplificação e não resolve absolutamente nada. Outro, de naipe
similar, será colocado no lugar. A solução passa necessariamente
pela reforma política. Vamos abraçar essa ideia e levá-la para as
ruas.
3
- Abertura de investigações sobre os gastos com a Copa
Nada
contra investigações sobre os gastos na Copa. Aliás, sou contra a
própria realização da Copa no Brasil, ante o tremendo dispêndio
de dinheiro em assunto sem prioridade alguma. Porém, reconheço não
possuir elementos de informação suficientes para saber o quanto
isso poderá impactar a nossa economia local. Eventualmente, pode ser
lucrativa indiretamente para milhares de brasileiros, sabe-se lá.
Contudo,
andei lendo sobre o assunto e acho que, até o momento, os gastos
brasileiros não divergem em grande coisa dos gastos de países
considerados sérios, como Alemanha e Japão. Aparentemente, até
onde entendi, o gasto exclusivamente com a Copa do Mundo é, até
agora, de pouco mais de sete bilhões de dólares, um pouco mais do
que gastou a Alemanha (seis bilhões), um pouco menos do que a África
do Sul (oito bilhões) e muito menos dos gastos japoneses (dezesseis
bilhões). E olha que esses valores não estão atualizados.
O
restante, para chegar aos mais de trinta bilhões que vem sendo
noticiados, são gastos em infraestruturas, seja viária, seja de
telecomunicações, seja de engenharia sanitária. Tais investimentos
obviamente não podem ser postas na conta de "gastos com Copa",
pois nos beneficiam e continuarão a ser utilizados após a Copa.
Claro,
pode-se discutir se houve superfaturamento, mas aí entramos na
histórica corrupção brasileira, que não guarda relação direta
com a Copa, mas com qualquer obra de infraestrutura no Brasil.
Todavia,
repito, nada contra uma investigação.
4
- Corrupção como crime hediondo
Novamente,
acho que é puro diversionismo. O enquadramento de crimes como
hediondos virtualmente não possui impacto algum na prática de tais
delitos. A razão simplória: o que de fato diminui a criminalidade é
a certeza da punição e não a gravidade da pena. Se a pena é de
trezentos anos, mas a pessoa tem certeza absoluta de que não será
punido, cometerá o crime sem pestanejar.
Solução?
Melhoria de todo o aparato judicial do Estado, ou seja, polícias,
justiça e sistema penitenciário. O resto é simplificação e
maquiagem.
5
- Fim do foro privilegiado dos políticos
Sou
a favor com restrições. Para crimes comuns, tudo bem. Para delitos
de opinião, nunca. Se há algo que o político, representante do
povo, deve possuir é o direito de se expressar livremente, com
destemor. E a ação penal deve correr no local onde o político
cumpre o mandato, sob pena de poder ser vítima de ação orquestrada
de algum grupo insatisfeito com sua atuação política que registre
supostos crimes em vários locais do Brasil somente para sufocar o
político com os gastos de sua defesa.
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