Amigo
indeciso,
Aqui
quem te escreve é o Marcio.
Estou
enviando essa mensagem indistintamente para todos os meus amigos.
Ela, porém, é destinada exclusivamente àqueles que ainda estão
indecisos em relação a quem votar para a presidência do Brasil.
Se
você é um amigo que já decidiu em quem votar e está convicto, não
perca seu tempo. Vote em quem você democraticamente escolheu. Pare
de ler aqui. Vai cuidar de sua vida e seja feliz! Boa eleição!
Porém,
peço ao amigo indeciso a gentileza e a consideração de continuar a
ler. É muito importante para mim e, creia, para você também.
Meu
amigo, estamos a dois dias da eleição que definirá o novo
presidente do Brasil para o quadriênio 2014/2018. Se até esse
momento derradeiro você ainda não sabe em quem vai votar, isso se
deve certamente ao fato de que ainda não conseguiu enxergar em
nenhum dos dois candidatos as qualidades que entende necessárias
para alguém que pretende assumir a presidência. Mesmo assim, eu te
peço veementemente:
Não
vote nulo! Não vote em branco! Não deixe de votar! Não invalide o
seu voto, pois você suportará as consequências!
Invalidar
o voto não é solução e poderá resultar na escolha do pior.
Acredite em mim: não é verdade que uma nova eleição é realizada
quando certa quantidade de votos inutilizados é alcançada. Repito:
isso não é verdade. Se alguém afirmar isso, ou não sabe do que
está falando, ou está mentindo. Essa possibilidade somente existe
no caso de votos anulados pelo juiz eleitoral, por causa de algum
vício, nunca em votos nulos e brancos. Legalmente falando, voto nulo
não é a mesma coisa que voto anulado.
Votos
nulos e brancos são simplesmente descartados e a apuração da
maioria que decidirá a eleição é feita a partir somente dos votos
válidos.
Quando
você vota nulo ou em branco, a lei diz que você não é nada!
Além
disso, quem vota nulo ou em branco facilita a possibilidade de
vitória do candidato com menor chance. Acompanhe o raciocínio: num
universo de cem eleitores, o melhor candidato possui 55% da
preferência, enquanto o pior candidato tem 45%. Porém, na eleição,
30% dos eleitores não comparecem ou depositam votos inválidos,
sendo 25% constituídos por eleitores do melhor candidato e 5% por
eleitores do pior candidato. Nessa hipótese, com somente setenta por
cento de votos válidos, o pior candidato obteria 40% dos votos
válidos e o melhor candidato somente 30%. O pior candidato venceria.
Portanto,
quem deixa de votar muitas vezes pode definir a eleição... para
pior!
Se
você é meu amigo, se você me conhece, sabe que levo minhas coisas
a sério, às vezes até a sério demais. Sabe, também, que sou
honesto, que gosto de me dedicar a estudos, que não sou político
profissional e que não recebo qualquer verba para fazer campanha
política para algum candidato ou partido. Se agora peço voto, é
por ideal, por acreditar que é possível construir um Brasil melhor,
para mim, para minha família, para os meus amigos e para todos os
brasileiros, principalmente a parcela mais necessitada de nossos
irmãos tupiniquins.
E
mais importante, sabe que jamais aconselharia um amigo a entrar “numa
furada”.
Faço
isso por considerar que há um perigo concreto de eleição de uma
candidatura nefasta para o país.
Sem
qualquer demérito a quem quer que seja, pois entendo que cada pessoa
tem suas motivações e é livre para escolher o melhor modo de
conduzir a própria vida, o fato inegável é que uma parcela
significativa da população brasileira, talvez a maioria dos
eleitores, não gosta de política, não lê sobre a política e
muito menos aprecia discutir política. Grande parte irá votar
movida pelos sentimentos disseminados pela imprensa, pelas matérias
veiculadas no Jornal Nacional, na revista Veja, etc. Outros votarão
no candidato que “acharam” mais seguro nos debates, no que fala
melhor, no mais bonito e por aí vai. Ocorre que nada disso é de
fato importante para ser presidente da República.
Prezado
amigo indeciso, de forma nenhuma minha opção eleitoral é realizada
dessa forma superficial. O meu voto não é um voto emocional ou
estético. É um voto estudado, um voto refletido, um voto
absolutamente consciente e fundado na razão, em números, em
pesquisa, em discussões.
Pois
bem, digo para você, amigo: dediquei um longo tempo a estudar e
refletir sobre a política do Brasil e principalmente sobre esse
momento eleitoral, um momento muito perigoso.
Por
isso, quando o meu voto for depositado na urna, será um voto
convicto na pessoa que considero mais adequada para dirigir esse
país. A pessoa capaz de proporcionar ao Brasil, dentro das regras
estabelecidas pelo atual e podre sistema político, as melhores
condições para um crescimento econômico sem perda de emprego e de
renda.
