O
fenômeno da "cegueira voluntária" ocorre quando a pessoa,
de forma consciente ou em um nível subconsciente, mente para si
mesmo e para os outros sobre a realidade por ela própria
testemunhada. Trata-se da vontade de não ver o que está na sua
frente.
Esse
fenômeno aparentemente é que está acometendo certas pessoas que
insistem em não enxergar a evidente melhoria da renda média dos
brasileiros. É tanta a vontade de se opor ao governo do PT que
preferem ser cegas, recusando-se a admitir que o país, hoje,
disponibiliza aos cidadãos mais emprego e com melhor renda.
Um
jornal noticia que o número de domicílios com carros no Brasil
praticamente dobrou nos últimos vinte anos, saltando de 23% para 40%
do total de moradias. Para cada dez moradias, quatro possuem ao menos
um carro na garagem. Sinal
claro de melhoria na renda. Para
efeito de comparação, nos Estados Unidos noventa por cento das
residências possuem pelo menos um veículo.
Não é ecologicamente correto apoiar o crescimento do número de veículos
transitando nas ruas, que é evidentemente prejudicial ao
meio-ambiente e particularmente ao seres humanos. Afinal, fora a poluição ambiental, quem não
fica estressado ao permanecer preso num congestionamentos?
O
dado é utilizado apenas para demonstrar a sensível melhora do poder
aquisitivo do brasileiro médio.
Tampouco cabe a cegueira voluntária inversa, ou seja, a recusa a enxergar as mazelas do governo, que são muitas e enormes. Todavia, deve ser dissipada a ideia maniqueísta ao extremo de que tudo de ruim provém do PT e dele nada de bom existe a
apresentar. A trajetória do PT no governo apresenta coisas ruins e
coisas boas. Não é assim mesmo que as coisas são? Teria sido
diferente com o PSDB ou com os governos anteriores?
É
prejudicial para o país o antipetismo histérico e irracional.
O
que de melhor poderia ocorrer para o Brasil seria uma reforma
política profunda, abissal, que alterasse por completo as regras que
estão colocadas e que, na prática, servem ao propósito de
beneficiar salafrários.
Pouco,
ou nada, adianta "fulanizar" a revolta e pedir a cabeça
dessa ou daquela pessoa. A contaminação política é geral e a
decapitação de um meliante político gerará meramente sua troca
por outro, talvez pior ainda. A corrupção política é como uma
Hidra de Lerna. Se arrancada uma cabeça, nascem duas no lugar.
As
ruas devem exigir uma reforma política ampla. A chance da
constituinte exclusiva foi perdida, massacrada pelos pés dos que
possuem interesse em que tudo permaneça como está. Então, que as
ruas clamem por uma emenda constitucional verdadeira, que mexa com as
estruturas.
Perfumaria,
não!
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