Se
você é meu amigo, já sabe que esse candidato é do PT, a Dilma
Roussef, e que isso não tem nada a ver com paixão, com “lavagem
cerebral” ou outras idiotices desse tipo que afirmam sobre
simpatizantes do PT, mas com puro pragmatismo político: vou votar em
que acho melhor para mim e para todos os brasileiros.
Tenho
um sem número de razões para votar no PT. Porém, para não ser
mais chato do que já estou sendo, vou relacionar apenas seis motivos
pelos quais resolvi continuar votando no PT, cada um deles com um
breve fundamento. Gostaria que você refletisse sobre eles e
acreditasse em mim quando afirmo que se tratam de informações
absolutamente confiáveis, embora tenham sido escondidos pela
imprensa. Aliás, você é capaz de encontrá-las acessando os canais
certos através da internet. Faça isso.
Vamos
aos meus seis motivos:
1º
- Corrupção
A
corrupção é um grave problema na política brasileira e todos os
esforços devem ser realizados para combatê-la.
Não
é um problema que atinge somente o PT, mas toda a política
nacional, todos os partidos.
Ao
contrário do que divulgam, o PT foi o único partido que governou o
Brasil que enfrentou seriamente esse problema, não interferindo na
atuação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal ou do
Poder Judiciário. Essa é a razão de você tanto ter escutado falar
em corrupção durante o governo do PT. No início, quanto mais se
combate, mais aparece, até que, com o tempo, a luta surte efeito.
A
corrupção não irá acabar nunca, mas pode ser diminuída.
São
as operações da Polícia Federal e as varas da Justiça Federal
que, no âmbito federal, investigam, combatem e julgam os crimes de
corrupção. Durante os oito anos de governo do PSDB, com FHC, a
Polícia Federal realizou um total de 48 (quarenta e oito) operações,
ou seja, uma média de seis operações por ano. Nos doze anos de
governo do PT, esse número saltou para cerca de duas mil e
trezentas, o que dá uma média de mais de 190 (cento e noventa) por
ano.
Ao
assumir, o governo do PT encontrou cerca de cem varas federais. Agora
já são mais de quinhentas.
Antes,
havia interferência nessa ação ao ponto de chegarmos a ter um
“engavetador geral da república”. Isso não existe mais. Hoje o
governo não interfere no combate à corrupção, mesmo quando é
ferido na própria carne, como se viu no mensalão.
O
PT está fazendo o seu dever de casa
2º
- Bolsa-família
O
PT foi o primeiro partido a assumir a Presidência da República que
realmente realizou um programa gigantesco, capaz de conjugar
transferência de renda com redução da evasão escolar. Trata-se do
bolsa-família.
Não
é verdade que já existia antes, isso é papo de campanha. O que
existiam eram diversos cadastros de pessoas beneficiados por vários
programas distintos e cujos requisitos de concessão eram totalmente
diferentes dos que hoje são exigidos para o bolsa-família. Esses
cadastros é que foram aproveitados e, mesmo assim, eles somente
atingiam cerca de dez por cento do contingente que hoje é
beneficiado pelo bolsa-família.
O
bolsa-família transformou a vida de milhões de brasileiros que
estavam na miséria ou quase, colocando-os no mercado de consumo e
com isso aquecendo a economia. A evasão escolar caiu drasticamente.
3º
- Crescimento econômico
O
PIB em 2002, último ano do PSDB, era de 1,3 trilhões de reais,
hoje, com o PT, atingiu cerca de 5 trilhões de reais. Com isso,
passamos da 13ª colocação mundial para o 7º lugar e estamos
próximos de sermos a 6ª economia do mundo.
Com
o PSDB na presidência o crescimento médio do PIB ficou em 2,29%,
enquanto o crescimento médio durante o governo do PT está em 3,6%.
O PIB per capita foi alavancado de 8,4 mil reais para 21,2 mil reais
por habitante.
A
taxa de desemprego média no governo do PSDB foi de 9,26%, a do PT
ficou em 7,28%, taxa essa que é considerada pleno emprego. Durante o
governo do PSDB, criam-se cinco milhões de empregos, enquanto nos
governos petistas essa conta alcançou quase vinte milhões de novos
empregos.
A
taxa de juros Selic média do PSDB foi de 26,7%, a do PT está em
13,79%, com tendência de baixa.
O
PSDB deixou um salário mínimo no valor equivalente a 86 dólares,
hoje ele está em cerca de 300 dólares.
4º
- Petrobras
Ao
contrário do que estão te informando a Petrobras vai muito bem,
obrigado. Quando FHC saiu da presidência, em 2002, a Petrobras
possuía um valor de mercado de US$ 15,4 bilhões. Agora, em outubro
de 2014, ela valia US$ 116,3 bilhões, o que inclusive a fez retornar
à condição de maior empresa da América Latina. O governo do PT,
portanto, fez o valor da Petrobras crescer sete vezes e meia o que
ela valia no governo do PSDB.
Além
disso, durante o governo do PT a Petrobras jamais lucrou menos do que
o dobro do lucro obtido nos dois últimos anos do governo do PSDB,
chegando a lucrar quatro vezes mais. O PT pegou a Petrobras no 122º
lugar entre as empresas do mundo e hoje ela está entre o 20º e o
30º lugar (varia em função do valor das ações).
5º
- Educação
Primeiro
é importante saber que o governo federal não é o responsável
direto pelo ensino fundamental e médio, que são da competência de
estados e municípios. Ainda assim, através de convênio com os
municípios, o governo federal já entregou mais de duas mil creches.
Além
disso, o governo federal criou um projeto incrível, chamado
“Caminhos da Escola”, dirigido a crianças e adolescentes que
vivem em áreas de difícil acesso ou, nas cidades, para os que têm
deficiência, através do qual, desde 2011, já foram entregues mais
de 17 mil ônibus, 300 lanchas e milhares de bicicletas.
No
que diz respeito diretamente à competência federal, o governo do
PT, com Lula e Dilma, criou dezoito novas universidades federais
públicas.
Até
o ano de 2013, o Prouni concedeu mais de um milhão e duzentas mil
bolsas de estudos para estudantes carentes estudarem em faculdades
particulares, assim permitindo aos pobres terem acesso ao ensino
superior
No
Brasil, em 502 anos, desde Cabral até o ano 2002, último ano do
governo tucano, somente foram criadas 140 escolas técnicas federais.
Em doze anos do PT, somaram-se a esse número mais de quatrocentas
novas escolas técnicas federais pelo país afora.
Os
governos petistas criaram o Pronatec, o que permitiu o acesso de
quase seis milhões de jovens brasileiros ao ensino técnico e
profissional.
6º
- Desenvolvimentismo x mercadismo
Desenvolvimentismo,
uai, que palavrão é esse? É o modelo econômico adotado pelo PT,
que privilegia a melhoria da infra-estrutura e o crescimento da
produção industrial e, por conta disso, o crescimento do consumo.
Nesse modelo há participação importante do estado na condução da
política econômica.
É
importante perceber que, nesse modelo, tanto o dono da fábrica, como
o trabalhador, são beneficiados pela política econômica, pois o
crescimento da produção traz a oferta de empregos e melhoria na
renda, aumentando o consumo e fazendo a roda girar novamente.
Mercadismo
é a política econômica que será adotada pelo PSDB se for eleito.
Trata-se de doutrina ultraliberal que pretende o Estado praticamente
fora do mercado, com privatização do patrimônio público ao
máximo, se possível total, e com a maior desregulamentação
possível, não somente com relação às regras de controle do
mercado, como também trabalhista e previdenciária.
Essa
política econômica não dá proteção à produção, entendendo
que compete ao dono do dinheiro resolver em que setor irá investir,
com liberdade plena para especular no mercado de títulos e em
qualquer lugar do mundo. Assim, sem incentivo à produção, tampouco
se garante emprego e renda.
Sob
essa orientação econômica, o BNDES, Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal imediatamente perdem importância, passando aos
bancos privados o financiamento de fomento, agrário e imobiliário,
por exemplo, e segundo suas próprias políticas de concessão e de
juros.
Conclusão
Então
é isso, meu amigo. Por mais que você esteja desiludido com a
política, o fato é que temos a obrigação moral de optar por um
dos candidatos. Voto em branco ou nulo é como se você estivesse
escolhendo que a cadeira de presidente ficasse vazia por quatro anos,
o que não é possível de ser realizado. Ainda que fosse possível,
você já imaginou o caos que seria? Essa não é um escolha.
A
sua decepção com a política deve ser resolvida através de
movimentos populares a favor da reforma política. Existem alguns na
internet, procure e adira àquele que estiver mais em sintonia com o
que você pensa.
Deixar
de optar, por outro lado, é uma inação com sérias consequências.
Primeiro, porque pode favorecer o pior candidato. Segundo, porque
você ainda assim terá que suportar. Terceiro, porque não altera
absolutamente nada na política.
Se
você não está confiante em quem votar, confie em mim, confie em
minha amizade, confie em minha intuição. Ainda que por amizade,
votem em minha candidata, vote Dilma, vote 13, vote Dilma 13.
Amigo,
eu agradeço, o Brasil agradece e, tenho certeza, você me agradecerá
no futuro.
do
amigo, Marcio.
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